Bacia do Paramirim

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Bacia do Paramirim é um território de identidade da Bahia, localizado no sudoeste desse estado, mais especificamente na região do Alto Sertão Baiano.

É constituído dos seguintes municípios: Boquira, Botuporã, Caturama, Érico Cardoso, Ibipitanga, Macaúbas, Paramirim e Rio do Pires.

História[editar | editar código-fonte]

A região originalmente era habitada por indígenas jês, apelidados pelos colonizadores de “tapuias”, como os cariris e tuxás.

A primeira entrada na Bacia do Paramirim se deu com a expedição de Belchior Dias Moreia, que percorreu o que é hoje o território de identidade pelo curso do Rio Paramirim até suas nascentes durante sua expedição pelos sertões da Bahia e de Sergipe entre 1595 (ou 1596) e 1604. Diz Basílio de Magalhães que Belchior teria chegado à aldeia de Tubajaras, que é a Macaúbas de hoje.[1]

A colonização da região se iniciou na segunda metade do século XVII, quando foi conquistada pelo latifúndio da Casa da Ponte, de Antônio Guedes de Brito, e se tornou um importante corredor de fazendas criadoras de gado bovino.[2][3]

A colonização da Bacia do Paramirim ocorreu ao longo do século XVIII, quando a expansão da pecuária e agricultura e a descoberta de ouro nas serras dos municípios de Paramirim, Érico Cardoso e Rio do Pires trouxeram para a área colonos portugueses, paulistas e baianos.[3][4]

Os primeiros povoados da região surgiram no século XVIII, durante o ciclo do ouro: Morro do Fogo, Canabravinha e Mamona do Ouro (atual Ibiajara).

Todos os municípios da região já pertenceram às vilas de Macaúbas e Água Quente (a partir de 1909, o município de Paramirim), desmembradas de Urubu em 1832 e de Minas do Rio de Contas em 1890 respectivamente.[5][6]

Com a decadência da mineração de ouro, em meados do século XIX, muitos dos antigos mineradores deixaram os povoados auríferos e se dispersaram por fazendas nos atuais territórios municipais de Paramirim, Érico Cardoso, Caturama e Rio do Pires.[2]

A história da região também é marcada por conflitos entre chefes políticos, como a invasão da vila de Macaúbas (1878) e os conflitos entre Francisco Brasil e Felipe Cardoso em Paramirim (década de 1910).[7][8][9]

Na década de 1950, foi descoberto chumbo em Boquira, dando um impulso naquela localidade.

Na segunda metade do século XX, ocorreram as emancipações dos demais municípios da Bacia do Paramirim que não Paramirim e Macaúbas. De Paramirim se emanciparam Rio do Pires (1961) e Érico Cardoso (1962) e de Macaúbas, Boquira e Botuporã, ambas em 1962. Tanque Novo se emancipou de Botuporã em 1985 e Caturama, em 1989, com terras pertencentes aos municípios de Paramirim e Botuporã.[5][6][10][11]

Geografia e demografia[editar | editar código-fonte]

Geograficamente, a Bacia do Paramirim está encaixada entre a Serra Geral, o Médio São Francisco e a Chapada Diamantina.

A área desse território de identidade é 10.155 km².[12]

O relevo da região é caracterizado por possuir áreas relativamente planas e também áreas de serras. O município mais montanhoso do território de identidade é Érico Cardoso.

O principal rio do território, que lhe dá o nome, é o Rio Paramirim.

Segundo o censo 2022, a população da Bacia do Paramirim é de 136.357 hab., sendo os municípios mais populosos Macaúbas (41.859 hab.) e Paramirim (20.347 hab.).[12]

Economia[editar | editar código-fonte]

Em 2020, esse território de identidade tinha um PIB de 1,3 bilhão de reais, o que lhe conferia um PIB per capita, naquele ano, de R$ 8.489,21.[12]

A economia da região é baseada na agricultura, pecuária e comércio.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Magalhães, Basílio de (1935). Expansão Geográfica do Brasil Colonial (PDF) 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 48 
  2. a b Rodrigues, Samuel. «Município de Paramirim: evolução territorial cartografada». Jornal O Eco. Consultado em 1 de março de 2024 
  3. a b Neves, Erivaldo Fagundes (2003). Posseiros, rendeiros e proprietários: estrutura fundiária e dinâmica agromercantil no Alto Sertão da Bahia (1750-1850) (PDF) (Tese de doutorado). Recife: UFPE. 435 páginas 
  4. Canal do Youtube "Secretaria Municipal de Educação de Macaúbas" (30 de julho de 2020), TERRITORIALIDADE DO TERRITÓRIO DA BACIA DO PARAMIRIM, consultado em 1 de março de 2024 
  5. a b «Macaúbas (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 1 de março de 2024 
  6. a b «Paramirim (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 1 de março de 2024 
  7. Cambuí Jr, Eduardo (9 de setembro de 2012). «A Invasão da Vila de Macahúbas». Arte por Parte. Consultado em 1 de março de 2024 
  8. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros 🔗 (PDF). 21. Rio de Janeiro: IBGE. 1958. pp. 98–100 
  9. «A história de Caturama». Prefeitura de Caturama. Consultado em 1 de março de 2024 
  10. «Tanque Novo (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 3 de janeiro de 2024 
  11. «Caturama (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 1 de março de 2024 
  12. a b c «Info Territórios - Bacia do Paramirim» (PDF). SEI-BA. Consultado em 1 de março de 2024