Usuário(a):Rodrigo Araújo Marinho Franco/Testes
Ciência da Rede |
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No estudo de ciência das redes, assortatividade ou correlação de graus é uma propriedade estrutural amplamente observada em redes do mundo real. A correlação de graus indica a relação entre os nós de uma rede, e é frequentemente definido como o coeficiente de correlação de Pearson[1]
Topologias de rede devido a correlação de graus
[editar | editar código-fonte]A partir do cálculo da correlação dos graus da rede estudada, é possível observar até três tipos de topologias diferentes, que irão impactar na forma como hubs (nós fortemente vinculados) se comportam na rede.
Rede Neutra (Neutral Network)
[editar | editar código-fonte]Em redes neutras, os hubs não possuem tendências a se conectar entre si e nem com nós de baixo grau, ao invés disso, possuem um número aleatório de arestas entre si. A rede elétrica é um exemplo de rede neutra. Nesse tipo de rede, a probabilidade de se ter uma aresta entre um nó com grau e , pode ser calculada a partir de:
Onde é o número de links (arestas) na rede.
Rede Assortativa (Assortative Network)
[editar | editar código-fonte]Em redes assortativas, os hubs tendem a se conectar entre si, evitando nós com grau baixo. Ao mesmo tempo, nós com grau baixo tendem a se conectar entre si. Redes sociais são exemplos de redes deste tipo.
Rede Dissassortativa (Disassortative Network)
[editar | editar código-fonte]Em redes dissassortativas, os hubs tendem a se conectar com nós de baixo grau. Um exemplo de rede deste tipo é a rede formada pelo mapa de interações de proteínas de fermento.
Formas de quantificar a correlação de graus
[editar | editar código-fonte]Existem diversas formas de verificar a correlação de graus em uma rede, ela pode ser quantificada na forma de uma matriz, função ou até mesmo um único número.
Matriz de correlação de graus
[editar | editar código-fonte]Uma das formas de observar a correlação de graus em uma rede é através da visualização da matriz de correção de graus [2]. Nesta matriz, cada elemento representa a probabilidade de se selecionar uma aresta aleatória, e nesta aresta encontrar um nó de grau em uma ponta, e grau na outra ponta.
Função de correlação de graus
[editar | editar código-fonte]Uma outra forma de observar a correlação de graus, é através da função de correlação de graus, a qual oferece uma forma mais simples de verificar a correlação em uma rede. Essa função pode ser calculada para todos os nós com grau , a partir de:
Onde é a probabilidade condicional de que seguindo uma aresta de um nó com grau , encontraremos um nó com grau .
- Em redes neutras, o gráfico de deve resultar em uma linha horizontal;
- Em redes assortativas, o gráfico de aumenta conforme o grau k vai aumentando;
- Em redes dissassortativas, o gráfico de diminui conforme o grau k vai diminuindo.
Podemos também aproximar a função de correlação de graus, escrevendo-a da seguinte forma:
Onde é a amplitude, e é o expoente de correlação. Utilizando essa aproximação, podemos verificar a correlação de graus a partir de :
- Se , a rede é assortativa;
- Se , a rede é neutra;
- Se , a rede é dissassortativa.
Coeficiente de correlação de graus
[editar | editar código-fonte]Também é possível determinar correlação de graus utilizando um único número, para tal, podemos usar o coeficiente de correlação de graus, proposto por Mark Newman[5], e que pode ser definido como:
Sendo:
Onde é probabilidade de se encontrar um nó com grau na rede, é o grau médio dos nós da rede e é calculado da mesma forma que os elementos () da matriz de correlação .
O coeficiente de correlação é um valor que está sempre no intervalo . De forma mais prática, assim como proposto por Newman[5], podemos reescrever a equação do coeficiente de correlação como:
Onde , são os graus dos nós nas pontas da i-ésima aresta da rede. Utilizando , podemos verificar a correlação de graus de acordo com o sinal do valor encontrado:
- Se , a rede é assortativa;
- Se , a rede é neutra;
- Se , a rede é dissassortativa.
