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Physalaemus cicada: diferenças entre revisões

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== Etimologia ==
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== Taxonomia e sistemática ==
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'''Filogenia'''

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== Distribuição geográfica e habitats ==
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== Biologia e história natural ==
A espécie ''Physalaemus cicada'' é caracterizada por apresentar tamanho médio, corpo esguio e ausência de gânglios inguinais visíveis, além de barriga com manchas marrons nas laterais do abdômen e na região da garganta. A região inguinal apresenta cor amarelada.<ref name=":0" />

==== Reprodução ====
Seu período de reprodução ocorre em época de chuvas. Nesse período os machos cantam parcialmente submersos. Seus ovos são depositados em ninhos de espuma formados em poças temporárias. Foram observados seus cantos nas primeiras horas da noite, das 18h às 21h, em outubro, novembro, janeiro e março, durante as chuvas.<ref name=":3" />

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==== '''Bioacústica''' ====
Esses animais são únicos dentro do gênero por apresentarem vocalização semelhante ao observado em cigarras: sons muito curtos compondo uma série longa de chamados. Sua vocalização pode ser encontrada na Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV) da Universidade Estadual de Campinas pelo link: '''https://www2.ib.unicamp.br/fnjv/collection.php?fnjv=31191'''

== Status de conservação ==
Esta espécie é listada como “Pouco Preocupante” pela IUCN, devido à sua ampla distribuição, presumível grande população e o fato que é pouco provável que ela esteja diminuindo suficientemente rápido para se qualificar para listagem em uma categoria mais ameaçada, embora seja uma espécie rara na sua ampla distribuição (Arzabe e Silvano 2004).<ref name=":1" />


==Referências==
==Referências==

Revisão das 20h46min de 4 de dezembro de 2023

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPhysalaemus cicada

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Leptodactylidae
Género: Physalaemus
Espécie: P. cicada
Nome binomial
Physalaemus cicada
Bokermann, 1966

Physalaemus cicada é uma espécie de anfíbio da família Leptodactylidae. É endémica do Brasil. Os seus habitats naturais são: savanas áridas, savanas húmidas e marismas intermitentes de água doce.[1]

Está ameaçada por perda de habitat.[1]

Etimologia

Physalaemus tem sua origem do grego: Physal = fole ou bexiga; laemus = garganta, remetendo ao que acontece com o saco vocal da espécie, que infla bastante durante a sua vocalização [2]. O seu epíteto específico cicada é derivado do inglês, que significa cigarra. Isso devido à característica peculiar de sua vocalização, única dentro do gênero, semelhante ao canto de cigarras.

Taxonomia e sistemática

O gênero Physalaemus (Fitzinger, 1896) é caracterizado por características relacionadas à textura da pele, diversas características osteológicas e modo reprodutivo. [3]

Filogenia

Conforme analisado por Bolsoni et al. (2015), a posição filogenética de Physalaemus cicada é incerta, mas há indícios de que ele faça parte do clado Cuvieri. [4]

Distribuição geográfica e habitats

A espécie é encontrada em áreas abertas na Caatinga (estados de Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), Cerrado e Mata Atlântica (estado de Minas Gerais). Habita regiões parcialmente submersas, próximas à água ou à vegetação aquática em lagoas temporárias e/ou lênticas. Nessas regiões, depositam ninhos de espuma. As larvas se desenvolvem em poças temporárias[5][3][6]. Os ambientes mais comuns em ordem de preferência são: buracos, solo exposto e parcialmente submergidos na água.[7]

Biologia e história natural

A espécie Physalaemus cicada é caracterizada por apresentar tamanho médio, corpo esguio e ausência de gânglios inguinais visíveis, além de barriga com manchas marrons nas laterais do abdômen e na região da garganta. A região inguinal apresenta cor amarelada.[3]

