Actinomyces

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaActinomyces

Classificação científica
Domínio: Bacteria
Filo: Actinobacteria
Ordem: Actinomycetales
Subordem: Actinomycineae
Família: Actinomycetaceae
Gênero: Actinomyces
Espécies
A. bovis

A. bowdenii
A. canis
A. cardiffensis
A. catuli
A. coleocanis
A. dentalis
A. denticolens
A. europaeus
A. funkei
A. georgiae
A. gerencseriae
A. graevenitzii
A. hongkongensis
A. hordeovulneris
A. howellii
A. humiferus
A. hyovaginalis
A. israelii
A. marimammalium
A. meyeri
A. naeslundii
A. nasicola
A. neuii
A. odontolyticus
A. oricola
A. pyogenes
A. radicidentis
A. radingae
A. slackii
A. streptomycini
A. suimastitidis
A. suis
A. turicensis
A. urogenitalis
A. vaccimaxillae
A. viscosus

Actinomyces é um gênero de actinobactérias gram-positivas, anaeróbias ou anaeróbias facultativas, não formam esporos, e, enquanto as bactérias individuais são esféricas (cocos), as colônias formam estruturas semelhantes às hifas dos fungos.[1] São capazes de reduzir nitratos e nitritos. Foram definidos por Harz em 1877. Quinze espécies são flora normal das mucosas humanas e seis são patógenos oportunistas, especialmente de inflamações bucais.[2]

Algumas espécies são responsáveis pelo cheiro da terra e planta, particularmente perceptível após cortar a grama e depois de uma chuva.[3] Eles produzem uma série de enzimas que degradam que a lignina e a quitina de materiais orgânicos vegetais, e assim sua presença é importante para a formação de compostas vegetais.

Cultivo[editar | editar código-fonte]

A.israelii em microscópio eletrônico

Podem ser coletadas da pele e mucosas de mamíferos e crescem lentamente em culturas sob condições anaeróbias. As colônias parecem brancas, com a superfície de cúpula que pode se tornar irregular quando a incubação dura mais de uma semana. Nos casos típicos aparecem formas filamentosas delicadas, semelhante a hifas fúngicas, quando detectado em amostras clínicas ou isolado em cultura.[4]

Patologias[editar | editar código-fonte]

Biópsia de micetoma actinomicótico (tinção H&E)

Actinomyces israelii é o mais frequente causador de actinomicose, mas cinco outros (A. gerencseriae, A. naeslundii, A.viscosus, A. odontolyticus e A. meyeri) também podem causá-la com os mesmos sintomas. Esta doença é caracterizada pela formação de abcessos fibrosos geralmente e, sinergia com outras bactérias na boca, tubo digestivo, pulmões ou o trato genital feminino e que são muito parecidos com neoplasias (tumores) em exames por imagem. Raramente também podem infectar pele, ossos ou sistema nervoso central.[5]

Infecções na boca geralmente estão associadas à má higiene, lesões na gengiva e procedimentos dentais recentes. Causam abcessos dolorosos, fibrosos, que crescem e danificam os dentes. Com o tempo podem formar grânulos amarelos endurecidos descritos como similares a "pedras de enxofre" (mas que não contem enxofre).[6]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O tratamento de escolha para actinomicoses profundas é feito com penicilina em altas doses, penicilina G intravenosa no primeiro mês e outra penicilina oral por mais 6 a 12 meses, é importante para garantir a penetração do fármaco aos grânulos e evitar reincidências e resistência. Resultados terapêuticos podem ser insatisfatórios quando há presença de espécies bacterianas resistentes concomitantes.[2]

Por sua aparência, frequentemente são confundidos com tumores ou micoses e tratados erroneamente.

Referências

  1. Holt, John G. (1994). Bergey's Manual of Determinative Bacteriology (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 9780683006032 
  2. a b McNeil, M.D., Michael M.; Schaal, Klaus P. «Actinomyces species (Actinomycoses)- Infectious Disease and Antimicrobial Agents». www.antimicrobe.org. antimicrobe. Consultado em 30 de novembro de 2017 
  3. Elliott, Debbie (11 de agosto de 2007). «The Sweet Smell of Rain». NPR.org (em inglês) 
  4. Sánchez Hernández, José Antonio; Mercado Carrillo, Noé Ángel; Chilaca Rosas, Fátima; José Antonio, Rivera Tapia (2004). «Uso del DIU asociado a la infección secundaria por Actinomyces en tracto genital femenino». Revista Española de Patologia 
  5. Madigan, Michael T.; Martinko, John M. (2006). Brock Biology of Microorganisms (em inglês). [S.l.]: Pearson Prentice Hall. ISBN 9780131443297 
  6. «Manual of clinical microbiology.». www.ncbi.nlm.nih.gov. NLM Catalog - NCBI. Consultado em 30 de novembro de 2017