Álvaro Coutinho Aguirre: diferenças entre revisões
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Álvaro Aguirre é filho de Arminda Coutinho e Antônio de Araújo Aguirre, engenheiro de rodagem, e neto de [[Henrique Coutinho|Henrique da Silva Coutinho]] (1815-1945), fazendeiro e governador do Espírito Santo. Casou-se com Eunice Coutinho, filha de Artur Coutinho D´ Alvarenga e Virgínia Nunes Coutinho. |
Nascido em Santa Teresa, no coração da Mata Atlântica capixaba, Álvaro Aguirre é filho de Arminda Coutinho e Antônio de Araújo Aguirre, engenheiro de rodagem, e neto de [[Henrique Coutinho|Henrique da Silva Coutinho]] (1815-1945), fazendeiro e governador do Espírito Santo por duas vezes. Casou-se com Eunice Coutinho, filha de Artur Coutinho D´ Alvarenga e Virgínia Nunes Coutinho. Cresceu em Niteroi, no Estado da Guanabara, e estudou no Rio de Janeiro, no [[Colégio Pedro II|Colégio Pedro II.]] Se formou como Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, hoje, Instituto de Agronomia, da [[Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro]] e foi pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas, [[CNPQ|CNPq]]. Trabalhou como Chefe de Seção de Pesquisas da extinta Divisão de Caça e Pesca do [[Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|Ministério da Agricultura]], e foi membro da [[Fundação Brasileira para Conservação da Natureza|Fundação Brasileira de Conservação para a Natureza]] e da Sociedade de Agronomia. |
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Álvaro Coutinho Aguirre teve a vida dedicada ao estudo da flora e da fauna do território brasileiro. Como Chefe de Seção de Pesquisas da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, empreendeu diversas expedições às diferentes regiões do país, com o intuito de estudar, pesquisar e catalogar a vida animal e botânica das matas brasileiras<ref>{{Citar periódico|ultimo=Travassos|primeiro=Lauro|ultimo2=Freitas|primeiro2=J. F. Teixeira de|data=1948-09|titulo=Relatório da excursão do Instituto Oswaldo Cruz ao norte do Estado do Espírito Santo, junto ao Parque de Reserva e Refugio Soóretama, em fevereiro e março de 1948|url=http://dx.doi.org/10.1590/s0074-02761948000300006|jornal=Memórias do Instituto Oswaldo Cruz|volume=46|numero=3|paginas=605–631|doi=10.1590/s0074-02761948000300006|issn=0074-0276}}</ref>. Das expedições foram produzidos inúmeros registros em artigos e livros das condições em que se encontravam as espécies, coletas para conservação em museus<ref>{{Citar periódico|ultimo=Strier|primeiro=Karen B.|ultimo2=Mendes|primeiro2=Sérgio L.|data=2011-11-14|titulo=The Northern Muriqui (Brachyteles hypoxanthus): Lessons on Behavioral Plasticity and Population Dynamics from a Critically Endangered Species|url=http://dx.doi.org/10.1007/978-3-642-22514-7_6|local=Berlin, Heidelberg|publicado=Springer Berlin Heidelberg|paginas=125–140|isbn=978-3-642-22513-0}}</ref> com o taxidermista [[Antonio Domingos Aldrighi]], ex-diretor do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, e documentação fotográfica do trabalho de campo e do modo de vida população do interior do país. |
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Álvaro C. Aguirre também foi responsável pela criação do Museu da Fauna, na [[Quinta da Boa Vista]], pertencente à [http://www.rio.rj.gov.br/web/riozoo Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro]. Grande parte dos animais taxidermizados foi doado ao [[Museu Nacional (Rio de Janeiro)|Museu Nacional]],<ref>{{Citar web|titulo=Fundação RIOZOO|url=http://www0.rio.rj.gov.br/pcrj/destaques/especial/riozoo.htm|obra=www0.rio.rj.gov.br|acessodata=2020-05-26}}</ref> e se perdeu com o incêndio de 2018.<ref>{{Citar web|titulo=O que foi perdido no incêndio do Museu Nacional?|url=https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-que-foi-perdido-no-incendio-museu-nacional.htm|obra=Brasil Escola|acessodata=2020-05-26|lingua=pt-br}}</ref> |
Álvaro C. Aguirre também foi responsável pela criação do Museu da Fauna, na [[Quinta da Boa Vista]], pertencente à [http://www.rio.rj.gov.br/web/riozoo Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro]. Grande parte dos animais taxidermizados foi doado ao [[Museu Nacional (Rio de Janeiro)|Museu Nacional]],<ref>{{Citar web|titulo=Fundação RIOZOO|url=http://www0.rio.rj.gov.br/pcrj/destaques/especial/riozoo.htm|obra=www0.rio.rj.gov.br|acessodata=2020-05-26}}</ref> e se perdeu com o incêndio de 2018.<ref>{{Citar web|titulo=O que foi perdido no incêndio do Museu Nacional?|url=https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-que-foi-perdido-no-incendio-museu-nacional.htm|obra=Brasil Escola|acessodata=2020-05-26|lingua=pt-br}}</ref> |