Reprodução

Seu período de reprodução ocorre em época de chuvas. Nesse período os machos cantam parcialmente submersos. Seus ovos são depositados em ninhos de espuma formados em poças temporárias. Foram observados seus cantos nas primeiras horas da noite, das 18h às 21h, em outubro, novembro, janeiro e março, durante as chuvas.[7]

Dieta

A análise do conteúdo gastrointestinal de P. cicada, demonstrou que a espécie alimenta-se principalmente de Formicidae (formigas) e Isoptera (cupins), podendo ser classificados como especialistas em Isoptera. A dieta, no entanto, varia nas estações de chuva ou seca, sendo que durante os períodos chuvosos, é indicado que haja preferência da espécie por Formicidae. Em volume menor, P. Cicada pode se alimentar de Orthoptera, Coleoptera, e, raramente, Chilopoda, Araneae, Thysanura, Acari, Hemiptera e outros artrópodes[6]

Bioacústica

Esses animais são únicos dentro do gênero por apresentarem vocalização semelhante ao observado em cigarras: sons muito curtos compondo uma série longa de chamados. Sua vocalização pode ser encontrada na Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV) da Universidade Estadual de Campinas pelo link: https://www2.ib.unicamp.br/fnjv/collection.php?fnjv=31191

Status de conservação

Esta espécie é listada como “Pouco Preocupante” pela IUCN, devido à sua ampla distribuição, presumível grande população e o fato que é pouco provável que ela esteja diminuindo suficientemente rápido para se qualificar para listagem em uma categoria mais ameaçada, embora seja uma espécie rara na sua ampla distribuição (Arzabe e Silvano 2004).[5]

Referências

  1. a b c (em inglês) Arzabe, C. & Silvano, D. (2004). Physalaemus cicada (em inglês). IUCN 2006. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2006. Página visitada em 22 de Julho de 2007.
  2. Vaucher, C. (1990). «Polystoma cuvieri n. sp. (Monogenea: Polystomatidae) a Parasite of the Urinary Bladder of the Leptodactylid Frog Physalaemus cuvieri in Paraguay». The Journal of Parasitology (4): 501–504. ISSN 0022-3395. doi:10.2307/3282828. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  3. a b c Benício, Ronildo Alves; Da Silva, Guilherme Ramos; Fonseca, Mariluce Gonçalves (1 de agosto de 2012). «Physalaemus cicada Bokermann, 1966 (Anura: Leiuperidae): distribution extension». Check List (4). 630 páginas. ISSN 1809-127X. doi:10.15560/8.4.630. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  4. Lourenço, Luciana B.; Targueta, Cíntia P.; Baldo, Diego; Nascimento, Juliana; Garcia, Paulo C. A.; Andrade, Gilda V.; Haddad, Célio F. B.; Recco-Pimentel, Shirlei M. (1 de novembro de 2015). «Phylogeny of frogs from the genus Physalaemus (Anura, Leptodactylidae) inferred from mitochondrial and nuclear gene sequences». Molecular Phylogenetics and Evolution: 204–216. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2015.06.011. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  5. a b Linares, Antônio; Mello, Humberto (12 de janeiro de 2011). «Physalaemus cicada Bokermann, 1966 (Anura: Leiuperidae): Distribution extension with new south limit and geographic distribution map». Check List (em inglês) (6): 859–861. ISSN 1809-127X. doi:10.15560/7.6.859. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  6. a b Santana, A. S.; Juncá, F. A. (fevereiro de 2007). «Diet of Physalaemus cf. cicada (Leptodactylidae) and Bufo granulosus (Bufonidae) in a semideciduous forest». Brazilian Journal of Biology (em inglês): 125–131. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842007000100017. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  7. a b PROTÁZIO, ARIELSON; PROTÁZIO, AIRAN; MESQUITA, DANIEL (201). «Niche partitioning between two Physalaemus species (Anura, Leptodactylidae) in semiarid Caatinga in Northeast Brazil». North-Western Journal of Zoology (1). Consultado em 4 de dezembro de 2023 
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