Refugiados do Sudão: diferenças entre revisões
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O movimento de populações dentro e em torno do território do atual Sudão e os seus vizinhos por comércio, oportunidade, variações climáticas e conflitos não é exclusivo na história recente ou contemporânea. Porém esses movimentos se intensificaram e se tornaram mais concentrados relativamente por causa da prolongada guerra civil, da violência entre as várias populações ao longo de linhas étnicas e políticas, secas e fomes subsequentes na década de 1980, e provocaram emergências humanitárias e fome devido a resposta inadequada às crises anteriores pelas organizações internacionais de ajuda. Movimentos de pessoas também são inerentemente mais problemáticos através das fronteiras internacionais, que podem ser contraditórios com o fluxo natural da população dentro da região. <ref name="de Waal Masalit">{{citar periódico|último =de Waal|primeiro =Alex|título=Refugees and the Creation of Famine: The Case of Dar Masalit, Sudan|periódico=Journal of Refugee Studies|ano=1988|volume=1|páginas=129|doi=10.1093/jrs/1.2.127}}</ref> |
O movimento de populações dentro e em torno do território do atual Sudão e os seus vizinhos por comércio, oportunidade, variações climáticas e conflitos não é exclusivo na história recente ou contemporânea. Porém esses movimentos se intensificaram e se tornaram mais concentrados relativamente por causa da prolongada guerra civil, da violência entre as várias populações ao longo de linhas étnicas e políticas, secas e fomes subsequentes na década de 1980, e provocaram emergências humanitárias e fome devido a resposta inadequada às crises anteriores pelas organizações internacionais de ajuda. Movimentos de pessoas também são inerentemente mais problemáticos através das fronteiras internacionais, que podem ser contraditórios com o fluxo natural da população dentro da região. <ref name="de Waal Masalit">{{citar periódico|último =de Waal|primeiro =Alex|título=Refugees and the Creation of Famine: The Case of Dar Masalit, Sudan|periódico=Journal of Refugee Studies|ano=1988|volume=1|páginas=129|doi=10.1093/jrs/1.2.127}}</ref> |
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Em 1956, o Sudão se tornou um país independente, se esquivando da influência imperialista britânica, e assim, começa a ter em seu governo, representantes majoritariamente mulçumanos na região do norte, favorecendo o conflito presente, por contas das diferenças étnicas principalmente da região sul, a qual teve reações para com o governo, que no ano de 1983 decidiu impor as leis islâmicas por toda a extensão do país, ocorrendo nesse contexto, o surgimento da resistência armada ao governo SPLA/M (Sudanese People’s Liberation Army/Moviment)<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/j/ra/a/CmFchxjSmVvY5gWF3fJQKdt/?lang=pt&format=html |titulo=Conflitos recentes, estruturas persistentes: notícias do Sudão |data=2001 |acessodata=2021-11-10 |jornal=Revista de Antropologia |ultimo=Perrone-Moisés |primeiro=Beatriz |paginas=127–146 |lingua=pt |doi=10.1590/S0034-77012001000200004 |issn=0034-7701}}</ref> |
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O conflito então se estende até os dias atuais com guerras civis no Sudão do Sul e intrigas entre o Sudão. Como um país que está em crise desde sua independência e que vem desenvolvendo agravantes pela reconfiguração do espaço geográfico e da globalização, torna-se necessário analisar a inserção do Sudão no mundo, principalmente o destaque entre sua aliança com a Liga Árabe e com a OCI - Organização da Conferência Islâmica - que vem se posicionando em diferentes lados do conflito, além da ligação de sua localidade com as instabilidades políticas e algumas territorializações como a pluralidade de identidades culturais assim como os fundamentos religiosos, que são pontos importantes para o conflito que gera fluxos extremamente altos de refugiados.<ref>{{Citar periódico |url=https://revistaintellector.cenegri.org.br/index.php/intellector/article/view/91 |titulo=CONFLITO, DINÂMICA TERRITORIAL E O FENÓMENO DOS REFUGIADOS NO MUNDO GLOBALIZADO: O CASO DO SUDÃO |data=2007 |acessodata=2021-11-10 |jornal=Revista Intellector - ISSN 1807-1260 - [CENEGRI] |número=07 |ultimo=Silva |primeiro=Daniela Florêncio da |paginas=01–18 |lingua=pt |issn=1807-1260}}</ref> |
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Sendo um exemplo de complexidade e desigualdade em desenvolvimento, o Sudão apresenta refugiados como uma peça-chave, mostrando o mais alto grau de exclusão a que um indivíduo pode ser submetido, como o país está inserido em um processo de reconstrução de território o impacto ocasionado pelo fluxo de refugiados nos países de fronteira dificultam ainda mais a questão das crises humanitárias.<ref>{{Citar periódico |url=https://revistaintellector.cenegri.org.br/index.php/intellector/article/view/91 |titulo=CONFLITO, DINÂMICA TERRITORIAL E O FENÓMENO DOS REFUGIADOS NO MUNDO GLOBALIZADO: O CASO DO SUDÃO |data=2007 |acessodata=2021-11-10 |jornal=Revista Intellector - ISSN 1807-1260 - [CENEGRI] |número=07 |ultimo=Silva |primeiro=Daniela Florêncio da |paginas=01–18 |lingua=pt |issn=1807-1260}}</ref> |
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Revisão das 21h29min de 10 de novembro de 2021
Refugiados sudaneses são pessoas originárias do Sudão que buscam refúgio fora das fronteiras do seu país natal. Na história recente, o Sudão tem sido palco de conflitos prolongados e guerras civis, bem como alterações ambientais, nomeadamente a desertificação. Essas forças resultaram não só na violência e na fome, mas também na migração forçada de um elevado número da população sudanesa, tanto dentro como fora das fronteiras do país.