Revisão das 21h36min de 31 de maio de 2020
Álvaro Coutinho Aguirre (Santa Teresa, ES, 7 de julho de 1889 - Rio de Janeiro, RJ, 28 de dezembro de 1987) foi engenheiro agrônomo, zoólogo, naturalista e criador do primeiro parque de reserva e refúgio de animais silvestres, no Brasil, o Soóretama,[1][2] no estado do Espírito Santo. Se tornou referência na preservação da Mata Atlântica,[3] especificamente, do seu maior primata o muriqui - Mono Brachyteles arachnoids (E. Geoffroy), ao publicar no início dos anos 70 uma pesquisa sobre a situação da espécie.[4]
Biografia
Nascido em Santa Teresa, no coração da Mata Atlântica capixaba, Álvaro Aguirre é filho de Arminda Coutinho e Antônio de Araújo Aguirre, engenheiro de rodagem, e neto de Henrique da Silva Coutinho (1815-1945), fazendeiro e governador do Espírito Santo por duas vezes. Casou-se com Eunice Coutinho, filha de Artur Coutinho D´ Alvarenga e Virgínia Nunes Coutinho. Cresceu em Niteroi, no Estado da Guanabara, e estudou no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II. Se formou como Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, hoje, Instituto de Agronomia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e foi pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas, CNPq. Trabalhou como Chefe de Seção de Pesquisas da extinta Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, e foi membro da Fundação Brasileira de Conservação para a Natureza e da Sociedade de Agronomia.
Vida profissional
Álvaro Coutinho Aguirre teve a vida dedicada ao estudo da flora e da fauna do território brasileiro. Como Chefe de Seção de Pesquisas da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, empreendeu diversas expedições às diferentes regiões do país, com o intuito de estudar, pesquisar e catalogar a vida animal e botânica das matas brasileiras[5]. Das expedições foram produzidos inúmeros registros em artigos e livros das condições em que se encontravam as espécies, coletas para conservação em museus[6] com o taxidermista Antonio Domingos Aldrighi, ex-diretor do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, e documentação fotográfica do trabalho de campo e do modo de vida população do interior do país.
só puderam de espécimes a , e fotografou que fez pelos diversos biomas das regiões Documentou Álvaro Coutinho Aguirre empreendeu, no início da década de 1940, no norte do Espírito Santo a proteção de duas áreas - a Reserva Florestal Estadual do Barra Seca (1941), e o Parque de Refúgio de Animais Silvestres Sooretama, (1943) - concluída somente em 1982 e elevada à condição de Patrimônio Natural Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1999.[7] O maior bloco contínuo de vegetação remanescente de Mata Atlântica do estado do Espírito Santo é composta pela Reserva Natural Vale e pelas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (Mutum Preto e Recanto das Antas)[8]. São cerca de 53 mil hectares e o último refúgio da onça pintada (Panthera onca) no estado.[9] A Reserva Biológica de Soóretama está localizada a 178 km ao norte da capital Vitória, a 47 km ao norte da cidade de Linhares e 64 km ao sul da cidade de São Mateus, pela Rodovia Governador Mário Covas, BR-101 .
Álvaro C. Aguirre também foi responsável pela criação do Museu da Fauna, na Quinta da Boa Vista, pertencente à Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. Grande parte dos animais taxidermizados foi doado ao Museu Nacional,[10] e se perdeu com o incêndio de 2018.[11]
Aos 70 anos de idade, Álvaro Aguirre foi designado para percorrer reservas, fazendas, matas, após pesquisa em museus e na literatura, e identificar a situação do maior primata das Américas, o muriqui.[12] No início dos anos 70, Aguirre publicou o resultado da pesquisa que continha não apenas o percurso de milhares de quilômetros de jipe, mas entrevistas com caçadores, nativos e guias com os quais se embrenhou pelas matas, em busca de observação e estudo dos animais em vias de extinção. Esta publicação pela Academia Brasileira de Ciências, se tornou uma referência para os estudiosos dos primatas da Mata Atlântica.
