Benedito da Silva

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Benedito da Silva, mais conhecido como Bené (Dados relativos à nascimento indisponíveis[nota 1]Itaboraí, 28 de janeiro de 2003[1]) foi um levantador e treinador de voleibol brasileiro, que marcou época no esporte nacional.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Como jogador[editar | editar código-fonte]

Bené atuou como levantador, entre as décadas de 1940 e 1950[2][nota 2].

Como treinador[editar | editar código-fonte]

Praticamente toda a carreira de Bené resume-se ao setor de voleibol masculino do Fluminense, clube no qual o treinador revelou grandes nomes do vôlei brasileiro, dentre os quais estão: Bernard Rajzman, Badalhoca, Fernandão, Bernardinho — esses quatro que, aliás, compuseram o elenco denominado de "Geração de Prata", que foi vice-campeão nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles, Estados Unidos —, além de muitos outros nomes não muito conhecidos, como o do agora treinador Carlos Augusto de Almeida, também conhecido como "Chiquita" — apelido este que, segundo o próprio Carlos Augusto, foi dado por Bené ainda nas divisões de base do Fluminense, em meados de 1973[3].

Antes do Fluminense, Bené havia trabalhado na categoria mirim do Botafogo, onde Bernardinho, ainda nos seus primeiros passos no esporte que o consagrou, foi convidado por um amigo para realizar testes e, logo depois, transferiu-se, quase que no mesmo período que Bené, para as Laranjeiras[4]. Porém, profissionalmente, o primeiro técnico de Bernardinho foi mesmo Bené, só que já atuando no Fluminense[5].

Bené também sempre fez questão de manifestar que era torcedor fanático do Fluminense.

Fama de folclórico[editar | editar código-fonte]

Bené sempre foi muito identificado por não ter papas na língua, não suportar alongamentos, metodologias ou treinadores diplomados, e por utilizar-se de palavrões fortes e bordões durante seus treinamentos.

Para "Seu Bené", como os mais jovens da época o chamavam, alongar não era importante; sua única metodologia se resumia em colocar os atletas na quadra e dar instruções aos berros e xingamentos; técnicos diplomados ou condecorados, para ele, significavam perda de tempo em quadra[6].

Chamava a bola carinhosamente de "menina", e designava os meninos por ele treinados desde as divisões de base do Fluminense como "beneditinos"[7].

Morte[editar | editar código-fonte]

Ainda no fim do ano de 2002, Bené foi internado no Hospital Municipal de Itaboraí, por conta de problemas no coração. No final de janeiro de 2003, mais precisamente na manhã do dia 28, uma terça-feira, Bené não resistiu às complicações cardíacas, e faleceu.

Seu enterro foi realizado na tarde desse mesmo dia, às 17h, no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio[1].

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em meados da década de 2000, em Realengo, na Zona Oeste Fluminense, o professor de vôlei Élcio Alves deu vida ao Núcleo Bené de Vôlei (NBV), que trabalha o esporte com jovens do próprio Realengo, além de regiões como Campo Grande, Vila Vintém e Bento Ribeiro. Segundo o professor Élcio, o núcleo leva o nome de Bené porque ele foi seu treinador, e que o ajudou muito em sua vida e também no desenvolvimento do voleibol brasileiro. Do núcleo realenguense, já saíram e continuam saindo talentos para as grandes e médias equipes de vôlei cariocas[8].

O escritor Sérgio Dantas também declarou sua admiração por Bené, expressada no livro Bené - A Saga de um Obstinado[9].

Também através de um livro, o eterno aluno de Bené, Bernardinho, demonstrou seu carinho pelo técnico[10].

No final do mês de agosto de 2007, o Departamento de Esportes Olímpicos do Fluminense também decidiu prestar uma homenagem ao eterno "Mestre Bené", colocando uma placa com seu nome na entrada do Ginásio João Coelho Netto[11].

Notas

  1. A única informação relativa ao nascimento de Bené é de que ele morreu aos 80 anos. Então, pressupõe-se que ele nascera em meados da década de 1920.
  2. Não foram encontrados dados relativos ao(s) clube(s) ou período(s) em que Bené atuou como levantador, exceto o que foi citado no artigo.

Referências

  1. a b «Morre Bené, ex-treinador de vôlei». GloboEsporte.com. 28 de janeiro de 2003. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  2. PIMENTEL, Roberto & MIRANDA, Arlindo (23 de fevereiro de 2013). «Tempo Técnico: A liberdade de não aprender e o ato de ter ideias maravilhosas». SóVôlei.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  3. «Treinador do Juiz de Fora traz final de Superliga e Olimpíadas no currículo». Cosaj.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  4. TEODORO, Mariana (28 de agosto de 2013). «Liderança - Transformando suor em ouro - Livro traz lições de Bernardinho sobre liderança». AbilioDiniz.UOL.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  5. «Esportes >> Vôlei >> Técnicos». OGuiaDosCuriosos.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  6. BARROS, Jorge. «Conversando com Bené - Parte I». JustVolleyball.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  7. BARROS, Jorge. «Conversando com Bené - Parte II». JustVolleyball.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  8. VALLIN, Marcelo (22 de janeiro de 2010). «COB promove o esporte olímpico entre os jovens do Núcleo Bené de Vôlei em Realengo». EspBr.com. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  9. Dantas, Sérgio (2005). Bené - A Saga de um Obstinado 1 ed. [S.l.]: Edição do autor. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  10. Rezende, Bernardo (2006). Transformando suor em ouro 3 ed. Rio de Janeiro: Sextante. p. 20, 29. 246 páginas. ISBN 8575422421. Consultado em 31 de dezembro de 2013 
  11. «Flu vai homenagear ídolo do vôlei». GloboEsporte.com. 29 de agosto de 2007. Consultado em 31 de dezembro de 2013 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]