António Tomás dos Santos

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Antonio Tomás dos Santos, ou Antonio Thomaz dos Santos (Vila Nova de Gaia, Mafamude, 12 de Novembro de 1848 – Guimarães, Polvoreira, 14 de Agosto de 1931) foi um comerciante[1], industrial e exportador [2] de Vinhos do Porto português, fundador da Sociedade Santos, Cyrne & Cª, sucessores de Paes e Menéres.[3]

Tendo iniciado a aprendizagem na família, nas fabricas de Cerâmica da Rasa e Bandeira. Surge ainda como caixeiro, provavelmente já com Clemente Menéres, onde passa a pertencer a sociedade com um 1$000 de Reis, e detentor de 25% da sociedade.[4]

A 9 de Março de 1876 [3], vai associar-se a Rául Cirne e Clemente Menéres [3], tendo a sociedade como objectivo de dar continuação à firma Paes e Meneres, com o património da Fabrica Luso Brasileira em Monchique, no Porto, num, momento em que Clemente Menéres deixa a indústria conserveira e exportação na mão de Raúl Cyrne e António Tomás dos Santos, e investe tempo e dinheiro na Agricultura. A Companhia Luso-Brasileira - Fábrica de Conservas Alimentícias, com sede na Rua da Restauração sito no antigo Convento de Monchique, produzia conservas de peixes, carnes, frutas, legumes e doces. A fábrica foi pioneira no Norte do país na introdução do método Appert. A sociedade fabricava produtos em cortiça para exportação e comercializava e distribuía vários produtos de drogaria, alimentares, vinho fino e vinho do Porto para o país, Europa e Brasil. [5]

Edifica junto com a sociedade Fabrica de Conservas de Silvade [6], em Espinho, e onde Clemente Meneres iria fornecer à sociedade a cortiça dos seus sobreiros de Mirandela e Macedo [3].

A 1 de Fevereiro de 1879 entra como sócio na fábrica Constantino Joaquim Paes, filho de João Paes, passando a firma a designar-se Santos, Cirne & Cª - sucessores de Paes & Meneres, e em 30 de abril de 1887, Clemente Menéres retira-se da sociedade.[3]

Em 1881 a sociedade tinha a unidade de produção em Espinho, a fábrica de conservas de sardinha de Silvade, em que passou por trespasse à Brandão, Gomes e Cª em 1884.

Faleceu a 14 de Agosto de 1931 na Quinta do Casal ou Casas Amarelas (Hoje Hotel Camélia) em Polvoreira, Guimarães, e sepultado no cemitério de Agramonte, no Porto.[7]

Referências

  1. Cruz, Maria Antonieta (1991). «Repercussões eleitorais da Revolta de 31 de Janeiro de 1891 na cidade do Porto». História: revista da Faculdade de Letras: 196-248 
  2. Castro, Eduardo Borges de (1901). «A expansão commercial portugueza nas Republicas Argentina e do Uruguay |Empreza Litteraria e Typographica». 103 páginas 
  3. a b c d e Alves, Jorge Fernandes (2007). «De pedras fez terra - um caso de empreendedorismo e investimento agrícola no Nordeste Transmontano (Clemente Meneres)». História: revista da Faculdade de Letras. 3. 8: 114-137 
  4. Ferraria, Maria Jose de Sousa de (2000). «Percursos burgueses na cidade do Porto: 1910-1926». História: revista da Faculdade de Letras. 124 páginas 
  5. «International Congress of Delegated Representatives of Master Cotton Spinners' & Manufacturers | Manufacturers Association vol.8». 1911. 11 páginas 
  6. Greenlee, William Brooks (1953). «A Catalog of the William B. Greenlee Collection of Portuguese History and Literature: And the Portuguese Materials |Newberry Library». 337 páginas 
  7. Faria, Miguel Figueira (2014). «Dicionário de História Empresarial Portuguesa, Séculos XIX e XX—Volume II — Seguradoras | Imprenssa Nacional - Casa da Moeda»