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Dênis Casemiro (Votuporanga, 9 de dezembro de 1942São Paulo, 18 de maio de 1971[1]) foi militante político de uma dissidência do PCdoB — a Ala Vermelha — e, posteriomente, da Vanguarda Popular Revolucionária. Filho do também militante Antônio Casemiro Sobrinho e irmão de Dimas Antônio Casemiro, dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes e morto em 19 de abril de 1971.

Até o ano de 1967, Dênis era trabalhador rural e frequentava assiduamente o Sindicato dos Lavradores de Votuporanga, fechado após o golpe de 1964. A partir do acontecimento e buscando uma melhoria nas condições de vida, mudou-se para São Bernardo do Campo afim de trabalhar na Volkswagen. Foi nesta ocasião que conheceu Devanir José de Carvalho, outro militante assassinado pela repressão política[2].

Algum tempo depois mudou-se novamente, desta vez para o Pará com a intenção de desenvolver um trabalho político clandestino na zona rural. Foi próximo a cidade de Imperatriz (Maranhão) que, no final de abril de 1971, foi localizado e preso pelo delegado Sérgio Fleury. Trazido para o DOPS/SP, permaneceu preso por quase um mês sob constantes torturas[3].

Morte[editar | editar código-fonte]

Na versão do relatório encontrado nos arquivos do DOPS/SP, o delegado Sérgio Fleury reporta que voltava do Rio de Janeiro transportando Casemiro, quando, nas imediações da cidade de Taubaté (SP), o preso declarou que em Ubatuba (SP) havia um campo de treinamento da VPR. O rumo da viagem foi alterado, então, para que fosse indicado exatamente o local da área de treinamento na cidade litorânea. Em certo ponto da viagem, quando começaram a descer a serra, Dênis teria dito que precisava fazer necessidades fisiológicas e Fleury autorizou que a viatura parasse. O relatório conta que, de repente, quando abaixava as calças, o preso tomou a arma de um policial. Instantaneamente a outra autoridade alvejou Dênis que, mesmo ferido, conseguiu fugir, embrenhando-se no matagal à beira da estrada. Uma busca foi realizada no precipício e alguns disparos foram feitos, mas sem sucesso. O delegado rumou à Ubatuba afim de deixar as autoridades da cidade sobreavisadas do fugitivo. Ele foi localizado na manhã seguinte, na Santa Casa local, onde teria dado entrada com sua identidade verdadeira e contado uma história diferente da que ocorrera e da que consta no relatório. Fleury mandou que seus agentes o buscassem, porém, no caminho, eles encontraram casualmente com a viatura que transportava Dênis para receber atendimento médico especializado no Hospital das Clínicas, na capital. Os agentes, então, receberam o preso e seguiram a caminho do hospital. No entanto, Dênis não resistiu aos ferimentos e morreu no traslado, sendo encaminhado ao necrotério do Instituto de Polícia Técnica.

O laudo necroscópico confirmou a versão do delegado Fleury e limitou-se a descrever o trajeto das balas que o mataram, jamais fazendo referência aos sinais de tortura.

[4].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Desaparecidos Políticos». Desaparecidospoliticos.org.br. Consultado em 15 de junho de 2014 
  2. «Comissão da Verdade». Comissaodaverdade.org.br. Consultado em 14 de junho de 2014 
  3. «Tortura Nunca Mais». Torturanuncamais-rj.org.br. Consultado em 15 de junho de 2014 
  4. RODRIGUES, P. J. Maria Lúcia Petit da Silva. In.: ZANLOCHI, T. (Org.). Quem foi? Bauru, SP. Canal6, 2012. p. 75.