O movimento de populações dentro e em torno do território do atual Sudão e os seus vizinhos por comércio, oportunidade, variações climáticas e conflitos não é exclusivo na história recente ou contemporânea. Porém esses movimentos se intensificaram e se tornaram mais concentrados relativamente por causa da prolongada guerra civil, da violência entre as várias populações ao longo de linhas étnicas e políticas, secas e fomes subsequentes na década de 1980, e provocaram emergências humanitárias e fome devido a resposta inadequada às crises anteriores pelas organizações internacionais de ajuda. Movimentos de pessoas também são inerentemente mais problemáticos através das fronteiras internacionais, que podem ser contraditórios com o fluxo natural da população dentro da região. [1]
Em 1956, o Sudão se tornou um país independente, se esquivando da influência imperialista britânica, e assim, começa a ter em seu governo, representantes majoritariamente mulçumanos na região do norte, favorecendo o conflito presente, por contas das diferenças étnicas principalmente da região sul, a qual teve reações para com o governo, que no ano de 1983 decidiu impor as leis islâmicas por toda a extensão do país, ocorrendo nesse contexto, o surgimento da resistência armada ao governo SPLA/M (Sudanese People’s Liberation Army/Moviment)[2]
O conflito então se estende até os dias atuais com guerras civis no Sudão do Sul e intrigas entre o Sudão. Como um país que está em crise desde sua independência e que vem desenvolvendo agravantes pela reconfiguração do espaço geográfico e da globalização, torna-se necessário analisar a inserção do Sudão no mundo, principalmente o destaque entre sua aliança com a Liga Árabe e com a OCI - Organização da Conferência Islâmica - que vem se posicionando em diferentes lados do conflito, além da ligação de sua localidade com as instabilidades políticas e algumas territorializações como a pluralidade de identidades culturais assim como os fundamentos religiosos, que são pontos importantes para o conflito que gera fluxos extremamente altos de refugiados.[3]
Sendo um exemplo de complexidade e desigualdade em desenvolvimento, o Sudão apresenta refugiados como uma peça-chave, mostrando o mais alto grau de exclusão a que um indivíduo pode ser submetido, como o país está inserido em um processo de reconstrução de território o impacto ocasionado pelo fluxo de refugiados nos países de fronteira dificultam ainda mais a questão das crises humanitárias.[4]
Refugiados sudaneses [nota 1] | |
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População total | |
cerca de 5.5 milhões[5] | |
Regiões com população significativa | |
Sudão | 4.644.800[6] |
Egito | 4.113 [7] |
República Centro-Africana | 16.969 [7] |
Chade | 209.000 [7] |
República Democrática do Congo | 33.168 [7] |
Uganda | 47.401 [7] |
Quênia | 37.865 [7] |
Etiópia | 40.141 [7] |
Eritreia | 215 [7] |
Notas
- ↑ As estimativas do ACNUR 2011 inclui populações de origem não-sudanesa, principalmente refugiados de países vizinhos, o que representa cerca de 300.000 do número total de deslocados
Referências
- ↑ de Waal, Alex (1988). «Refugees and the Creation of Famine: The Case of Dar Masalit, Sudan». Journal of Refugee Studies. 1. 129 páginas. doi:10.1093/jrs/1.2.127
- ↑ Perrone-Moisés, Beatriz (2001). «Conflitos recentes, estruturas persistentes: notícias do Sudão». Revista de Antropologia: 127–146. ISSN 0034-7701. doi:10.1590/S0034-77012001000200004. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ Silva, Daniela Florêncio da (2007). «CONFLITO, DINÂMICA TERRITORIAL E O FENÓMENO DOS REFUGIADOS NO MUNDO GLOBALIZADO: O CASO DO SUDÃO». Revista Intellector - ISSN 1807-1260 - [CENEGRI] (07): 01–18. ISSN 1807-1260. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ Silva, Daniela Florêncio da (2007). «CONFLITO, DINÂMICA TERRITORIAL E O FENÓMENO DOS REFUGIADOS NO MUNDO GLOBALIZADO: O CASO DO SUDÃO». Revista Intellector - ISSN 1807-1260 - [CENEGRI] (07): 01–18. ISSN 1807-1260. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ Edwards, Jane Kani (2007). Sudanese Women Refugees: Transformations and Future Imaginings. New York: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-8077-9
- ↑ «UNHCR - Sudan». UNHCR
- ↑ a b c d e f g h «Migration in Sudan: A Country Profile 2011» (PDF). IOM International Organization for Migration
Bibliografia
- Flint, J. & de Waal, J. (2008). Darfur: a new history of a long war. New York: Zed Books.
- Abusharaf, R. (2009). Transforming displaced women in Sudan: politics and the body in a squatter settlement. Chicago: University of Chicago Press.
- Edwards, J. (2007). Sudanese women refugees: transformations and future imaginings. New York: Macmillan.