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Josenir Lacerda
Nascimento 14 de janeiro de 1953
Crato, Ceará
Nacionalidade Brasil brasileira
Área Poesia, Literatura de cordel e Artesanato

Josenir Alves de Lacerda, natural de Crato, nasceu no dia 16 de janeiro de 1953. Popularmente conhecida por Josenir Lacerda, é uma poeta, cordelista e artesã, Diplomada Mestra da Cultura Popular do Estado do Ceará em 2022, [1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Josenir Lacerda nasceu na cidade de Crato, Cariri cearense, onde atualmente reside. Seu contato com a literatura iniciou-se ainda na infância. Antes mesmo de aprender a ler já chamava-lhe a atenção os livretos guardados numa gaveta com muito zelo e cuidado pela sua avó materna, Olívia. Inspirada pelos versos e contos desses inúmeros folhetins e romances, o quais lhe eram recitados e lidos por amigos e parentes próximos, pois também não sabia ler, sua avó costumava lhe contar muitas histórias. Tempos depois, quando passou a dominar a leitura, Josenir Lacerda passou a lê-los para a avó e para outras pessoas que costumavam frequentar a sua casa e também apreciavam seus enredos. Ainda nesta época, ela escrevia as cartas que a avó ditava e que eram enviadas aos parentes residentes em São Paulo e no sertão de Mombaça e Piquet Carneiro, estas cartas eram sempre encerradas com versos, na maioria das vezes, baseados em ditos populares.

Além da influência direta da sua avó no seu contato precoce com a literatura, sobretudo a literatura popular da sua região, Josenir lacerda também foi influenciada por seu pai, José João Alves, principalmente quando o assunto é Literatura de cordel, pois foi através dos cordéis que ele aprendeu a ler e que depois disso, durante a sua juventude, adquiriu o costume de lê-los para os moradores da sua comunidade, fazendo desta prática um acontecimento cultural deste pequeno povoado. Outro fato que a marcou bastante, foi quando ela passou a evidenciar os conhecimentos de seu pai acerca da literatura de Cordel, sendo ele, segundo ela, capaz de identificar o bom cordel, de acordo com a métrica, rima e oração. Josenir Lacerda ainda relata a dor do seu pai por ter perdido a maleta que guardava o seu acervo pessoal de cordéis antigos e a viola que herdou de seu avô em um incêndio na antiga casa de taipa da família.

Capa do Cordel O segredo de Marina de Josenir Lacerda

Durante a adolescência, Josenir Lacerda já escrevia cordéis com frequência. Não tardou a adquirir a capacidade de utilizar as histórias contadas por seus pais e avós como inspiração para criar versos e rimas. Ela também tornou-se uma leitora assídua da poesia popular, onde aprendeu a admirar as obras literárias dos poetas da região, principalmente as do poeta da Serra de Santana no município de Assaré, Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré. Além de uma inspiração, Patativa do Assaré, foi alguém a quem ela confiava comentar sobre os mais diversos assuntos relacionados ao seu estilo de escrever, como quando, em uma ocasião, comentou com ele o seu temor quanto a qualidade da sua métrica, já que, segundo ela, utilizava como técnica principal o seu “ouvido”. Na ocasião, Patativa do Assaré afirmou que ela poderia continuar confiando nesta técnica, pois o seu “ouvido” era bom.

Atualmente, Josenir Lacerda possui mais de uma centena de cordéis publicados, entre publicações individuais e em parceria com outros poetas e escritores, da Cariri, Fortaleza e de diversas regiões do Brasil, partindo da poesia e chegando à outros gêneros literários como o conto e crônica, publicados em livros como: “Romaria de versos”(2008), “Mulheres cearenses autoras de cordel”, “A primeira vez” (2007), “Perdidos e achados” (2008), “Segredo” (2009), “É cor de luar” (2014), “Ler é brincar” (2015) e “Histórias malucas de crianças” (2016), “10 Cordéis Nota 10” (2016), ed. ditora IMEPH [2], lançado para o público na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará [3].


