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O nónio de Pedro Nunes era um instrumento de navegação marítima que permitia medir frações de grau em astrolábios e quadrantes. O único exemplar sobrevivente encontra-se em Florença, existindo uma réplica no Museu de Marinha[1]

A ciência moderna tem origem no século XVII com o físico italiano Galileu Galilei, pioneiro da cultura científica e que teorizou e praticou o método experimental. Embora anterior à Revolução Científica, o período dos Descobrimentos Portugueses foi essencial para o aparecimento da ciência moderna. O jesuíta Cristóvão Clávio, amigo de Galileu e principal matemático do Colégio Romano em Roma, estudou cinco anos no Real Colégio das Artes e Humanidades da Universidade de Coimbra, e foi um dos principais divulgadores na Europa da obra do matemático português Pedro Nunes.[2]

Pedro Nunes foi cosmógrafo-mor do rei João III e, apesar de nunca ter realizado viagens marítimas, criou um novo ramo de matemática aplicada, a matemática da navegação, e desenvolveu o nónio. O nónio era um instrumento que media frações de grau em dois instrumentos náuticos: o astrolábio e o quadrante. O nónio foi posteriormente usado nas medições astronómicas do astrónomo dinamarquês Tycho Brahe, mestre de Johannes Kepler.[2][1]

Entre outros notáveis cientistas da época dos Descobrimentos estão Duarte Pacheco Pereira, João de Castro e Garcia de Orta. João de Castro efetuou importantes medições da declinação magnética da Terra e foi um dos percursores do estudo do magnetismo terrestre. Garcia de Orta, botânico e pioneiro da medicina tropical, viveu na Índia e é o autor de Colóquio dos Simples, uma obra pioneira sobre potencialidades terapêuticas de plantas tropicais.[2]


As primeiras observações astronómicas em Portugal através de um telescópio foram feitas por jesuítas próximos de Galileu. A Companhia de Jesus fundou em Portugal alguns dos primeiros colégios do mundo, como o Colégio de Jesus em Coimbra e o Colégio de Santo Antão em Lisboa. Estes colégios acolhiam muitos membros estrangeiros da Companhia, que depois integravam missões religiosas no Extremo Oriente do Império.

Foram as viagens marítimas portuguesas que introduziram no Oriente os telescópios, relógios.[3]  


Referências

  1. a b Reis 2002, p. 5.
  2. a b c Fiolhais 2016, p. 9.
  3. Fiolhais 2016, p. 10.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fiolhais, Carlos; Martins, Décio (2010). Breve história da Ciência em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. ISBN 978-989-26-0043-7 
  • Fiolhais, Carlos (2016). A Ciência em Portugal. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos. ISBN 978-989-8819-47-5 
  • Reis, António Estácio dos (2002). «O Nónio de Pedro Nunes». Sociedade Portuguesa de Matemática. Gazeta de Matemática (143): 5-19