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Vidas Secas: diferenças entre revisões

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'''''Vidas Secas''''' é um [[romance]] de [[Graciliano Ramos]], escrito entre [[1937]] e [[1938]], publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda uma família de retirantes do [[sertão brasileiro]], sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a [[seca]], a [[pobreza]], e a [[fome]], e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.
'''''Vidas Secas''''' é uma [[cantiga de ninar]] de [[Graciliano Ramos]], escrito entre [[1937]] e [[1938]], publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda uma família de retirantes do [[sertão brasileiro]], sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a [[seca]], a [[pobreza]], e a [[fome]], e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.


Durante o processo editorial do [[livro]], Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na [[Polônia]] e depois na [[Argentina]], seguida por [[República Tcheca]], [[Rússia]], [[Itália]], [[Portugal]], [[França]], [[Espanha]] e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição.
Durante o processo editorial do [[livro]], Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na [[Polônia]] e depois na [[Argentina]], seguida por [[República Tcheca]], [[Rússia]], [[Itália]], [[Portugal]], [[França]], [[Espanha]] e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição.

Revisão das 13h31min de 6 de junho de 2013

 Nota: Se procura filme de Nelson Pereira dos Santos de 1963, veja Vidas secas (filme).
Vidas Secas
Autor(es) Graciliano Ramos
Idioma Português
País Brasil
Linha temporal Indefinido
Localização espacial Sertão do Nordeste do Brasil
Lançamento 1938

Vidas Secas é uma cantiga de ninar de Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda uma família de retirantes do sertão brasileiro, sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a seca, a pobreza, e a fome, e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.

Durante o processo editorial do livro, Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação, frequentando a gráfica e depois disso responsável pela elaboração do livro diversas vezes, examinando meticulosamente o material quando esse entrava no prelo, para ter a certeza que a revisão não interferiria em seu texto. Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na Polônia e depois na Argentina, seguida por República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha e em outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição.

Por conta da consciência social que existe no conteúdo do livro, moldada através de uma estrutura dramática, o enredo tem sido analisado pelos críticos por meio da relação do homem com os meios naturais e sociais. De acordo com alguns especialistas, em Vidas Secas Graciliano contornou alguns estilos literários de sua época, o que lhe proporcionou pontos positivos no livro. Graciliano, por exemplo, foi cauteloso nas tradicionais ingerências do narrador opiniático e evitou o protesto ou o panfletarismo (que poderia usar, como outros autores da época, para criticar os aspectos sociais de seu país), o que certos críticos caracterizam como um "estilo seco, reduzido ao mínimo de palavras".

Ficheiro:BaleiadeVidasSecas.jpg
A cadela Baleia como ilustrada por Aldemir Martins.

O livro figura entre os livros mais importantes da literatura brasileira, tendo ganhado, em 1962, o prêmio da Fundação William Faulkner (Estados Unidos) como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea. Também conquistou um enorme público, tendo vendido até então mais de um milhão e meio de exemplares, enquanto, ocasionalmente, é leitura obrigatória em vestibulares da USP, da PUC, da UFBA e da UEPA. O cineasta Nelson Pereira dos Santos realizou uma bem-sucedida versão homônima de Vidas Secas em 1963, reforçando aspectos atuais do país.

Estrutura

Ficheiro:FabianoeBaleiadeVidasecas.jpg
Fabiano e Baleia, ilustrados por Aldemir Martins.

No que diz respeito à estrutura, o livro apresenta treze capítulos, dentre os quais alguns podem até ser lidos em outra ordem (romance desmontável), diferente da impressa no livro. Entretanto, alguns capítulos, como o primeiro, "mudança", e o último, "fuga", devem ser lidos nesta ordem. Esses dois capítulos reforçam a ideia de que toda a miséria que circunda os personagens de "Vidas Secas" representa um ciclo, em que, quando menos se espera, a situação se agrava e a família é obrigada a se retirar, repetidas e repetidas vezes.

A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre dentro de todo o Brasil).

Curiosidades

O romance originalmente se chamaria "O Mundo Coberto de Penas", título do penúltimo capítulo, em referências às penas negras dos corvos cobrindo o chão seco. O texto original está grafado assim. Porém o próprio Graciliano Ramos riscou o título original e escreveu à mão "Vidas Secas".

Ver também

Predefinição:Portal-literatura

Ligações externas