Dedo Negro com Unha: diferenças entre revisões

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Revisão das 14h01min de 5 de janeiro de 2011

Predefinição:Revelações sobre o enredo

Dedo Negro Com Unha é o terceiro livro publicado por Daniel Pellizzari, sendo sua primeira narrativa longa e também o primeiro volume de um romance seriado ainda em produção, provisoriamente intitulado Romance Sem Nome.

Referências cruzadas

  • No primeiro arco de Dedo Negro Com Unha, intitulado Mamãe Gansa Vai Ao Paraíso [título, aliás, que Pellizzari reciclou de si próprio], três crianças, Evita, Adinho e Lili [referências à Eva, Adão e Lilith], moradores de uma aldeia chamada Baixo do Ribas [referência à Lei da Correspondência exposta na Tábua de Esmeralda de Hermes Trismegistos: O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é igual ao que está embaixo], ousam explorar uma área nunca dantes visitada por qualquer morador da cidade: a Velha Pedreira. Depois de algumas desventuras, acabam por se deparar com o dedo negro com unha que batiza o livro: situação que remete tanto à perda da inocência infantil quanto ao pecado original.
  • Enquanto a Vaca Não Cai, o segundo arco, acompanha um dia na vida de Fedora Pozdnicheva em Legresgrado, uma cidade em preto e branco. Os nomes dos personagens e a linguagem utilizada remetem à literatura russa (a linguagem do narrador, especialmente, parece satirizar as antigas traduções de clássicos russos para o português brasileiro, realizadas a partir de traduções francesas).O próprio nome Pozdnicheva faz lembrar Pozdnichev, sobrenome do protagonista de Sonata a Kreutzer, de Tolstói.
  • Ainda no segundo arco, em paralelo com a história de Fedora em Legresgrado (que se passa num único dia), o livro revela a história da criação de tudo que existe (no decorrer de bilhões de anos). No decorrer da leitura, descobrimos que o mundo, tal como o conhecemos, não passa de um joguete para distração de um demiurgo entediado, Ialdabaó, do panteão dos Éons. Mais do que isso, também ficamos sabendo que o mundo já foi, por quatro vezes, descontruído a partir de dilúvios e, em seguida, reconstruída a partir de si mesmo - o que nos leva à conclusão de que o livro se passa nos dias pentadiluvianos. Ialdabaó é caolho, o que faz lembrar Odin. Perdeu um olho numa disputa com Baomé pelas atenções carnais de Sofia). Sofia vem do grego Sophia, que significa sabedoria. Ialdabaó perdeu um dos olhos por desejar obter a sabedoria para si, da mesma forma que Odin tornou-se caolho ao trocar um olho por um gole de sabedoria na fonte de Mimir. Mas ao contrário de Odin, em Dedo Negro com Unha Ialdabaó não foi bem-sucedido, e dessa rejeição surgiu o universo que conhecemos.
  • Esses elementos - aliados à importância de Abraxas na trama - indicam que Pellizzari construiu as bases de seu universo a partir de elementos mitologia universal, do hermetismo e da cosmogonia gnóstica, reinterpretados como paródia. Em quase todas as culturas pré-colombianas encontram-se também mitos a respeito de dilúvios. E também na mitologia grega, por exemplo, os deuses inundaram o mundo e destruíram a raça humana devido à sua maldade. Já nas escrituras hinduístas e budistas elaborou-se um complexo sistema de mundos que desaparecem e ressurgem, sempre num total de quatro. Essa concepção cíclica determinou a adaptação de relatos védicos anteriores e o desenvolvimento de uma doutrina que explica a formação e absorção periódicas do universo como fases de atividade e repouso de energia. Os astecas e os maias também acreditavam que o mundo atual havia sido precedido de outros quatro, o último dos quais teria sido destruído por um cataclismo, e os índios Hopis, por sua vez [que, segundo suas próprias lendas, surgiram dos formigueiros subterrâneos após a destruição do terceiro mundo], ainda julgam que vivem em um quarto mundo.
  • No terceiro e último arco, Oh Tantos Siris a Marchar, a estrutura (histórias trocadas por peregrinos durante sua jornada) lembra uma versão condensada e satírica, com toques grotescos, de clássicos medievais como o Decamerão de Bocaccio e os Contos da Cantuária de Chaucer. A história contada pelo personagem Cabeça-de-Burro (na verdade, um asno com cabeça humana), passada num local chamado Rancho Desgraça, faz diversas referências à obra do escritor americano Edgar Allan Poe, como por exemplo o próprio nome do dono do rancho (Edgar) e de sua esposa (Berenice, título de um dos contos de Poe). Na mesma história também se relaciona com o protagonista do Asno de Ouro de Apuleio, Lucius (a começar pelo nome: Cabeça-de-Burro chama-se Lúcio), que é transformado em asno contra sua vontade (o inverso acontece com Lúcio, ainda que pela metade). No início do mesmo arco, há referência ao RPG: ao adentrar uma taberna (por si só um clichê de RPGs de fantasia, como Dungeons & Dragons), Fedora avista uma mesa com seis homens rodeados por tabelas, debatendo "os resultados oferecidos pelo que parece ser um dado de vinte lados". Ao final do livro, o surgimento repentino de Ialdabaó (e a maneira como isso ocorre) sugere uma brincadeira com o conceito de deus ex machina.

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