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Luiz José da Cunha, também conhecido como Comandante Crioulo (Recife, 2 de setembro de 1943São Paulo, 13 de julho de 1973) foi um político e guerrilheiro brasileiro, um dos líderes da Ação Libertadora Nacional, movimento de resistência à ditadura militar brasileira.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Luiz José da Cunha nasceu em 2 de setembro de 1943, em Recife, filho de José Joviano da Cunha e Maria Madalena da Cunha. Teve contato com a militância desde muito cedo, ainda adolescente. Iniciou-se no Partido Comunista ainda estudante no Colégio Estadual Beberibe.

Aos 22 anos, participou do Comitê Secundarista da Guanabara, no Rio de Janeiro. Também foi a Moscou participar de um curso de política e teoria marxista. Em 1969, participou de um treinamento de guerrilha em Cuba.

Foi um dos primeiros membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), movimento socialista de resistência liderado por Carlos Marighella. Durante a perseguição dos militares, utilizou diversos codinomes e pseudônimos, entre eles: Gomes, David, Gastão, Ivo, Buche, Antônio dos Santos Oliveira, José Mendonça dos Santos.

Mas seu verdadeiro apelido era Comandante Crioulo, em referência às suas experiências na guerrilha e pelo fato de ser o único líder negro do movimento. Integrante do Comando Nacional da organização, foi o principal autor do documento Política de Organização, que abriu, em junho de 1972, um debate autocrítico sobre os problemas e as perspectivas das ações armadas naquele momento.

Morte[editar | editar código-fonte]

Crioulo foi preso em uma emboscada quando tinha 29 anos, em 13 de julho de 1973. À altura do número 2000 da Avenida Santo Amaro, em São Paulo, foi surpreendido pela equipe do Grupo Especial do DOI-CODI-SP, chefiada pelo agente conhecido como ‘capitão Nei e pelo tenente da Polícia Militar ‘Lott’.

Segundo testemunho de populares que presenciaram a cena[2], Crioulo teria reagido a tiros após ser abordado e ainda tentou roubar um carro para fugir. Os agentes atiravam incessante e indiscriminadamente e acabaram ferindo duas moças que estavam no carro. Um tiro atingiu as costas de Crioulo antes de qualquer chance de defesa.

A versão original diria que Crioulo morrera naquele momento, mas fora derrubada após o exame das fotos de seu corpo, onde os sinais de tortura eram evidentes. Luiz José da Cunha faleceu de hemorragia interna resultada de horas de agressões mesmo após o tiro que o deixara sem mobilidade.

Foi enterrado naquela noite como indigente no Cemitério de Perus, em São Paulo. A indicação de cor branca, na certidão de óbito, foi a forma os agentes encontraram para impedir a identificação do corpo, enterrado junto com vários outros desaparecidos. Harry Shibata e Orlando Brandão, membros do regime, foram os médicos legistas responsáveis pelo laudo.[3]

O corpo foi exumado em 1991 e, finalmente, no dia 2 de setembro de 2006, Luiz José da Cunha pode ser enterrado sob sua identidade verdadeira no Cemitério Parque das Flores, em Recife, ao lado do túmulo de sua mãe, Maria Madalena. A espera de 15 anos foi em decorrência da demora no processo de confirmação científica de que aquela ossada era de fato sua.

Com a Lei nº 9.140, de 04 de dezembro de 1995, o estado brasileiro reconhece a responsabilidade pela morte e desaparecimento de Luiz José da Cunha, com deferimento em 10 de abril de 1997.[4]

Notas[editar | editar código-fonte]

1. Em 2011, a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã da Prefeitura do Recife descerrou uma placa em homenagem a Luiz José da Cunha, conhecido como Comandante Crioulo, na Escola Estadual Beberibe, onde estudou.[5]

Referências