Bedeteca: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
tudo
Adicionei as seções "Definição", "Ver também", "Bibliografia" , "Ligações externas" e uma imagem.
Linha 1: Linha 1:
[[Ficheiro:Bedeteca Municipal de Lisboa.JPG|thumb|right|250px|Edifício da [[Bedeteca municipal de Lisboa]].<ref>[http://www.bedeteca.com Bedeteca] - Acessado em 03/11/2014.</ref>]]
Uma {{PEPB|bedeteca|gibiteca}} é um edifício que funciona como [[biblioteca]], mas que está vocacionada para a [[arte sequencial]] (definição que engloba o estilo conhecido como '''banda desenhada''' em [[Portugal]] ou '''história em quadrinhos''' no [[Brasil]])<ref>{{citar web|url=http://www.omelete.com.br/quadrinhos/gibiteca-a-maioridade-dos-quadrinhos/|titulo=Gibiteca, a maioridade dos quadrinhos|autor=José Aguiar|data=16 de Agosto de 2000|publicado=[[Omelete (site)|Omelete]]|acessodata=}}</ref>.


Uma {{PEPB|bedeteca|gibiteca}} é um edifício que funciona como [[biblioteca]], mas que está vocacionada para a [[arte sequencial]] (definição que engloba o estilo conhecido como '''banda desenhada''' em [[Portugal]] ou '''história em quadrinhos''' no [[Brasil]]).<ref>{{citar web|url=http://www.omelete.com.br/quadrinhos/gibiteca-a-maioridade-dos-quadrinhos/|titulo=Gibiteca, a maioridade dos quadrinhos|autor=José Aguiar|data=16 de Agosto de 2000|publicado=[[Omelete (site)|Omelete]]|acessodata=}}</ref>
Uma '''gibiteca''' é uma biblioteca de gibi, local destinado ao armazenamento, organização e disponibilização de História em Quadrinhos. Podendo ser pública ou não. Ambiente alternativo de leitura e lazer, pois no local encontramos diferentes tipos de eventos, seja cultural, artístico e educacional, tem como um dos objetivos estimular a leitura de crianças e adolescentes.


== Definição ==
O gibi é apresentado como uma excelente alternativa de literatura que associa imagens às palavras de maneira simples, rápida e espontânea. Elas vêm se afirmando como um vantajoso auxílio na formação de leitores. Por ser um elemento lúdico que prende atenção dos jovens fazendo que sua criatividade seja estimulada.
[[Ficheiro:Super-Homem.jpg|thumb|385x385px]]
A primeira gibiteca inagurada no Brasil foi a [http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/espacos-culturais/gibiteca-de-curitiba/ Gibiteca de Curitiba], criada em 1982, conta com um acervo de gibis infantis, heróis, humor, terror, cartoons, [[Fanzine|fanzines]], mangás, exemplares estrageiros e também as primeiras edições de "Tico-tico" e "O Globo Juvenil".


Uma '''gibiteca''' é uma biblioteca de gibi, local destinado ao armazenamento, organização e disponibilização de História em Quadrinhos. Podendo ser pública ou não. Ambiente alternativo de leitura e lazer, pois no local encontramos diferentes tipos de eventos, seja cultural, artístico e educacional, tem como um dos objetivos estimular a leitura de [[criança]]s e [[adolescente]]s.
Em São Paulo está a [http://www.centrocultural.sp.gov.br/Biblioteca_Gibiteca_Henfil.html Gibiteca Henfil], Órgão do Departamento de Bibliotecas Infanto-Juvenis da Secretária de Cultura do municipio de São Paulo, é mantida por um organismo do Estado. Desenvolve atividades como, oficinas, palestras, exposições entre outros.

O gibi é apresentado como uma excelente alternativa de [[literatura]] que associa imagens às palavras de maneira simples, rápida e espontânea. Elas vêm se afirmando como um vantajoso auxílio na formação de leitores. Por ser um [[Atividade lúdica|elemento lúdico]] que prende atenção dos jovens fazendo que sua criatividade seja estimulada.

A primeira gibiteca inagurada no [[Brasil]] foi a [[Gibiteca de Curitiba]],<ref>[http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/espacos-culturais/gibiteca-de-curitiba/ Gibiteca de Curitiba] - [[Fundação Cultural de Curitiba]]. Acessado em 03/11/2014.</ref> criada em [[1982]], conta com um acervo de gibis infantis, heróis, humor, terror, cartoons, [[Fanzine|fanzines]], [[mangá]]s, exemplares estrangeiros e também as primeiras edições de "[[O Tico Tico]]" e "[[O Globo Juvenil]]".

