Coqueiros (Belo Horizonte)

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 Nota: Para outros significados de Coqueiro ou Coqueiros, veja Coqueiro (desambiguação).

Coqueiros é um bairro da Região Noroeste de Belo Horizonte.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Situado entre os bairros Pindorama, Novo Progresso, Milanez, São Salvador e Glória, o bairro Coqueiros teve origem onde antigamente existiam três fazendas. Nelas eram plantados arroz, milho, feijão e frutas e criados cabritos, cavalos, vacas e bois.

Os moradores revelam que nessas fazendas havia muitos coqueiros. Por conta disso esse ficou sendo o nome do bairro. Os troncos cortados eram usados para fazer pontes sobre os córregos que passavam pelo terreno. Esses córregos possuiam água cristalina que era usada para alimentação, higiene e lazer, já que havia pelo menos duas cachoeiras que se formavam em seu leito. Com o passar do tempo, a população foi crescendo, aumentando o número de dejetos lançados na água, tornando-as poluídas e impróprias para o consumo humano e animal. Assim na década de 90, esse córrego foi canalizado e sobre ele construiu-se a avenida Amintas Jaques de Morais.

Esses córregos eram chamados de “Patriarca e Caravelas”. Durante muito tempo as vias que passavam às suas margens tinham os mesmos nomes. Um nascia onde é hoje o Aterro Sanitário e outro, próximo a BR040, no bairro Pindorama. Eles se encontravam ganhando força e formando a cacheira da Mate Couro, próximo à escola Municipal Luigi Toniolo e à fábrica de refrigerantes Mate Couro.

As primeiras moradias eram feitas de adobe, pau-a-pique e madeira, cercadas por arame farpado ou tela de arame. A água usada pelos moradores vinham de cisternas, de algumas minas ou do Sr. Tianinho que passava pelo bairro com uma carroça vendendo água; a água encanada da Copasa, só chegou por volta dos anos 80.

Os meios de transporte mais comuns na época eram o bonde ou ônibus que só chegavam até a praça São Vicente e de lá as pessoas vinham andando, através de trilhas no meio do mato, até o bairro. Com organização, as pessoas foram melhorando as trilhas e conseguiram que uma jardineira, transportasse as pessoas da praça até o bairro Glória.

Os primeiros ônibus só chegaram em 1957. Eram quatro e saíam da praça São Vicente até o bairro. Pertenciam ao senhor Calu e ao sr. José Horta.

O comércio se restringia ao centro da cidade ou à praça São Vicente. No bairro só havia a “Casa do Português”, na rua Novo Mundo e o “Armazém Astro”, a primeira farmácia só apareceu por volta de 1960.

Não havia luz elétrica para iluminar as casas e ruas. As pessoas usavam lamparinas, velas e lampiões. À noite, traziam os bancos para a frente das casas e ficavam conversando sob a luz da lua e das estrelas, enquanto as crianças brincavam de esconde–esconde, bonecas de pano, de sabugo de milho, de rodar arco com arame, empinar papagaio, jogar bola, finca, fazer bodoque e estilingue.

Com o passar do tempo, as pessoas foram se organizando e conseguiram junto aos órgãos públicos, melhorias para o bairro, como energia elétrica, asfalto, calçamento e pontes. O calçamento das ruas melhorou em meados da década de 80. Já a rede de esgoto, só em meados dos anos 90.

As atividades desenvolvidas pelos moradores eram ainda voltadas para a prática agrícola: capina, horta, plantio, criação de animais, furar cisternas; vendas dos produtos resultantes do seu trabalho: verduras, leite, frutas, ovos, etc.

As crianças participavam do trabalho dos adultos, tinham tarefas e obrigações. Como não existiam escolas, para estudar, elas tinham que ir até o bairro Padre Eustáquio, para a E.E. Professor Morais. As primeiras escolas da região foi a E.E. Olívia Pinto e São Salvador na década de 60. a igreja mais próxima foi a de Nossa Senhora da Glória, na rua Guararapes onde hoje é a E.E.Padre João Maria Koyman e a primeira igreja evangélica funcionava nesta mesma rua, também na década de 70.

O posto de saúde só foi construído na década de 90, os doentes tinham que procurar atendimento médico no 'Posto do SAMU' no bairro Padre Eustáquio,antigo posto do INAMPS.

Telefones públicos e correios chegaram a partir de 1970; o Sr. Tianinho conseguiu uma linha telefônica através do seu genro que era funcionário da companhia telefônica. Os casos urgentes eles informavam aos moradores e as ligações eram pagas.

Na sua localização há a Escola Municipal Luigi Toniolo, localizada na rua Mafra, nº. 124. Surgiu da preocupação de um imigrante italiano, Sr. José Toniolo com o futuro dos jovens carentes, especialmente daquela região. Na época, residente no Bairro Glória, solteiro e possuidor de uma sólida situação financeira, doou ao município (lei 2164 de 12/01/1973, que autorizava o recebimento) um terreno de um quarteirão inteiro situado na Rua Suez, nº 124, contendo a área de 7830m2, com 22 lotes que constituíam a antiga Fazenda dos Coqueiros, lote nº 4, onde funcionaria uma escola técnica, propiciando, aos mais carentes da região, uma formação profissional que lhes garantisse o acesso a uma profissão e a um trabalho decente.

Após a doação, ficou convencionada a construção de uma unidade escolar no prazo de dois anos a ser mantida e administrada pelo município. Mais tarde, nesse local, foi construída a Escola Municipal Luigi Toniolo que recebeu este nome em homenagem ao pai de seu benemérito, Sr. José Toniolo. Ele nasceu em Vicenza na Itália, a 08/09/1864 e faleceu na cidade de Schiavon, Itália em 29/11/1940.

Áreas de esporte e lazer[editar | editar código-fonte]

  • Pista de cooper da Av. Amintas Jacques de Moraes
  • Ginásio poliesportivo e campo de futebol da Escola Municipal Padre Edeimar Massote
  • Campos de futebol do Acaraí Esporte Clube

Referências

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]