Publicações
- O mono Brachyteles arachnoides (E. Geoffroy) 1 edition published in 1971 in Portuguese and held by 5 WorldCat member libraries worldwide
- As avoantes do Nordeste 1 ed in 1964 in Portuguese and held by 3 WorldCat member libraries worldwide
- A caça e a pesca no pantanal de mato grosso 2 ed between 1945 and 1958 in Portuguese and English and held by 2 WorldCat member libraries worldwide
- Catálogo das aves do Museu da Fauna by Brazil 2a parte in 1987 in Portuguese Museu da Fauna, Rio de Janeiro in Portuguese and held by 2 WorldCat member libraries worldwide com Antônio Domingos Aldrighi
- A caça e a pesca no Vale do Rio Doce: estado do Espirito Santo 2 ed published between 1939 and 1954 in Portuguese and held by 2 WorldCat member libraries worldwide
- Catálogo das aves do Museu Fauna [13]1 ed in 1983 in Portuguese and held by 1 WorldCat member library worldwide[14] com Antônio Domingos Aldrighi
- Contribuição a um plano visando a preservação da fauna 1 ed in 1967 in Portuguese and held by 1 WorldCat member library worldwide
- Distribuição, costumes e extermínio da "avoante" do nordeste, Zenaida auriculata noronha Chubb 1 ed in 1976 in Portuguese and held by 1 WorldCat member library [15]
Referências
- ↑ «Reserva Biológica de Sooretama - WikiParques». www.wikiparques.org. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Reserva Biológica de Sooretama». Wikipédia, a enciclopédia livre. 17 de maio de 2019
- ↑ TARDIN, Nilo. «Lixo ameaça vida na foz do Rio Doce. A Expedição Álvaro Aguirre, realizada no início deste mês, fez um inventário dos problemas que afetam a conservação ambiental do rio em terras capixabas.». www.ijsn.es.gov.br. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Alvaro Aguirre e a conservação dos muriquis». SAMBIO. 7 de maio de 2012. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ Travassos, Lauro; Freitas, J. F. Teixeira de (setembro de 1948). «Relatório da excursão do Instituto Oswaldo Cruz ao norte do Estado do Espírito Santo, junto ao Parque de Reserva e Refugio Soóretama, em fevereiro e março de 1948». Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 46 (3): 605–631. ISSN 0074-0276. doi:10.1590/s0074-02761948000300006
- ↑ Strier, Karen B.; Mendes, Sérgio L. (14 de novembro de 2011). «The Northern Muriqui (Brachyteles hypoxanthus): Lessons on Behavioral Plasticity and Population Dynamics from a Critically Endangered Species». Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg: 125–140. ISBN 978-3-642-22513-0
- ↑ «Reserva Biológica de Sooretama - WikiParques». www.wikiparques.org. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Reservas para o corredor». ((o))eco. 6 de agosto de 2007. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ Garbin, Mário L.; Saiter, Felipe Z.; Carrijo, Tatiana T.; Peixoto, Ariane L.; Garbin, Mário L.; Saiter, Felipe Z.; Carrijo, Tatiana T.; Peixoto, Ariane L. (dezembro de 2017). «Breve histórico e classificação da vegetação capixaba». Rodriguésia. 68 (5): 1883–1894. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/2175-7860201768521
- ↑ «Fundação RIOZOO». www0.rio.rj.gov.br. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «O que foi perdido no incêndio do Museu Nacional?». Brasil Escola. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «IEMA - Muriqui». iema.es.gov.br. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «IBGE | Biblioteca | Detalhes | Catalogo das aves do Museu da Fauna / Alvaro Coutinho Aguirre e Antonio Domingos Aldrighi. -». biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 31 de maio de 2020
- ↑ «Catálogo das aves do Museu Fauna. Primeira parte / Álvaro Coutinho Aguirre e Antonio Domingos Aldrighi». Smithsonian Institution (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Publicações Álvaro C. Aguirre». Consultado em 26 de maio de 2020
Ligações externas
- https://www.icmbio.gov.br/rebiosooretama/destaques/13-caminhada.html
- https://www.cbprimatologia2019.com.br/evento/cbpr2019/trabalhosaprovados/naintegra/2787
- https://linhares.es.gov.br/2011/05/24/Linhares-aprecia-a-historia-de-Alvaro-Coutinho-Aguirre/
- https://www.academia.edu/31692716/Mam%C3%ADferos_de_M%C3%A9dio_e_Grande_Porte_das_Florestas_de_Tabuleiro_do_Norte_do_Esp%C3%ADrito_Santo_Grupos_Funcionais_e_Principais_Amea%C3%A7as?auto=download
- https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81751986000300006&script=sci_arttext
- http://marcadaguafilmes.com.br/projects/o-muriqui-instituto-ipema/