Em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] está a [[Gibiteca Henfil]],<ref> [http://www.centrocultural.sp.gov.br/Biblioteca_Gibiteca_Henfil.html Gibiteca Henfil] - Site do [[Centro Cultural São Paulo]]. Acessado em 03/11/2014.</ref> Órgão do Departamento de Bibliotecas Infanto-Juvenis da Secretária de Cultura do município de São Paulo, é mantida por um organismo do Estado. Desenvolve atividades como, oficinas, palestras, exposições entre outros.


Na [[Biblioteca Nacional]], no [[Rio de Janeiro]] há um grande acervo de histórias em quadrinhos antigos, incluindo o acervo da antiga [[Editora Brasil-América]]<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/n07112002_05.cfm|título=O mundo mágico dos quadrinhos invade a Biblioteca Nacional|autor=Heitor Pitombo|data=07/11/2002|publicado=[[Universo HQ]]|acessodata=}}</ref>
Na [[Biblioteca Nacional]], no [[Rio de Janeiro]] há um grande acervo de histórias em quadrinhos antigos, incluindo o acervo da antiga [[Editora Brasil-América]]<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/n07112002_05.cfm|título=O mundo mágico dos quadrinhos invade a Biblioteca Nacional|autor=Heitor Pitombo|data=07/11/2002|publicado=[[Universo HQ]]|acessodata=}}</ref>


Os quadrinhos enfrentaram dificuldades nas bibliotecas públicas, sendo relegados a segundo plano, visto que alguns profissionais bibliotecários não deram o devido tratamento técnico como, catalogação, indexação e classsificação para essas obras. Mas com o surgimento da gibiteca e a compreensão de que o gibi é uma fonte riquíssima de informação esse panorama começou a mudar. A gibiteca passou a ser um anexo da biblioteca ou ganhou um espaço próprio e começou a desenvolver atividades independentes.
Os quadrinhos enfrentaram dificuldades nas [[bibliotecas públicas]], sendo relegados a segundo plano, visto que alguns profissionais [[bibliotecário]]s não deram o devido tratamento técnico como, catalogação, indexação e classificação para essas obras. Mas com o surgimento da gibiteca e a compreensão de que o gibi é uma fonte riquíssima de informação esse panorama começou a mudar. A gibiteca passou a ser um anexo da [[biblioteca]] ou ganhou um espaço próprio e começou a desenvolver atividades independentes.

== Gibiteca escolar ==

{| border="1" cellpadding="5" cellspacing="0" align="right"
! colspan="2" style="background:#ffffff;" |
[[Ficheiro:Super-Homem.jpg|180px|center]]
|}


= Gibiteca escolar =
A inserção de uma gibiteca na escola, como uma forma básica de grande valia para o melhor aprendizado do aluno, que tem como foco incentivar o hábito da leitura e escrita entre crianças e adolescentes, algo que é pouco difundido entre eles.
A inserção de uma gibiteca na escola, como uma forma básica de grande valia para o melhor aprendizado do aluno, que tem como foco incentivar o hábito da leitura e escrita entre crianças e adolescentes, algo que é pouco difundido entre eles.


