Aglomerado de galáxias

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Imagem composta de cinco galáxias agrupadas apenas 600 milhões de anos após a criação do universo, no Big Bang.[1]

Um aglomerado de galáxias é uma estrutura que consiste de um número entre centenas e milhares de galáxias mantidas agrupadas pela gravidade.[1] Eles são as maiores estruturas conhecidas que estão gravitacionalmente reunidas no Universo e eram as maiores estruturas conhecidas no Universo até os anos 1980, quando os superaglomerados foram descobertos.[2]

Uma das características principais dos aglomerados é o meio intra-aglomerado, ou ICM, na denominação em inglês. O ICM consiste de gás aquecido entre as galáxias, a uma temperatura da ordem de 7-9 keV. Os aglomerados de galáxias não devem ser confundidos com aglomerados estelares, como os aglomerados abertos, que são estruturas de estrelas “dentro” das galáxias, ou os aglomerados globulares, que tipicamente orbitam as galáxias. Pequenos agregados de galáxias são chamados de grupos de galáxias, em vez de aglomerados de galáxias. Os grupos e aglomerados podem por sua vez se reunirem para formar superaglomerados.

Aglomerados de galáxias notáveis no Universo relativamente próximo incluem os Aglomerados de Virgem, Fornax, Hércules e Coma Berenices. Um agregado muito grande de galáxias conhecido como o Grande Atrator, dominado pelo Aglomerado do Esquadro, tem massa suficiente para afetar a expansão local do Universo. Aglomerados de galáxias notáveis no Universo distante e com alto desvio para o vermelho incluem SPT-CL J0546-5345 e SPT-CL J2106-5844, os mais massivos aglomerados de galáxias já encontrados no Universo. Nos últimos anos, eles também foram considerados locais relevantes de aceleração de partículas, uma característica que foi descoberta pela observação de emissões difusas de rádio não térmicas, como halos de rádio e relíquias de rádio (radio relics). Utilizando-se o Observatório de raios-X Chandra, estruturas como frentes frias, ondas de choque e mini-halos também foram encontradas em muitos aglomerados de galáxias.

Propriedades básicas

Os aglomerados de galáxia possuem tipicamente as seguintes propriedades:

  • Eles contêm de 50 a 1 000 galáxias, gás quente emissor de raios-X e grandes quantidades de matéria escura.[3] Detalhes são discutidos na seção “Composição”.
  • A distribuição desses três componentes é aproximadamente a mesma no aglomerado.
  • Eles possuem massas totais de 1014 a 1015 massas solares.
  • Eles tipicamente têm um diâmetro de 2 a 10 Mpc.
  • A distribuição de velocidades para as galáxias individualmente é de cerca de 800–1000 km/s.

Composição

Há três componentes principais em um aglomerado de galáxias, conforme mostrado abaixo:

Nome do componente Fração da massa Descrição
Galáxias 1% Em observações óticas somente as galáxias são visíveis.
Gás intergaláctico em meio intra-aglomerado (ICM) 9% Plasma entre as galáxias a alta temperatura – emite raios-X pelo mecanismo térmico bremsstrahlung.
Matéria escura 90% Componente mais massivo, não pode ser detectado oticamente, sendo inferido pelas interações gravitacionais.

Lista

Ver artigo principal: Lista de aglomerados de galáxias
Aglomerado de galáxias Abell 2744 – galáxias extremamente distantes reveladas por lente gravitacional (16 de outubro de 2014).[4][5]

Galeria

Referências

  1. a b «Hubble Pinpoints Furthest Protocluster of Galaxies Ever Seen». ESA/Hubble Press Release. Consultado em 13 de janeiro de 2012 
  2. Kravtsov, A. V.; Borgani, S (2012). «Formation of Galaxy Clusters». Annual Review of Astronomy and Astrophysics. 50. 353 páginas. Bibcode:2012ARA&A..50..353K. arXiv:1205.5556Acessível livremente. doi:10.1146/annurev-astro-081811-125502 
  3. http://chandra.harvard.edu/xray_sources/galaxy_clusters.html
  4. a b Clavin, Whitney; Jenkins, Ann; Villard, Ray (7 January 2014). «NASA's Hubble and Spitzer Team up to Probe Faraway Galaxies». NASA. Consultado em 8 de janeiro de 2014  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Chou, Felecia; Weaver, Donna (16 October 2014). «RELEASE 14-283 - NASA's Hubble Finds Extremely Distant Galaxy through Cosmic Magnifying Glass». NASA. Consultado em 17 de outubro de 2014  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. Loff, Sarah; Dunbar, Brian (10 February 2015). «Hubble Sees A Smiling Lens». NASA. Consultado em 10 de fevereiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  7. «Magnifying the distant Universe». ESA/Hubble Picture of the Week. Consultado em 10 de abril de 2014