Celestino Alves (pintor)

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Celestino Alves
Celestino Alves (pintor)
Nascimento 1913
Morte 1974 (61 anos)
Nacionalidade portuguesa
Área Pintura
Paisagem, 1958, óleo sobre tela, 46,3 x 38,7 cm
Sem título, 1972, óleo sobre platex, 45,5 x 38 cm

Celestino de Sousa Alves (Setúbal, 1913 — 1974) foi um pintor português. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formou-se em pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa.[1]

Foi professor do Ensino Técnico Profissional [1] em Setúbal, Faro, Caldas da Rainha e Lisboa.

Foi, durante quatro anos, professor da disciplina de Desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes. De 1960 a 1962 fez parte do 1º Conselho Técnico da mesma Sociedade.

O seu nome faz parte da toponímia de Almada, Lisboa e Setúbal.

Características da sua arte[editar | editar código-fonte]

Com o seu sóbrio paisagismo inicial, de um modernismo sem alardes que se lembra de um Cézanne mas também de um Boudin, e que recusa permanentemente qualquer compromisso oitocentista, Celestino Alves dá prioridade à afirmação dos valores plásticos da pintura[2].

De paleta sóbria, as suas obras privilegiam os tons quentes com relevo para tonalidades em amarelo e castanho. As suas paisagens são descritas em amplas manchas cromáticas, como se o pintor elaborasse um voo rasante sobre a tela traduzindo força e paixão pela natureza que o fascina.

O seu traço é amplo, livre e linear. A pintura de Celestino Alves reproduz um instintivo sentimento de liberdade de pensar e de criar. As paisagens livres da ação do Homem comovem-no. Esta entrega instintiva à pureza da terra confere um valor superior a essa paixão viva pela liberdade criativa.

Na década de 1960 distancia-se das formas de representação das paisagens iniciais e opta pela abstração, explorando a matéria pictórica, valorizando, embora timidamente, o plano da tela, apresentando cores, baças e pouco contrastantes, em grandes massas homogéneas, e simplificando os relevos. Os seus quadros são cuidadosamente executados, com uma conscienciosa economia de processos[3].

Exposições[editar | editar código-fonte]

Expôs individualmente em Lisboa (Galeria UP, 1936; Secretariado Nacional de Informação, 1945, etc.), Setúbal, Faro.

Entre as exposições coletivas em que participou podem destacar-se: Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I. (doze vezes participante); I Bienal de São Paulo, São Paulo (1951); Exposição Hispano-Portuguesa de Sevilha (1952); I e II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957, 1961).[1][4][5]

Exposição retrospetiva da sua obra em Leiria (Galeria do Welcome Center de Leiria - Turismo Centro de Portugal, 2020)

Coleções em que se encontra representado[editar | editar código-fonte]

Está representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente nas seguintes: Galp, Museu do Chiado, Lisboa; Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa); Museu José Malhoa (Caldas da Rainha); Museu do Abade de Baçal (Bragança).[4]

Prémios e outras homenagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c A.A.V.V. I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1957.
  2. PORFÍRIO, José Luís. Arte Portuguesa do Património da Petrogal. Lisboa: Direção de Relações Externas da Petrogal, sem data, p. 20.
  3. a b c GONÇALVES, Rui Mário.« «Celestino Alves», in A.A.V.V. Grupo Totta: os edifícios, a coleção, os artistas. Lisboa : Grupo Totta, 2002, p.71. ISBN 972-98068-3-7
  4. a b A.A.V.V. II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1961.
  5. FRANÇA, José Augusto. A arte em Portugal no século XX. Lisboa : Livraria Bertrand, 1991, pP. 312-313.
  6. «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Celestino de Sousa Alves". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 29 de julho de 2020 
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