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Sistema auditivo central[editar | editar código-fonte]

O sistema auditivo central é formado pelo nervo e córtex auditivo. De maneira geral, o sistema auditivo central é responsável por transferir os sinais neurais, por meio de nervos, até ao cérebro (córtex auditivo), para serem processados e, então, a informação obtida ser compreendida.

Visão geral do sistema[editar | editar código-fonte]

Anatomia do córtex auditivo.

O sistema auditivo pode ser amplamente dividido em duas partes principais: sistema auditivo periférico e sistema auditivo central. O sistema periférico é definido como o conjunto de órgãos responsáveis por captar e transmitir o som, e então, enviá-lo ao sistema auditivo central, para as vias auditivas.[1] O nervo auditivo é composto por fibras nervosas aferentes (sensoriais) e eferentes (motoras). Na via auditiva aferente, o cérebro recebe as informações originadas na medula espinhal e encaminham os impulsos nervosos do órgão de Corti ao cérebro. Na eferente, o cérebro envia os comandos para a medula espinhal e tronco encefálico.[2] De cada nível do sistema nervoso central, desde o córtex até a cóclea, partem fibras eferentes que chegam ao órgão de Corti. As fibras do nervo auditivo se dividem em dois ramos principais ao seguir para o tronco cerebral, caracterizando a tonotopia do núcleo coclear. Essas fibras penetram os núcleos cocleares bilateralmente no nível do bulbo e com seletividade preferencial, dependente dessa tonotopia.[1]

Níveis de processamento[editar | editar código-fonte]

O sistema auditivo central possui níveis de processamento, ocorrido dos órgãos auditivos periféricos ao córtex auditivo. Processa simultaneamente diferentes sinais acústicos com o objetivo de decodificar uma mensagem linguística. Seus princípios básicos possibilitam um mapeamento ordenado da função auditiva.[3]

Composto de níveis auditivos:[editar | editar código-fonte]

  1. Núcleos cocleares;
  2. Complexo olivar superior;
  3. Núcleos do lemnisco lateral;
  4. Colículo inferior;
  5. Corpo geniculado;
  6. Córtex auditivo.

Núcleos cocleares[editar | editar código-fonte]

É o primeiro nível central, em que o processamento do sinal acústico ocorre, ao nível do bulbo. Possui três divisões anatômicas e funcionais de cada lado, as quais recebem as fibras auditivas. Cada núcleo coclear recebe aferência apenas da orelha ipsilateral e participam individualmente de um aspecto funcional diferente, sendo elas: núcleo coclear dorsal e núcleo coclear ventral. No núcleo coclear dorsal há neurônios que ultrapassam o complexo olivar superior (COS) sem fazer sinapse e seguem direto para o culículo inferior (CI), sendo sua projeção bilateral e contralateral. O núcleo coclear ventral é divido em parte anterior e posterior. As fibras desses núcleos projetam-se para o próximo nível da via auditiva denominado complexo olivar superior (COS), também com projeção lateral e contralateral.[1][2]

Complexo olivar superior[editar | editar código-fonte]

O complexo olivar superior está na junção da ponte e bulbo. Alguns axônios cocleares cruzam para o lado oposto enquanto outros atingem o complexo olivar superior do mesmo lado. As fibras dos neurônios do núcleo coclear dorsal ultrapassam o complexo olivar superior sem com ele estabelecer sinapses, seguindo direto até o próximo estágio sináptico, colículo inferior, em uma conexão cruzada. O complexo olivar superior possui três divisões anatômicas com funções distintas: núcleo olivar superior lateral, núcleo olivar superior medial e núcleo do corpo trapezoide. Ambos recebem fibras provenientes dos núcleos cocleares ventrais, tanto cruzadas, como ipsilaterais, e emitem axônios que formam o nível a seguir, chamado lemnisco lateral.[1][3]

Núcleos do lemnisco lateral[editar | editar código-fonte]

O lemnisco lateral é um núcleo constituído de um conjunto de neurônios. Forma uma fita compacta de fibras dispostas de cada lado do plano mediano. É composto por fibras provenientes dos núcleos cocleares que farão sinapses no colículo inferior em ambos os lados. São grandes vias ascendentes da sensibilidade e possuem três núcleos, sendo eles: dorsal (aferência binaural), ventral (aferência contralateral) e medial (ipsilateral).[1][4]

Colículos inferiores[editar | editar código-fonte]

Estão localizados no mesencéfalo e inervados pelo lemnisco lateral. Todas as vias auditivas ascendentes convergem para o colículo inferior. Os colículos inferiores são responsáveis pela percepção do som, às estruturas relacionadas ao reconhecimento dos diferentes sons, pertencentes ao aspectro sonoro (variações da amplitude e frequência), e por fim, também exercem papel na identificação dos fonemas da fala.[1][4] Os neurônios do colículo inferior enviam seus axônios:

  • Ao geniculado medial (NGM) do tálamo, o qual, por sua vez, projeta-se ao córtex auditivo;
  • Ao colículo superior, onde ocorre a integração das informações auditiva e visual;
  • Ao cerebelo.

