Dórdia Viegas de Ribadouro

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Dórdia Viegas de Ribadouro
Rica-dona/Senhora
Senhora de Lalim
Reinado 1146-1150
Predecessor(a) Egas Moniz IV
Sucessor(a) Gonçalo Mendes I de Sousa (jure uxoris)
Senhora de Sousa
Reinado 1145-1150?
Predecessor(a) Urraca Sanches de Celanova
Sucessor(a) Sancha Álvares das Astúrias
Nascimento Antes de 1120?
Morte c.1150
Sepultado em Mosteiro de Paço de Sousa, Penafiel, Porto, Portugal
Cônjuge Gonçalo Mendes I de Sousa
Descendência Elvira Gonçalves, Senhora de Tougues
Teresa Gonçalves, Senhora de Soverosa
Dinastia Ribadouro
Pai Egas Moniz IV de Ribadouro
Mãe Teresa Afonso de Celanova
Religião Catolicismo romano

Dórdia Viegas de Ribadouro (m. c.1150[1]), foi uma rica-dona portuguesa, e senhora de importantes honras[2], como a de Lalim[3], que, através do seu casamento, foram herdadas pelos Sousas[4].

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Elvira era filha do célebre Egas Moniz, o Aio, e da sua segunda[5][6] (ou única[7][3]) esposa, Teresa Afonso de Celanova, sendo provavelmente das filhas mais novas do prócere, tendo em conta a datação tardia do seu aparecimento na corte e inclusive da sua morte.

Deveria ser ainda muito jovem aquando da morte do seu pai, em agosto de 1146. Até então a família havia sido das mais influentes de então na corte portuguesa: o seu pai havia sido o aio do então Rei de Portugal, Afonso Henriques, e os filhos mais velhos, Lourenço e Afonso, provavelmente criados em conjunto com o próprio monarca, desfrutavam de uma relação bastante próxima com o mesmo.

Testamento paterno[editar | editar código-fonte]

Aquando da morte de Egas Moniz, os irmãos regressariam provavelmente da corte para dividir os bens do pai com a mãe. Ao seu irmão Lourenço, Egas passara a honra de Fonte Arcada, os cargos curiais (tenente de Lamego), o títulos de “conde” e senhor de Neiva e ainda a responsabilidade de ajudante na governação do reino. A Afonso o seu pai doou, de entre várias posses, as suas honras de Resende, Alvarenga e Lumiares; a Soeiro, couberam as honras de Vila Cova e Fontelo. A si, a honra de Lalim, e às suas irmãs Elvira e Urraca, couberam respetivamente as honras de Britiande e Mezio.[8]. Dado que os filhos mais novos eram provavelmente menores, a sua mãe Teresa ter-se-á encarregado do governo das honras que lhes couberam.

Casamento[editar | editar código-fonte]

Apesar de não surgir com muita frequência na documentação, conhecem-se dados importantes sobre esta donaː sabe-se, por exemplo, que desposou um dos grandes magnates portugueses do tempo, Gonçalo Mendes de Sousa, de quem teve duas filhas.

Por casamento, Dórdia passou toda a sua herança para os Sousãosː a herança do pai incluía não só a honra de Lalim, mas também as de Ribelas, Várzea da Serra e parte do couto de Argeriz, partilhada aliás com os seus irmãos[9].

A 30 de janeiro de 1145[10], quando esta faz, à semelhança de outros familiares, uma doação ao Mosteiro de Paço de Sousa, que constava de dois casais em Vila Chã e um em São Félix da Marinha(concelho de Vila Nova de Gaia), três casais em Murracezes (Grijó, Vila Nova de Gaia) e quatro em Lalim (Lamego)[10], além de cem moios entre pão e vinho, duas vestimentas de linho, uma estola de pano, uma acítara e uma capa grecisca[9]. Esta é, no entanto, a última notícia da dona.

Morte e posteridade[editar | editar código-fonte]

Em meados de 1159, Dórdia já não figura na doação que a mãe faz com todos os filhos vivos ao Mosteiro de Salzedas[3][11], pelo que deve ter falecido provavelmente entre 1145 e 1150[11]. Poderá ter-se sepultado, como o seu pai, no Mosteiro de Paço de Sousa, pois a sua mãe, à provável data da sua morte, não havia ainda fundado o salzedense, onde não deixou aniversário necrológico[1].

Não chega, portanto, a vender, como vários dos seus irmãos o fariam mais tarde, a sua parte do couto de Argeriz ao Mosteiro de Salzedas, tarefa que viria a ser desempenhada por uma das suas filhas, Elvira Gonçalves de Sousa, por volta de 1161[9], já, portanto, depois da sua morte.

Matrimónio e descendência[editar | editar código-fonte]

Dórdia desposou, antes de 1145, Gonçalo Mendes de Sousa,[6] [12] filho de Mendo Viegas de Sousa e Teresa Fernandes de Marnel, de quem teve:

Referências

  1. a b GEPB 1935-57, p. 210, vol.35.
  2. Mattoso 1981, p. 194-195.
  3. a b c Fernandes 1960.
  4. A transmissão desta honra aos Sousas viria a refletir-se depois na sua posse pelo infante Pedro Afonso, conde de Barcelos, genro de Constança Mendes de Sousa. Cf. Sottomayor-Pizarro, 1997.
  5. Mattoso 1982, p. 58.
  6. a b c d Sottomayor-Pizarro 1997.
  7. GEPB 1935-57, vol.35, p. 285-87.
  8. GEPB 1935-57.
  9. a b c GEPB 1935-57, vol.35, p. 210.
  10. a b Lopes 2012, p. 148.
  11. a b GEPB 1935-57, vol.25, p. 501.
  12. Descendentes de Hermenegildo Guterres que viveu entre 869 e 911 - Egas Moniz, o Aio

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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