Josenir Lacerda, é considerada, no meio artístico regional do Nordeste uma artista militante da cultura popular do Ceará e principalmente do Cariri cearense, utilizando-se da sua poesia para esta finalidade, o que pode ser notado em obras como: “O Segredo de Marina”(2009), “Cordel de vestido bordado de poesia”, “De volta ao passado”(1998), “O livrinho que era triste”, “A medicina no cangaço” e o “O linguajar cearense” (2001), que alcançou notoriedade nacional após ter sido declamado em mídia televisiva de grande alcance nacional pelo poeta Bráulio Bessa.

O linguajar Cearense - 2ª Edição / julho de 2007

Em parceria com seu esposo Miguel Teles, o artista, poeta e humorista Pedro Ernesto Morais e o músico e professor de teatro Zé Airton, mantém desde 1998 na Rua José Carvalho, número 162, no centro da cidade de Crato, o coletivo e museu social “Cordel e Arte”, espaço dotado de extenso acervo de objetos, livros e cordéis da cultura sertaneja, definido pela própriaJosenir lacerda como: “Um espaço que abriga memória, recordações e marcas de um tempo que se divide e se curva respeitoso diante dos sentimentos.” O museu é aberto à receber, além do público em geral, alunos de escolas e universidades e abriga diversos eventos como, recitais, musicais, rodas de conversa e saraus, como o “Poesia Plural” no “Festival da Palavra” (2019), promovido pelo SESC Crato e que contou com a participação de diversos poetas como: Luciano Carneiro, Pedro Ernesto Morais e Daniel Gonçalves.

Capa do Cordel O segredo de Marina de Josenir Lacerda

Josenir lacerda é cofundadora e titular da cadeira Nº 03 da Academia dos Cordelistas do Crato-ACC, também é ocupante da cadeira de Nº 37 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel-ABLC, com sede no Rio de Janeiro e é membro do Instituto Cultural do [[Região Metropolitana do Cariri|Cariri] – ICC, membro sócio Benemérito da Sociedade dos poetas de Barbalha e Academia Cearense de Literatura de Cordel ACLC, cadeira nº 47, patrono Cunha Neto.

Capa do cordel "Matriz Femininas Grafias" de Josenir Lacerda

Obras[editar | editar código-fonte]

Cordéis individuais[editar | editar código-fonte]

  • O Linguajar Cearense - 2001
  • De Volta ao Passado - 1998
  • O menino que nasceu falando - 1992
  • Segredo de Marina - 2009
  • Marina Gurgel - 2012
  • Matriz – grafias femininas - 2015
  • Os queixumes de um cordel em tempos de pandemia - 2021
  • História das Donzelas Teodoras - 2007
  • A brincadeira vai começar - 2012
  • O Sopro da Deusa - 2023

Cordéis em parceria com outros poetas[editar | editar código-fonte]

  • Crato lá e Crato aqui, Alentejo e Cariri – Josenir e Adauberto Amorim - 2019
  • A peleja de Chiquinha do Cariri com Nanã de Princesa – Josenir e Dalinha Catunda - 2014
  • Frases de para-choque – Josenir e Bastinha Job - 2007
  • A mulher só conquistou o que já lhe pertencia – Josenir e José Mauro da Costa - 2011
  • A poética da indiferença – Josenir e Ulisses Germano Leite Rolim 2007
  • Mulher não morre – Josenir, Eugenio Dantas, Bastinha Job e Jose Flavio Vieira - 2009
  • A moça, o cão e a lambada – Josenir e Iris Tavares - 1990
  • Chapeado Noventa – Josenir e Aldemá de Morais - 2007
  • Zefa Cafuringa e Antôin Conrado gingando no cordel – Josenir e Manoel Leandro do Nascimento - 2011
  • Rádio Educadora – 55 anos de história – Josenir e Luciano Carneiro - 2014

