Bento Luís Viana

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Bento Luís Viana
Nascimento 1794
Cidadania Portugal
Ocupação tradutor

Bento Luís Viana (Ribeira Grande, 1794Londres, 1823), ao tempo grafado Bento Luiz Vianna, foi um poeta e tradutor, integrado na corrente do arcadismo pré-romântico.[1][2] Exilado em Paris devido às suas simpatias liberais, publicou a sua obra poética sob o pseudónimo de Filinto Insulano,[3] tendo naquela cidade mantido uma relação próxima com o poeta Filinto Elísio, a quem dedicou alguns poemas e em cuja obra recebeu uma dedicatória e várias menções. Viajou pela Europa, visitando a Alemanha e a Rússia, colhendo impressões que, a par das queixas de exilado, deixou numa obra poética em que canta a liberdade e exalta Rousseau, Voltaire, Montesquieu divinos.[4][5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Natural da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, pretendia estudar Medicina. Acabou por se fixar em Paris, onde travou amizade com o padre Francisco Manuel do Nascimento, o Filinto Elísio, então já com cerca de 80 anos e poeta afirmado. Esta amizade moldou os gostos poéticos de Bento Luís Viana, que se prezava de ser discípulo de Filinto Elísio e cujo estilo poético procurava imitar.[6]

Em Paris, para além da poesia, dedicou-se à tradução de autores franceses, revelando-se um autor culto e prolífero. Contudo, a sua promissora carreira foi cortada cerce pela morte, que ocorreu em 1823,[6] com apenas 29 anos de idade.

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • As aventuras de Aristono (tradução de obra de François Fénelon), Paris, 1818;
  • Renato, Epizodio do Genio do Christianismo (tradução de obra de Chateaubriand). Paris: Officina A. Boleé, 1818.
  • Breve resposta à crítica da nova edição dos Lusíadas publicada em 8.ª n'este anno, por Firmino Didot, e conforme em tudo à que em 4.º deu à luz, em 1817, o Il... (crítica à edição dos Lusíadas mandada executar pelo Morgado de Mateus em Paris no ano de 1817). Paris, P. N. Rougeron, 1819;[7]
  • Versos sobre a morte do inimitavel poeta Filinto Elysio. Paris, 1820;
  • Contracto social, ou principios de direito politico de J.-J. Rousseau, traduzido em portuguez (tradução da obra de J.-J. Rousseau). Paris, Officina de Firmino Didot, 1821;
  • Poesias de B. L. Vianna (Filinto Insulano). Paris, Firmino Didot, 1821.
  • Pensamento a bem do Exército portuguez, Lisboa, Typ. Rollandiana, 1822.

Referências

  1. Autores açorianos: cronoloia.
  2. SILVA, Innocencio Francisco da Silva, Dicionário bibliografico portuguez, vol. I, pp. 350-351.
  3. Poesias de B. L. Vianna (Filinto Insulano).
  4. Farol das Letras: Pré-Romantismo.
  5. José da Fonseca, Parnaso Lusitano, tomo IV, pp. 139-148.
  6. a b Inocêncio Francisco da Silva, Diccionario bibliographico portuguez, volume I, pp. 350-351.
  7. Breve resposta à crítica da nova edição dos Lusíadas... no GoogleBooks.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]