Corpo geniculado medial[editar | editar código-fonte]

Do colículo inferior, as fibras passam ao corpo geniculado medial, e então, partem ao córtex auditivo primário, no lobo temporal. As respostas a estímulos sonoros com tons puros são representadas por poucos potenciais durante os primeiros instantes de estimulação. As vias auditivas mantém conexões com o cerebelo. O corpo geniculado medial é dividido em: ventral e dorsal e medial. A parte ventral é seu núcleo principal, possui organização tonotópica com estrutura laminar, similar ao núcleo central do colículo inferior. Ambas conexões genicolo-corticais (aferentes) e córtico-geniculadas (eferentes) são sempre ipsilaterais. A parte dorsal e medial possuem funções de integração. Recebem entradas somatosensoriais, visuais e projeções auditivas.[1][5]

Colículo superior[editar | editar código-fonte]

O colículo superior implica-se na análise e filtração da informação auditiva ascendente até o córtex auditivo. Realiza funções reflexas relevantes para a sobrevivência e proteção do sistema auditivo.[1][4] E também é o centro de integração e regulação da informação auditiva desdente e ascendente:

  • Recebe a informação do receptor auditivo através dos núcleos cocleares;
  • Analisa essa informação e localiza o ponto de origem do som em que o indivíduo está inserido;
  • Envia informações processada a várias estruturas neuronais.
Representação das áreas 41 e 42 de Brodmann da área auditiva primária.

Córtex auditivo primário[editar | editar código-fonte]

A partir do bulbo, o som percorre todos os níveis auditivos, todas as estruturas vistas até então, até alcançar o córtex auditivo primário, localizado no lobo temporal. O córtex auditivo primário (AI e AII) é também chamado de Giro de Heschl ou, ainda, área 41 de Brodmann, e ocupa parte superior do lobo temporal em ambos os hemisférios.[1][6]

  • Área AI: situada no terço posterior do giro temporal superior (área 41 de Brodmann), adjacente a área de Wernicke.
  • Área AII: constitui a área de Brodmann (área secundária).

Áreas secundárias e terciárias[editar | editar código-fonte]

São áreas associativas do cérebro que contribuem para o processamento da informação auditiva. Elas podem ser sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes).

Representação das regiões do córtex auditivo primário e secundário.

Áreas: Secundárias (A2)[editar | editar código-fonte]

Apresentam conexão eferente com a via auditiva. Situa-se no lobo temporal, circulando a área auditiva primária e corresponde à área 42, de Brodmann. Responsável pela compreensão da palavra falada.[2][7]

Áreas Terciárias e Límbicas[8][editar | editar código-fonte]

Áreas de associação terciárias, apresentam conexão aferente com a via auditiva.

São subdivididas em:

  • Área pré-frontal: parte anterior não motora do lobo frontal, que, por sua vez, se liga com o sistema límbico;
  • Área temporoparietal: corresponde ao giro supramarginal e angular, que integra informações recebidas da área auditiva, visual e somestésica.

Áreas corticais de associações límbicas[editar | editar código-fonte]

Compreendem o giro do cíngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo. Estão relacionadas, principalmente, com a memória e com o comportamento emocional.[8]

O sistema auditivo, que possui as células ciliadas do Órgão de Corti, conectam-se com os neurônios bipolares do gânglio espiral, que por sua vez, possui fibras do ramo craniano, que terminam nos núcleos cocleares do bulbo, onde partem fibras nervosas que chegam até o tálamo. Os neurônios terciários comunicam-se com a área 41 do córtex.[8]

Referências

  1. a b c d e f g h i Paulucci, BP, 2005. Fisiologia da Audição. R1- ORL- HCFMUSP- 2005.
  2. a b c Gentil, F. Estudo biomecânico do ouvido médio. Capítulo 2 – Anatomia e fisiologia do ouvido, 2008, Tese de Doutoramento, FEUP.
  3. a b MACHADO, Sylvia (2003). Processamento Auditivo. São Paulo: Plexus Editora. pp. Capítulo 3 – Processamento Auditivo 
  4. a b c MACHADO, Angelo; HAERTEL, Lucia (2014). Neuroanatomia Funcional. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte.: Atheneu. pp. 163–175. ISBN 978-85-388-0457-4 
  5. MACHADO, Angelo; HAERTEL, Lucia (2014). Neuroanatomia Funcional. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte.: Atheneu. pp. 45–53. ISBN N 978-85-388-0457-4 Verifique |isbn= (ajuda) 
  6. QUEIROZ, D. S.; MOMENSOHN-SANTOS, T. M. Diferenças funcionais entre o córtex auditivo primário de homens e mulheres. In: Distúrbios da Comunicação. [S.l.], v.
  7. Sistemas coclear e vestibular. Desenvolvimento, Organização Anatômica. Vias e Conexões. Aspectos Funcionais e Aplicados. Luiza da Silva Lopes. FMRP-USP. Sem ano.
  8. a b c Telencéfalo III: córtex cerebral, o olho, o nervo óptico, o nervo olfatório, a substância branca, o sono/vigília, os pensamentos, a consciência, o aprendizado, as memórias e as emoções. [recurso eletrônico]. / Édisom de Souza Moreira. - Volta Redonda: UniFOA, 2017. v.21. p.249 Il