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Columbina talpacoti tem vasta distribuição por toda América do Sul, convive muito bem em ambiente urbano, onde a oferta de alimento é grande se contrapondo com a escassez de predadores naturais, uma espécie sinantrópica por excelência. A rolinha roxa tem preferências por paisagens abertas como plantações e cidades sendo abundante e de ampla ocorrência em áreas abertas com árvores, além de ocorrer em cidades, principalmente próximo de casas. Não se incomoda com a presença de outras aves e é uma pequena pomba tropical do Novo Mundo. É típica do México para o sul, predominantemente em países como Peru, Brasil e Paraguai, e no norte Argentina, e Trinidad-Tobago. Pássaros individuais às vezes podem ser vistos no sudoeste dos EUA, do sul Texas ao extremo sul Califórnia, principalmente durante o inverno.

Historicamente uma das primeiras espécies brasileiras a se adaptar ao meio urbano, ainda é a espécie nativa mais comum em boa parte das grandes cidades brasileiras. É curioso notar que costuma ser encontrada em maior quantidade em locais alterados pelo homem do que em seu próprio habitat original que são as áreas de cerrados e campos. Conhecida também como caldo-de-feijão, (rola)rolinha-caldo-de-feijão (PB), picuí-peão, rola, pomba-rola, rola-cabocla (CE), rola-grande, rola-roxa, rola-sangue-de-boi (PE e BA), rolinha, rolinha-comum, rolinha-vermelha, rolinha-juruti e pomba-café. Em várias áreas do Nordeste do Brasil o nome “rolinha-vermelha” é usado tanto para se referir a Columbina talpacoti e a fêmea da pararu-azul Claravis pretiosa e, portanto, sugere-se que este nome popular seja evitado. A sua vocalização é uma sequencia de ”uú-uú-uú”. Seu nome significa: do (latim) columbina = referente à família Columbidae; e do (tupi) talpacoti = nome indígena para este pássaro. (obs: não confirmado em Garcia(1929) Columbina) ⇒ pombinha talpacoti. [1]

Características[editar | editar código-fonte]

Medem 17 centímetros de comprimento e pesam 47 gramas. O macho, com penas marrom avermelhadas, cor dominante no corpo do adulto, em contraste com a cabeça, cinza azulada. A fêmea é toda parda. Nos dois sexos, sobre a asa há uma série de pontos negros nas penas. Os Filhotes saem com traços da plumagem de cada sexo.

É uma espécie ágil e prefere ambientes os quais tenham condições mínimas para nidificação, alimentação e encontro de parceiros. A espécie é sensível a movimentação de pessoas e veículos, desta forma o comportamento de voar bastante evidenciado , sendo praticamente durante todo período diurno. A atividade de voar foi mais intensa nos horários em que a espécie procura por locais arborizados e frescos para empoleirar ou forragear, principalmente no início da manhã e todo o período da tarde.

Esta espécie ajustou-se ao ambiente urbano, sendo que em áreas onde há presença de arborização e alimento podem ser encontrada em alta abundância como praças em bairros periféricos. A grande quantidade e diversidade de recursos, aumento da arborização em praças, parques e quintais (fundamentais para nidificação da espécie estudada), escassez de predadores e a perda do habitat natural podem ser fatores importantes que influenciam a persistência de C. talpacoti em um ambiente tão alterado. [2]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Os indivíduos de C. talpacoti forrageiam geralmente em grupos, o que aumenta a chance de encontrar recursos. A ação antrópica de colocar alimentos no solo evidenciou o comportamento gregário desta espécie. Diante de uma maior quantidade de recursos ocorre uma acentuada competição de alimentos entre os indivíduos. São granívoros ou frugívoros e ocorrem em uma grande diversidade de habitats .Alimenta-se de grãos encontrados no chão. Havendo alimento, reproduz-se o ano inteiro. [2]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Há dimorfismo sexual, com o macho sendo cinza-rosado, mais claro na face e garganta e coroa cinza-azulada, já a fêmea mais apagada, marrom-clara por cima e parda por baixo. Encontra-se em casais ou em grupos, formando bandos maiores fora da época de cria.O casal mantém um território de ninho, afastando as outras rolinhas de perto. O macho possui um canto monótono, de dois chamados graves e rápidos, repetidos continuamente por vários segundos. Os ninhos são pequenas tigelas de ramos e gravetos, feitos entre cipós ou galhos, bem fechados pelas ramadas do entorno. Postura de 2 ovos, chocados pelo casal entre 11 e 13 dias. Os filhotes saem do ninho com no máximo 2 semanas de vida. O casal, às vezes dois dias depois, já inicia nova ninhada, quando as condições ambientais permitem.Os ninhos são construídos em árvores baixas e altas e as vezes em cachos de banana ou em calhas das casas e nos telhados. O acasalamento representou 12,75% dos eventos de interação, e ocorria geralmente quando os indivíduos da espécie estavam em poleiros . [3]

