António Baião

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António Baião
Nome completo António Eduardo Simões Baião
Nascimento 10 de outubro de 1878
Ferreira do Zêzere, Portugal
Morte 21 de maio de 1961 (82 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Historiador e pedagogo

António Eduardo Simões Baião (Alqueidão de Santo Amaro, Beco, Ferreira do Zêzere, 10 de Outubro de 1878Lisboa, 21 de Maio de 1961), mais conhecido por António Baião, foi um conservador-arquivista, historiador e pedagogo português.

Baião foi o 48.° e último guarda-mor da Torre do Tombo de 1908 a 1910 e seu 1.° director de 1910 a 1949. Publicou algumas centenas de artigos sobre temas diversos da História de Portugal, com destaque para a historiografia da Inquisição em Portugal e nos seus domínios coloniais.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fez os seus estudos primários na terra natal e os secundários no colégio jesuíta de São Fiel (Louriçal do Campo) e em Santarém, inscrevendo-se depois no curso de Direito da Universidade de Coimbra, que concluiu em 1900. Terminado o curso, empregou-se como professor provisório do Liceu de Santarém, cargo que manteve por um curto período de tempo. Nos anos imediatos leccionou nas escolas industriais e comerciais de Machado de Castro e de Ferreira Borges, sempre como professor provisório.[carece de fontes?]

Em 1902 iniciou funções no Arquivo da Torre do Tombo como 2.º conservador, passando a 1.º conservador em 1906. Ascendeu a guarda-mor da Torre do Tombo em 1908 e a director em 1910, cargo em que permaneceu até se reformar (1949).

Foi sócio efetivo (1920) da Academia das Ciências de Lisboa, de que chegou a ser vice-secretário geral, e foi diretor dos Portugaliae Monumenta Historica, para além de ter sido sócio da Academia Portuguesa de História desde a refundação de 1936, da qual foi 2º vice-presidente, 1º vice-presidente e presidente interino.

Entre 1903 e 1905 foi director da Revista Pedagógica, dedicando-se a temas da área das ciências da educação. Colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente nos Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais[3] (1931-1936), no Boletim cultural e estatístico[4] (1937), na Revista de Arqueologia [5] (1932-1938) e na revista Serões[6] (1901-1911). E colaborou, ainda, na obra In Memoriam: Júlio de Castilho [7] publicada em 1920. Nos seus estudos de história, dedicou-se ao estudo da Inquisição, tema sobre o qual publicou cerca de duas centenas de estudos esclarecendo factos da história portuguesa.

Publicou, também, numerosos estudos nos Anais da Academia Portuguesa de História e algumas monografias.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • O Arquivo da Torre do Tombo: Sua História, Corpos que o Compõem e Organização (com Pedro A. d'Azevedo), Lisboa, 1905. Nova edição: Lisboa, 1950.
  • A Inquisição em Portugal e no Brasil: Subsídios para a sua História, in Arquivo Histórico Português, 1906-1916.
  • Episódios Dramáticos da Inquisição Portuguesa, vol. I: Homens de Letras e de Ciência por Ela Condenados (Porto: Renascença Portuguesa, 1919), vol. II: Homens de Letras e de Ciência por Ela Condenados - Vária (Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, 1924), vol. III: Vária (Lisboa: Seara Nova, 1938).
  • Causa da Nulidade de Matrimónio entre a Rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboia e o Rei D. Afonso VI, Coimbra: Imprensa da Universidade, 1925.
  • Homenagem a Camilo no seu Centenário 1825-1925, Coimbra: Imprensa da Universidade, 1925.
  • A Inquisição de Goa (2 vols.), Lisboa : Academia das Ciências, 1930-1945.
  • El-Rei D. João IV e a Inquisição, Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1942.

Referências

  1. Faria, António Machado de (1969). Elogio do Dr. António Baião. Lisboa: Academia Portuguesa da História 
  2. Resende, Maria Leônia Chaves de; Sousa, Rafael José de; Resende, Maria Leônia Chaves de; Sousa, Rafael José de (2016). «"Por temer o Santo Oficio": As denúncias de Minas Gerais no Tribunal da Inquisição (século XVIII)». Varia Historia. 32 (58): 203–224. ISSN 0104-8775. doi:10.1590/0104-87752016000100009 
  3. Rita Correia (7 de Julho de 2013). «Ficha histórica: Anais das Bibliotecas, Arquivo e Museus Municipais (1931-1936).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de Maio de 2014 
  4. Rita Correia (20 de Janeiro de 2008). «Ficha histórica: Boletim cultural e estatístico (1937)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de Julho de 2014 
  5. Alda Anastácio (26 de Setembro de 2018). «Ficha histórica:Revista de Arqueologia(1932-1938)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de Março de 2019 
  6. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014 
  7. Composto por Tipografia da Empresa Diário de Notícias. «In memoriam: Júlio de Castilho, índice, pág. 193». Consultado em 15 de maio de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]