Yes, Nós Temos Braguinha

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Braguinha desfilando pela Mangueira em 1984

Yes, Nós Temos Braguinha foi o enredo apresentado pela Estação Primeira de Mangueira no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 1984, o primeiro realizado na Passarela do Samba projetada por Oscar Niemeyer. A escola, a sétima a desfilar no dia 4 de março, tornou-se campeã do carnaval carioca pela 13ª vez, encerrando um jejum de títulos que durava desde 1973[1][2][3].

Enredo[editar | editar código-fonte]

O enredo em homenagem ao compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, foi criado pelo carnavalesco Max Lopes. Com poucos recursos, ele trabalhou num barracão próximo à Praça Onze que por muito tempo não tinha sequer um teto, tendo que torcer para que não chovesse. Foi a primeira vitória de Max no carnaval carioca[4].

O desfile[editar | editar código-fonte]

Pela primeira vez, as principais escolas de samba do Rio de Janeiro foram divididas em dois dias de desfiles, com sete escolas por dia. A divisão era uma antiga revindicação dos sambistas, assim como a construção definitiva de um local fixo para a realização da festa. Em setembro de 1983, o governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, e seu secretário de Cultura, Darcy Ribeiro, anunciaram a construção da Avenida dos Desfiles. Cinco meses depois, a estrutura foi inaugurada[5]

Coube à Mangueira encerrar o segundo dia de desfiles, na segunda-feira. Ao chegar á Praça da Apoteose, onde deveria acontecer a dispersão, a escola deu meia-volta e retornou para a concentração, levando todos os carros e somando três horas de apresentação[6][7][8].

Segundo Álvaro Luiz Caetano, que integrava a ala de compositores e mais tarde seria presidente da Mangueira, o retorno aconteceu porque a escola não tinha dinheiro para contratar pessoas para empurrar os carros alegóricos, então optou pelo caminho mais curto de volta para o barracão, próximo ao início da passarela[9].

Samba-enredo[editar | editar código-fonte]

O samba foi composto por Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá. O intérprete foi Jamelão[1]. Foi regravado por Jurandir no álbum 10 Anos de Samba-Enredo - GRES Estação Primeira de Mangueira[10].

Resultado[editar | editar código-fonte]

Na apuração, a Mangueira ficou em primeiro lugar no desfile de segunda-feira, somando 208 pontos, contra 201 da Mocidade Independente de Padre Miguel. Na classificação geral, ficou cinco pontos à frente da Portela, vencedora do desfile de domingo, e assim se sagrou supercampeã. Foi a primeira e única vez que o regulamento previu uma escola campeã para cada dia de desfile[11].

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

  • Enredo: Max Lopes
  • Carnavalesco: Max Lopes
  • Presidente: Djalma dos Santos
  • Diretores de harmonia: Xangô da Mangueira e Alberto Salles Pontes
  • Diretor de bateria: Taranta
  • 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Mocinha e Delegado[1]

Reedição[editar | editar código-fonte]

O enredo foi reeditado pela escola de samba infantil Mangueira do Amanhã mo carnaval de 2007[12], como forma de homenagear mais uma vez o compositor Braguinha, morto em 24 de dezembro de 2006[13].

Referências