Correlação de graus no mundo real
[editar | editar código-fonte]A tabela abaixo apresenta o coeficiente de correlação de graus , descrito na seção anterior, em diferentes tipos de redes.
Rede | |||
---|---|---|---|
Redes do mundo real | co-autoria de físicaa | 52909 | 0,363 |
co-autoria de biologiaa | 1520251 | 0,127 | |
co-autoria de matemáticab | 253339 | 0,120 | |
colaboração de atores de cinemac | 449913 | 0,208 | |
Diretores de uma empresad | 7673 | 0,276 | |
Internete | 10697 | -0,189 | |
World-Wide Webf | 269504 | -0,065 | |
Interações de Proteínasg | 2115 | -0,156 | |
Rede Neuralh | 307 | -0,163 | |
Modelos | Rede Aleatóriau | 0 | |
Barabási and Albertw | 0 |
Nesta tabela, os indíces representam: (a) redes de colaboração científica de físicos, biólogos[6] e (b) matemáticos [7]; (c) atores de filmes[8]; (d) empresários[9]; (e) conexões entre sistemas autônomos na internet[10]; (f) hyperlinks não direcionados entre páginas da Web em um único domínio[11]; (g) Interação proteína-proteína no fermento[12]; (h) Conexões sinápticas não direcionadas e sem peso de um nematóide[8]; (u) Rede aleatória produzida pelo modelo de Erdós and Rényi[13]; (w) Modelo de Barabási e Albert com acoplamento preferencial[11].
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Takemoto, Kazuhiro; Akutsu, Tatsuya (21 de junho de 2016). «Analysis of the Effect of Degree Correlation on the Size of Minimum Dominating Sets in Complex Networks». PLOS ONE (em inglês) (6): e0157868. ISSN 1932-6203. PMC 4915616. PMID 27327273. doi:10.1371/journal.pone.0157868. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Newman, M. E. J. (27 de fevereiro de 2003). «Mixing patterns in networks». Physical Review E (em inglês) (2). 026126 páginas. ISSN 1063-651X. doi:10.1103/PhysRevE.67.026126. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Barabási, Albert-László (2016). Network science. [S.l.]: Cambridge University Press
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- ↑ a b c Newman, M. E. J. (28 de outubro de 2002). «Assortative Mixing in Networks». Physical Review Letters (em inglês) (20). 208701 páginas. ISSN 0031-9007. doi:10.1103/PhysRevLett.89.208701. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Newman, M. E. J. (16 de janeiro de 2001). «The structure of scientific collaboration networks». Proceedings of the National Academy of Sciences (em inglês) (2): 404–409. ISSN 0027-8424. doi:10.1073/pnas.98.2.404. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Grossman, Jerrold W.; Ion, Patrick D. F. (1995). «On a Portion of the Well-Known Collaboration Graph». Congressus Numerantium: 129–131. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ a b Watts, Duncan J.; Strogatz, Steven H. (junho de 1998). «Collective dynamics of 'small-world' networks». Nature (em inglês) (6684): 440–442. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/30918. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Davis, Gerald F.; Yoo, Mina; Baker, Wayne E. (31 de julho de 2016). «The Small World of the American Corporate Elite, 1982-2001:». Strategic Organization (em inglês). doi:10.1177/14761270030013002. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Qian Chen; Hyunseok Chang; Govindan, R.; Jamin, S. (junho de 2002). «The origin of power laws in Internet topologies revisited»: 608–617 vol.2. doi:10.1109/INFCOM.2002.1019306. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ a b Barabási, Albert-László; Albert, Réka (15 de outubro de 1999). «Emergence of Scaling in Random Networks». Science (em inglês) (5439): 509–512. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.286.5439.509. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Jeong, H.; Mason, S. P.; Barabási, A.-L.; Oltvai, Z. N. (maio de 2001). «Lethality and centrality in protein networks». Nature (em inglês) (6833): 41–42. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/35075138. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Bollobás, Béla (2001). Random Graphs. Col: Cambridge Studies in Advanced Mathematics 2 ed. Cambridge: Cambridge University Press