Cordéis em Coletânea[editar | editar código-fonte]

  • Elói Teles fez escola e sua luta continua - 2000
  • Saudade - 2005
  • 10 cordéis nota 10 - 2016
  • Moraes Moreira – O mensageiro da alegria - 2020
  • Homenagem ao poeta Pedro Bandeira de Caldas - 2018
  • Tributo a Manoel Monteiro - 2014
  • Águas que contam histórias – Rios, caminho de povoamento - 2013
  • Versos de incentivo à leitura - 2012
  • Tradições do Cariri - 2010
  • Brasil Real – a outra face da moeda - 2008

Obras em livros e outras publicações[editar | editar código-fonte]

  • Cordel na sala de aula - ISBN: 85-235-0036-7
  • Cordel Canta Patativa - ISBN: 85-7529-109-92
  • A primeira vez: vinte e quatro autores - ISBN: 978-85-7160-421-6
  • Perdidos e achados: vinte autores - ISBN: 978-86-7160-457-5
  • Romaria de versos: mulheres cearenses autoras de cordel - ISBN: 978-85-7410-205-4
  • Segredo: dezoito autores - ISBN: 978-85-7160-477-3
  • Coroa de sonetos em homenagem a Gonçalo Ferreira da Silva - ISBN: 978-65-88870-05-1
  • O Boi Zebu e as formiga - ISBN: 978-65-5872-018-8

Matérias de jornais[editar | editar código-fonte]

  • Jornal Diário do Nordeste: Caderno Regional (pag. 3) - Matéria: Cariri tem primeira mulher na ABCL - Fortaleza, Ceará - domingo, 16 de janeiro de 2011. [4].
  • Jornal Diário do Nordeste: Caderno Cariri /Cultura (pag. 18) - Matéria: Josenir lacerda: “Eu vivo o cordel” - Fortaleza, Ceará - domingo, 16 de janeiro de 2011. [5].

Títulos, prêmios e homenagens[editar | editar código-fonte]

  • Medalha Academia Brasileira de Literatura de Cordel - Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC / Rio de Janeiro-RJ, 2010.
  • Homenagem - XII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ - Secretaria de Cultura do Ceará (SECULT/CE) / Fortaleza-CE, abril de 2017.
  • Medalha Elói Teles de Morais - Câmara Municipal de Crato – Prefeitura Municipal de Crato / Crato-CE, junho de 2018.
  • Comenda Patativa do Assaré - Secretaria de Cultura do Ceará (SECULT/CE) / Governo do Estado do Ceará / Assaré-CE, março de 2020
  • Homenagem – PROJETO CONTANDO E CANTANDO A MINHA TERRA - Secretaria de Educação / Prefeitura Municipal do Crato / Crato-CE, 2015
  • UNIFOR - Homenagem Cordel Brasileiro. [6].

Referências

  1. Mapa Cultural do Ceará, https://mapacultural.secult.ce.gov.br/agente/106408/, Governo do Estado do Ceará. Consultado em 08 de janeiro de 2024
  2. http://www.imeph.com.br/
  3. SECULT,https://www.secult.ce.gov.br/bienal-internacional-do-livro/, Governo do Estado do Ceará. Consultado em 08 de janeiro de 2024
  4. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/paywall-7.100?aId=1.756557, Diário do Nordeste. Consultado em 04 de abril de 2024
  5. https://mapacultural.secult.ce.gov.br/files/agent/106408/clipping_jornais_impressos_compressed.pdf, Mapa Cultural do Ceará, Consultado em 04 de abril de 2024
  6. https://g1.globo.com/ce/ceara/especial-publicitario/unifor/ensinando-e-aprendendo/noticia/2021/08/23/unifor-realiza-segunda-edicao-da-homenagem-cordel-brasileiro.ghtml, G1. Consultado em 04 de abril de 2024