Hábitos[editar | editar código-fonte]

Adapta-se aos ambientes artificiais criados pela ação humana. Vive em áreas abertas; o desmatamento facilitou sua expansão, em especial nas áreas formadas para pasto ou agricultura de grãos. Entrou nas grandes cidades das regiões sudeste e centro-oeste do Brasil; facilmente encontrada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Muito agressivas entre si, embora possam formar grupos, disputam alimentos e defendem territórios usando uma das asas para dar forte pancadas no oponente. Os machos são mais belicosos. Nas disputas ou quando tomam sol, deitadas de lado no chão e com a asa esticada para cima, mostram a grande área de penas negras sob a asa. Observadores de pássaros do centro-sul de nosso país vêm observando uma “substituição” desta espécie por outra pombinha, a Zenaida auriculata, também conhecida como pomba-de-bando, amargosinha ou avoante. Esta última espécie vem conquistando o ambiente urbano cada vez mais efetivamente e está aparentemente competindo com a rolinha-roxa, que já é menos frequente que a pomba-de-bando na maioria das cidades do interior de São Paulo. Seja como for, esta espécie simpática e até mesmo ingênua está longe de desaparecer dos quintais de nossas casas e das praças e jardins de nossas cidades, mesmo que estes estejam em grandes prédios.

O comportamento da espécie foi observado, concluindo em relação aos hábitos (solitário, grupo e par ) atividades ( forrageamento, poleiro, limpeza, vôo e vocalização ) e interações interespecífica e intraespecífica ( competição e acasalamento ) .

Tem preferência por empoleirar e no final da manhã e da tarde. Nos momentos em que a espécie está em poleiros, também observa-se comportamentos associados como limpeza de penas e bicos e vocalização.  

Nos locais de menor fluxo de pessoas, C. talpacoti forrageia nos períodos da manhã e tarde, somente sendo dispersa com elementos de perturbação. Com isso, apresentou menor fluxo de pessoas, no entanto, foi observado que a interferência humana contribuiu para o aumento de tais populações, pela adição de alimentos (farelo de milho) em vários locais. [2]

Predadores[editar | editar código-fonte]

A espécies possui muitos predadores em potencial e por estar sempre em áreas abertas é facilmente capturada. Dentre os predadores destacam-se outras aves, tais como o caburé, o falcão-de-coleira, o quiriquiri, além de répteis como o teiú e, felinos como o gato doméstico.[4]

Bioindicadora de qualidade ambiental em aréa urbana[editar | editar código-fonte]

A problemática da urbanização desordenada das cidades, associada à falta de políticas de controle ambiental urbano, rural e silvestre eficientes, propiciou nos últimos anos, dificuldades e desafios na relação homem e ambiente . A atividade humana, portanto, têm sido um fator preponderante para o ajuste ambiental de determinadas aves como C. talpacoti, típica do cerrado brasileiro. Elas, são partes significativas da fauna urbana e podem ser usadas como bioindicadoras de qualidade ambiental. Diante disso, a ave C. talpacoti pode ser considerada como bioindicadora de qualidade ambiental positiva devido a sua abundância ser elevada em áreas com baixa interferência antrópicas, mais arborizadas, ideal para construção de ninhos, para forrageio e cuidado da prole. [5]

Dieta[editar | editar código-fonte]

