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Contexto[editar | editar código-fonte]

Dilma Rousseff discursando na cerimônia de posse de seu segundo mandato, em 1º de janeiro de 2015. Atrás dela estão o Presidente do Senado, Renan Calheiros, e o Vice-presidente da República, Michel Temer.

A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer foram reeleitos no segundo turno da eleição presidencial de 2014 com 51,64% dos votos válidos, sendo esta a eleição presidencial mais acirrada da história do país,[1] [2] o que gerou insatisfação entre os oposicionistas e parte da população. Em 2015, Dilma iniciou seu segundo mandato enfraquecida devido à crise política e à e crise econômica que surgia. O desemprego começava a subir e uma forte recessão se avizinhava, cujos sinais já foram percebidos em 2014 devido ao baixo crescimento do produto interno bruto (PIB) naquele ano.[3] Devido a esses fatores, Dilma atingiu 9% de aprovação em uma pesquisa do Ibope realizada em julho de 2015, o mais baixo índice para um presidente até então.[4][5] A partir de março, diversos protestos contra o governo reuniam centenas de milhares de pessoas em todo o país para pedir, entre outras demandas, o impeachment ou a renúncia da presidente.[6][7]

Contudo, as razões para a abertura do processo de impeachment de Dilma iam além. O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, era investigado na Operação Lava Jato da Polícia Federal, sob denúncias de ter recebido propinas da Petrobras e de manter contas secretas na Suíça. Consequentemente, Cunha corria o risco de perder o seu mandato, pois o Conselho de Ética da Câmara movia um processo contra ele. Surgiram boatos sobre tentativas de acordo entre o deputado e os petistas, a fim de encerrar esse processo, os quais ele desmentia vigorosamente. Quando os petistas anunciaram o seu apoio à perda do mandato de Cunha no Conselho de Ética, ele teria aceitado o pedido de impeachment como instrumento de chantagem.[8] Por sua vez, Dilma negou tentativas de acordo para salvar Cunha e se livrar do impeachment, assim como negou acordos para interferir no Conselho de Ética em troca da aprovação da volta da CPMF, que era uma grande necessidade do governo para recuperar a economia.[9] Nas palavras dela, em entrevista coletiva no mesmo dia da aceitação do pedido:

Após o pronunciamento da presidente, Cunha afirmou que ela mentiu à nação quando disse que não participaria de qualquer barganha e que o governo tinha muito que explicar à sociedade. O deputado reiterou que não tinha conhecimento de negociações, que não atendeu o telefonema do ministro Jaques Wagner (que seria o intermediário), que seus aliados não estavam negociando a salvação de seu mandato e que se recusou a aceitar a proposta do governo quando teve conhecimento desta. Declarando-se adversário do Partido dos Trabalhadores, ele disse que preferia não ter os três votos do partido no Conselho de Ética.[11] A presidente Dilma Rousseff não era alvo de acusações formais nessa na Lava Jato.[12]

  1. Noelle Oliveira (27 de outubro de 2014). «Eleição presidencial de 2014 foi a mais acirrada após ditadura». EBC. Consultado em 18 de março de 2016 
  2. Barca, Antonio Jiménez (27 de outubro de 2014). «Crise econômica e corrupção marcarão a nova presidência». EL PAÍS. Consultado em 9 de junho de 2019 
  3. Alessandra Corrêa (9 de junho de 2009). «Entenda o que a recessão técnica significa para a economia». Estadão 
  4. Filipe Matoso (1 de julho de 2015). «Governo Dilma tem aprovação de 9%, aponta pesquisa Ibope». G1. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  5. Alexandre Aragão (6 de agosto de 2015). «Reprovação de Dilma cresce e supera a de Collor em 1992». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  6. Messenberg, Débora (2017). «A direita que saiu do armário: a cosmovisão dos formadores de opinião dos manifestantes de direita brasileiros». Sociedade e Estado. 32 (3): 621–648. ISSN 0102-6992. doi:10.1590/s0102-69922017.3203004 
  7. «Todos os estados e o DF têm protestos contra o governo Dilma». G1. 16 de agosto de 2015. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  8. Carolina Gonçalves (5 de dezembro de 2015). «Cunha diz que Dilma mentiu à nação ao negar barganha política». Agência Brasil. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  9. Laís Alegretti, Filipe Matoso e Alexandro Martello (28 de janeiro de 2016). «Dilma afirma que CPMF é a 'melhor solução disponível' para a economia». G1 
  10. «Dilma diz estar "indignada" com pedido de impeachment». Uol. 2 de dezembro de 2015. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  11. Daniel Carvalho e Igor Gardelha (3 de dezembro de 2015). «'Quem fez barganha foi o governo, não eu', alega cunha sobre impeachment». Estadão. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  12. Renan Ramalho e Nathalia Passarinho (6 de março de 2015). «Dilma e Aécio ficam fora dos pedidos de investigação». G1. Consultado em 6 de dezembro de 2015