Almerinda Farias Gama

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Almerinda Farias Gama
Nascimento 16 de maio de 1899
Maceió, Alagoas, Brasil
Morte 13 de março de 1999 (99 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileira
Ocupação Advogada, sindicalista e política

Almerinda Farias Gama (Maceió, 16 de maio de 1899Rio de Janeiro, 31 de março de 1999) foi uma advogada, sindicalista e política brasileira.

Almerinda foi uma das primeiras mulheres negras a atuar na política brasileira e tem um importante papel na história da militância feminista no Brasil, dentro e fora dos sindicatos.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida na capital alagoana em 1899, Almerinda mudou-se para Belém ainda criança, depois da morte do pai e foi criada por uma de suas tias. Trabalhou como datilógrafa e também escreveu crônicas para o jornal A Província. Casou-se e teve um filho, mas perdeu a criança ainda na infância e acabou ficando viúva em 1926, quando o marido foi vitimado pela tuberculose. Mudou-se em 1929 para o Rio de Janeiro por uma questão trabalhista, ao descobrir que um colega homem ganhava 300 réis para o mesmo trabalho que ela fazia por 200 réis. Assim, ela decidiu trabalhar em um lugar onde pudesse ser melhor paga. Pouco depois de chegar, ela se tornou presidente do Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos. Apoiou a campanha de Bertha Lutz para a presidência da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.[3]

Na capital fluminense, Almerinda formou-se advogada, e envolveu-se de vez nas lutas políticas e feministas. Foi presidente da Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino e figura engajada na conquista do direito ao voto pelas mulheres. Como representante classista, acabou sendo indicada, em 1933, como delegada na votação que escolheu os integrantes da Assembleia Constituinte que elaboraria uma nova Constituição para o Brasil. Junto de Carlota Pereira de Queirós foram as únicas mulheres na Assembleia Constituinte constituída em 1933.[4][5]

Candidatou-se a deputada federal em 1934, mas não se elegeu.[6] Foi dirigente do Partido Socialista Proletário do Brasil, ao lado de Plínio Gomes de Mello, Vasco Carvalho de Toledo, Waldemar Reikdal, João Vitaca, Sabbatino José Casini, Euclides Vieira Sampaio, Orlando Ramos e Carlos Nogueira Branco.[7]

Em 1992, quando morava na zona suburbana do Rio de Janeiro, deu sua última entrevista.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Almerinda morreu em 13 de março de 1999, na capital fluminense.[8]

Em 2016, a prefeitura de São Paulo instituiu o Prêmio Almerinda Farias Gama para distinguir iniciativas na área de comunicação ligadas à defesa da população negra.[9]


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Referências

  1. a b Silva, Enaura Quixabeira Rosa; Bomfim, Edilma Acioli (2007). «Dicionário mulheres de Alagoas ontem e hoje». Maceió: UFAL. p. 27. ISBN 9788571773530 
  2. «Almerinda Farias Gama». Mulher 500 anos. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  3. «16 de maio de 1899: nasce Almerinda Farias Gama, pioneira na presença de mulheres negras no sindicalismo e na política brasileira». Democracia e Mundo do Trabalho em Debate. Consultado em 11 de novembro de 2023 
  4. «Pioneiras de 34 eram apenas duas» (PDF). Senado do Brasil. Consultado em 11 de novembro de 2023 
  5. Veiga, Edison (23 de novembro de 2023). «Almerinda Farias Gama: uma datilógrafa negra na Constituinte». DW. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  6. «Almerinda Farias Gama». FGV - CPDOC. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  7. «Memória: Plínio Mello». Teoria e Debate. Consultado em 23 de novembro de 2023 
  8. Marques, Teresa Cristina de Novaes (2018). «Enfim, eleitoras». O voto feminino no Brasil 2ª ed. Brasília: Edições Câmara. p. 76. ISBN 9788540206823 
  9. «Edital de concurso cultural n.º 02/SMPIR/2016» (PDF). Prefeitura da Cidade de São Paulo. Consultado em 23 de novembro de 2023