Casa bandeirista

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Casa do Anhanguera em 1955, antes do restauro.

Casa bandeirista é um tipo da arquitetura colonial rural paulista, comum nas proximidades de São Paulo dos Campos de Piratininga durante os séculos XVII e XVIII.[1]

Característica[editar | editar código-fonte]

Construída com a técnica de taipa de pilão, possui uma planta tipicamente simples, em forma quadrada ou retangular. Uma porta central, com varanda, ladeada por dois cômodos frontais — o quarto de hóspedes e a capela — abre-se para um salão principal, pelo qual tem-se acesso a outros cômodos, ou alcovas.

A técnica construtiva adotada se deve ao fato de que nas proximidades de São Paulo não haviam pedras disponíveis para a fabricação da cal, a ser utilizada na alvenaria, e o transporte da madeira era muito difícil.

Durante 250 anos tanto a planta quanto o partido arquitetônico da casa bandeirista se mantiveram inalterados, o que mostra uma sociedade estável e sem grandes alterações de suas necessidades e cultura.

Alguns poucos exemplos de casas bandeiristas resistiram ao tempo e chegaram até os nossos dias, como a Casa do Bandeirante, a Casa do Anhanguera a Casa do Sertanista, a Casa do Sítio Tatuapé, a casa da Chácara do Rosário, em Itu, e o Museu Barão de Mauá, na cidade de Mauá. (Não confundir com o Museu Ferroviário Barão de Mauá, este localizado em Jundiaí).

Há alguma controvérsia, entre os estudiosos, sobre a nomenclatura do estilo. A referência aos personagens históricos conhecidos como "bandeirantes" é considerada por alguns autores como uma anacronia, ou mesmo uma construção ideológica idealizada nas primeiras décadas do século XX.

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AUGUSTO, M. G. As transformações na arquitetura rural paulista pré-moderna. Anais... VI EHA -  Encontro de História da Arte. Campinas: Unicamp, 2010. link.
  • BENINCASA, V. Fazendas paulistas: arquitetura rural no ciclo cafeeiro. Tese (Doutorado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008. link.
  • COLIN, Sílvio. Técnicas construtivas do período colonial - Tipos e padrões da arquitetura colonial [Online]. Betim, MG: Instituto da Memória e do Patrimônio Histórico e Cultura (IMPHIC), 2010. link.
  • LEMOS, Carlos. Casa paulista: história das moradias anteriores ao ecletismo trazido pelo café. São Paulo, EDUSP, 1999, 264 pp. [Resenha: Fraya Frehse, Rev. Antropol. vol. 43 n.1, 2000. link.]
  • SAIA, Luís. Morada Paulista. São Paulo. Editora Perspectiva, 1972
  • WEIMER, Günter. A casa do bandeirante: uma revisão de suas origens. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 149, p. 89-104, 2015. «link». seer.ufrgs.br .
  • GAMA, Mara. Lemos escreve a história da "casa do caipira". Folha de S. Paulo, 10 de Abril de 1999. [link],

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]