Ermida de Nossa Senhora das Neves (Colos)

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 Nota: Este artigo é sobre a ermida no concelho de Odemira. Se procura a ermida na Angra do Heroísmo, veja Ermida de Nossa Senhora das Neves.
Ermida de Nossa Senhora das Neves
Construção Século XVI
Religião Igreja Católica Romana
Diocese Diocese de Beja
Ano de consagração Séc. XVIII (Nossa Senhora das Neves)
Património Nacional
SIPA 9837
Geografia
País Portugal Portugal
Região Alentejo
Coordenadas 37° 44' 30.3" N 8° 32' 59.6" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Ermida de Nossa Senhora das Neves é um monumento religioso e um sítio arqueológico na freguesia de Colos, no Município de Odemira, na região do Alentejo, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A capela está situada no alto de uma colina conhecida como Cerro do Queimado, nas imediações da Ribeira do Seissal.[1] A ermida é o único santuário de invocação mariana na área de Colos que ainda conserva uma especial dedicação por parte dos habitantes locais, sendo a festa tradicional feita normalmente em 5 de Agosto, que consiste numa procissão que sobe o monte até à capela.[2]

É considerado um exemplo de uma ermida de peregrinação, modelo que foi construído em larga escala na região do Baixo Alentejo, nos finais da época medieval.[1] O imóvel está organizado numa só nave e capela-mor, com cobertura em telhado de duas águas.[1] A fachada principal está orientada para Norte, sendo rasgada por um portal de verga recta.[1] A nave está separada da capela-mor por um arco triunfal abatido sobre cornijas.[1] O altar é em alvenaria, e está decorado com um painel de azulejos retratando a Nossa Senhora com o Menino.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Na elevação onde se situa a capela foram encontrados os vestígios de um possível povoado fortificado, que foi habitado na Idade Média.[3] Na vertente a Nordeste daquela elevação, foi descoberto um pano de muralha com cerca de 70 em linha recta, 2 m de alçado e largura superior a um metro, construído em xisto e barro, utilizando um aparelho conhecido como espinha de peixe (en).[3] Não possuía quaisquer torres ou bastiões.[3] Num local intramuros a oriente da capela, foram encontrados alguns muros que determinavam pátios fechados e habitações de planta subrectangular, de cantos arredondados.[3] Não foram descobertas quaisquer construções defensivas nos lados Sul e ocidental da elevação, onde o penhasco oferecia condições naturais de defesa.[3] Calcula-se que a fortificação tinha uma planta de forma subtrapezoidal, com uma área que estava cercada ou tinha defesas naturais com cerca de 2500 m².[3] Parte dos vestígios arqueológicos foram destruídos ou danificados durante a realização de obras na envolvente da capela na década de 1980: um lanço com cerca de 20 m da muralha foi demolido durante trabalhos na estrada, e durante obras de destruição ou entulhamento de um patamar a Norte do templo, terão sido eliminadas várias sepulturas escavadas na rocha.[3] Durante estes trabalhos foi identificado um possível silo, junto à berma da estrada, na área fora da muralha.[3]

A capela foi provavelmente construída no século XVI,[1] embora a dedicação a Nossa Senhora das Neves tenha sido feita muito posteriormente, talvez nos finais do século XVIII,[2] sendo anteriormente dedicada a Nossa Senhora do Castelo.[4] Em 1961 foi executado o painel de azulejos no altar,[1] e nos anos 80 foram feitas obras na área envolvente e na estrada de acesso.[3] O local foi alvo de trabalhos arqueológicos em 1995 e 1998.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h FALCÃO, José; PEREIRA, Ricardo (1999). «Ermida de Nossa Senhora das Neves». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 25 de Fevereiro de 2022 
  2. a b «Ermida de Nossa Senhora das Neves». Odemira Turismo. Câmara Municipal de Odemira. Consultado em 24 de Janeiro de 2023 
  3. a b c d e f g h i j «Senhora das Neves». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 25 de Fevereiro de 2022 
  4. QUARESMA, 2009:11

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • QUARESMA, António Martins (2009). Cerealicultura e Farinação no Concelho de Odemira: da Baixa Idade Média à Época Contemporânea. Odemira: Câmara Municipal de Odemira. ISBN 978-989-8263-02-5 

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • GUERREIRO, António Machado (1987). Colos, Alentejo: Elementos Monográficos. Odemira: Câmara Municipal de Odemira 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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