A dieta é constituída sobretudo por sementes nativas do cerrado e exóticas cultivadas. A gramínea Brachiaria plantaginea foi o item alimentar mais abundante na dieta de adultos e filhotes . Apesar de não ter a  estimação da disponibilidade dos recursos alimentares na área de estudo, claramente a maior quantidade das sementes dessa espécie na dieta reflete sua maior abundância nas áreas urbanas, sendo sem dúvida a mais prontamente encontrável. Tanto para os adultos como para os filhotes, não existiu  uma relação entre a abundância de uma certa espécie vegetal em um papo e sua freqüência de ocorrência nos demais papos. Por exemplo: a espécie Eleusine indica ocorre em baixo número nos machos, fêmeas e filhotes, mas está presente em 50% ou mais dos papos de cada uma dessas categorias. Isto mostra que as espécies mais raras ou menos freqüentes também parecem ser importantes na dieta de C. talpacoti. Apesar de não haver diferença significativa entre presença e ausência de itens alimentares na dieta de machos, fêmeas e filhotes, nossos resultados sugerem haver diferenças significativas na importância do tipo de alimento consumido, pois a análise de componentes principais separou os filhotes como um grupo distinto dos adultos. As possíveis razões que levariam os filhotes e terem uma dieta diferente da dos adultos seriam: a) os filhotes terem necessidades proteicas diferentes das dos adultos; b) os pais selecionarem alimento para os filhotes;  c) período de atividade diferir entre os pais. Durante o período reprodutivo, as fêmeas passam três vezes mais tempo por dia (cerca de 18 h) no ninho do que os machos . A diferença de horário na alimentação dos machos e fêmeas possivelmente resulta em disponibilidades diferentes de sementes para cada sexo. Adultos ele ambos os sexos alimentam os filhotes, assim a maior riqueza de sementes na dieta dos filhotes deve ser a consequência da soma dos diferentes esforços de forrageamento dos pais.

Nos estudos, foram obtidos 49 diferentes itens na dieta de C. talpacoti, sendo 37 espécies de sementes. Foi notada uma maior presença das sementes de plantas exóticas e nativas do cerrado somaram as quais somaram 73,5%, fragmentos de grãos cultivados 8,2%. O número máximo de sementes encontradas no papo de um só indivíduo foi, para um macho adulto, 577 sementes com 94% da espécie Brachiaria plantaginea; para uma fêmea adulta, 716 sementes com 47% da espécie Talinum patens e 19% de B. plantaginea; e para um filhote, 928 sementes com 56% da espécie Euphorbia hirta e 35% da espécie B. plantaginea. Para a comparação da proporção dos itens na dieta de machos, fêmeas e filho mente de sementes nativas do cerrado e exóticas cultivadas. Como resultados, obteve-se a gramínea Brachiaria plantaginea foi o item alimentar mais abundante na dieta de adultos e filhotes .

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Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Valim, Michel; Serra-Freire, Jorge; Fonseca, Marcelo; Serra-Freire, Nicolau (2004). «Níveis de enzootia por ectoparasitos em amostras de rolinha [ Columbina talpacoti (temminick, 1810)] no Rio de Janeiro - Brasil.» (PDF). Entomol. Vect. ISSN 0328-0381. Consultado em 30 de janeiro de 2020 
  2. a b c Amâncio, Suélen; Sousa, Valéria; Melo, Celine; Pedroso, Everton (2010). «Distribuição comportamental diurna de Columbina talpacoti (Columbiformes: Columbidae) em área urbana, Uberlândia (MG)» (PDF). Atualidades Ornitológicas On-line Nº 154. Consultado em 9 de janeiro de 2020  line feed character character in |titulo= at position 28 (ajuda)
  3. Rodrigues, Regiane (Fevereiro 2017). «Avaliação de parâmetro fisiológicos e hemoparasitológisos de Columbina talpacoti (Aves: Columbiformes):um estudo comparativo nos ambientes urbano e natural.» (PDF). Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Biologia. Programa de Pós Graduação em ecologia conservação de recursos naturais. Consultado em 30/012020  line feed character character in |titulo= at position 39 (ajuda); Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. «Rolinhas do Brasil: rolinha-roxa – Columbina talpacoti». Natureza e Conservação 
  5. Souza, Valéria; Amâncio, Suélen; Melo, Celine (Setembro 2007). «Columbina Talpacoti como biondicadora de qualidade ambiental em área urbana.» (PDF). Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia. Consultado em 30 de janeiro de 2020 
  6. Cintra, Renato; Alves, Maria; Roberto, Cavalcanti (Maio 1990). «Dieta da rolinha Columbina talpacoti (Aves, Columbidae) no Brasil central - comparação entre sexos e idades.» (PDF). Revista Brasileira de Biologia. 50(2):469-473. Consultado em 30 de janeiro de 2020 


Columbina Talpacoti