Abrigo Dom Pedro II

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Abrigo Dom Pedro II
Abrigo Dom Pedro II
Abrigo Dom Pedro II, Salvador, BA.
Tipo casarão histórico
Inauguração século XIX
Geografia
País  Brasil
Cidade Salvador
Coordenadas 12° 56' 08" S 38° 30' 31" O

O Abrigo Dom Pedro II é uma instituição mantenedora de idosos de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia. Foi inaugurado em 1887 com o nome de Asilo de Mendicidade Santa Isabel, e é administrado pela Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) de Salvador.[1] O antigo prédio, localizado na Avenida Luís Tarquínio, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1978, através do processo n.º 983.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Segundo documentações do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), o imóvel pertencia à Antônio Gonçalves Gravatá em 1859 e foi vendido ao comendador Francisco Xavier Machado. A residência construída na primeira metade do século XIX, e conhecida como Palacete Machado, teria sido a maior residência da Bahia à época, onde teriam morado um embaixador português e o primeiro diretor do Banco do Brasil.[3][4][5]

Cerâmica

O Governo da Bahia adquiriu o imóvel em 1877, para atender melhor as pessoas carentes que estavam amparadas no Asylo de Mendicidade, sob a direção do Hospital de Lázaro. Mas em 1878, foi decidido transferir somente os mendigos para o palacete, permanecendo os morféticos no Hospital de Lázaro. Após ajustes e criação de novos pavilhões para receber o asilo, em 1887 foi inaugurado como Asilo de Mendicidade Santa Isabel, passando a ser chamado de Abrigo D. Pedro II em 18 de Junho de 1943. Foi tombado pelo IPHAN em 1978, recebendo tombo histórico (Inscrição 478/1980) e tombo de belas artes (Inscrição 542/1980).[3][4][6][7]

Devido a dificuldades de conservação do prédio e de funcionamento como asilo de idosos, em 2018 o funcionamento do abrigo foi transferido para outro endereço.[8]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Colunas

Edifício construído a partir de um solar urbano do século XIX, é composto por um bloco em três lances, um central e dois laterais, com ligações para circulação, sendo os lances laterais uma edificação posterior, feita com o propósito de acolher os asilados.[9] As obras de ampliação e ornamentação, que contaram com contribuição financeira da Princesa Isabel, tiveram duração de nove anos (1882-1891).[9] Na construção, foram utilizadas pedras extraídas do recife existente ao fundo do palacete.[9] O edifício é precedido de um átrio gradeado com colunas, estátuas neoclássicas e jarros de louça da fábrica de Santo Antônio do Porto.[6]

O conjunto contém ainda uma capela com altar neoclássico, de meados do século XIX. O tombamento inclui o parque arborizado, as cerâmicas e as estátuas. Com cômodos de grandes dimensões, ainda preserva retratos a óleo, uma mesa de jacarandá e as armas do Império do Brasil em relevo dourado dentro de seu salão nobre. O chafariz que estava localizado à frente da edificação estava interligado ao sistema de chafarizes implementado em Salvador em 1855.[4][6][10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «SEMPS». Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza 
  2. «IPHAN». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 11 de julho de 2021 
  3. a b «Abrigo Dom Pedro II». Ministério Público do Estado da Bahia. Em 06/06/2013. 
  4. a b c «Abrigo Dom Pedro II, Salvador». www.cidade-salvador.com. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  5. «Revistas do IPHAN - DocReader Web». docvirt.com. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  6. a b c «Abrigo Dom Pedro II». Site Ipatrimônio. Consultado em 12 de julho de 2021 
  7. «:::[DocPro ]:::». memoria.bn.br. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  8. «Abrigo Dom Pedro II». Jornal A Tarde. Em 19/06/2018. 
  9. a b c «Envelhecer em Salvador: uma página da história (1850 –1900)» (PDF). RI UFBA. Em 2010. p. 173 
  10. «Chafariz do Palacete Machado». www.cidade-salvador.com. Consultado em 6 de agosto de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Trechos deste artigo foram retirados do website do IPatrimônio, publicado sob licença Creative Commons Attribuição (BY) v1.0.