A leitura se estabelece como fator decisivo na moldagem de cidadãos críticos, capacitando-os a analisarem a construção de um texto, a terem espírito crítico, argumentar, e a terem a oportunidade de discutir e divulgar suas ideias elemento essencial para o exercício da cidadania. E essa construção se inicia ainda na fase infantil do ser humano, onde é vital a introdução de uma literatura atraente que possa garantir a produção de um leitor assíduo e respectivamente bem instruído no meio social. A história em quadrinhos ou HQs (abreviatura utilizada para a expressão história em quadrinhos) nomeadas também como: quadrinhos, ''gibis'' e revistinhas, é uma possibilidade de entretenimento para todas as faixas etárias. Os quadrinhos podem servir para aproximar os jovens do universo da leitura, possibilitando a formação de novos leitores, desenvolver a criatividade abrindo caminho para a leitura de textos mais complexos. Também apontada como opção didática, que já vem sendo inserida em algumas escolas, auxiliando no processo de aprendizagem, pois os adeptos a essa feição reconhecem que o conteúdo transmitido muitas vezes com caráter divertido, viabiliza uma compreensão mais flexível do saber. Para se montar uma gibiteca os gastos são praticamente nulos, no entanto, é imprescindível o espaço, a boa vontade e criatividade.
A leitura se estabelece como fator decisivo na moldagem de [[cidadão]]s críticos, capacitando-os a analisarem a construção de um texto, a terem espírito crítico, argumentar, e a terem a oportunidade de discutir e divulgar suas ideias elemento essencial para o exercício da [[cidadania]]. E essa construção se inicia ainda na fase infantil do ser humano, onde é vital a introdução de uma literatura atraente que possa garantir a produção de um leitor assíduo e respectivamente bem instruído no meio social. A história em quadrinhos ou HQs (abreviatura utilizada para a expressão história em quadrinhos) nomeadas também como: quadrinhos, ''gibis'' e revistinhas, é uma possibilidade de entretenimento para todas as faixas etárias. Os quadrinhos podem servir para aproximar os jovens do universo da leitura, possibilitando a formação de novos leitores, desenvolver a criatividade abrindo caminho para a leitura de textos mais complexos. Também apontada como opção [[didática]], que já vem sendo inserida em algumas escolas, auxiliando no processo de aprendizagem, pois os adeptos a essa feição reconhecem que o conteúdo transmitido muitas vezes com caráter divertido, viabiliza uma compreensão mais flexível do saber. Para se montar uma gibiteca os gastos são praticamente nulos, no entanto, é imprescindível o espaço, a boa vontade e criatividade.
{{clr}}

== O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca ==

Senhora de idade, óculos na ponta do nariz, coque na cabeça, saia longa, imagem taciturna pedindo silêncio, guardando livros, figura distante e sem possibilidade de interação, uma verdadeira guardiã do acervo, essas representações contribuem para a formação de rótulos e percepções a respeito dos bibliotecários, gerando na sociedade visões generalizadas, interpretações indevidas e negativas. Essas visões são representações das relações sociais, muitas vezes constituídas pela sociedade que desconhece a dimensão social do trabalho desse profissional, ou por ter a compreensão de que o bibliotecário é apenas um guardador de livros, não reconhecendo sua relevância e contribuição no processo de democratização da informação e do conhecimento. A profissão de bibliotecário está bem mais dinâmica, principalmente por a crescente explosão de informação, crescimento das novas [[tecnologias de informação]] e comunicação. O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca pode quebrar de uma vez por todas esse paradigma de assustar os usuários.

A iniciativa da gibitecas possui dois perfis, algumas são empreendidas por amantes de quadrinhos, oferecendo atividades dinâmicas, porém não possui os conhecimentos técnicos da [[biblioteconomia]] afetando a recuperação precisa da informação. Em contraposição o acervo organizado por bibliotecário deixa a desejar na questão do dinamismo e entusiasmos. Muitas vezes nem o trabalho de recuperação da informação é tão competente, visto que alguns profissionais não consideram o gibi ou as histórias em quadrinhos, como fonte de informação, não merecendo sua atenção dando o menor tratamento técnico possível, pois seu precioso tempo de trabalho exercendo atividades de catalogação, indexação, classificação não poderia ser desperdiçado em vão. Assim os quadrinhos ficavam com restos de tempo e atenção, a maioria dos bibliotecários contentando-se apenas em espalha-los em cestas ao longo do ambiente da biblioteca. Mas é claro que isso não é um padrão, existem casos de bibliotecários que fizeram um trabalho dinâmico nessa área. Como é o caso da [[Gibiteca de Curitiba]] e da [[Gibiteca Henfil]] <ref>[http://www.centrocultural.sp.gov.br/gibiteca/20anos.htm Gibiteca Henfil] - 20 anos da Gibiteca Henfil: um novo acervo, um novo público, um novo espaço de convivência. Site do Centro Cultural São Paulo. Acessado em 03/11/2014.</ref> em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]].

O bibliotecário pode e deve trabalhar para construir um ambiente atraente e desenvolver a mentalidade dos usuários. A biblioteca é um espaço propício para a construção do senso crítico dos leitores podendo assim gerar mudanças no comportamento em relação à sociedade. A gibiteca pode ter a função de intermediar, ser uma conexão no questionamento dos leitores. E insere-se no contexto do entendimento. Pontuando o papel do bibliotecário educador, não aquele que irá competir com o professor, e sim como agente transformador de realidade. Então cabe ao bibliotecário se desfazer dos seus preconceitos e arriscar. Servir a comunidade, propagando conhecimento, orientando os caminhos para o acesso à informação. Até ajudando a romper com o abismo existente entre a elite e as classes mais abastardas da sociedade.

== Ver também ==

* [[Gibi (revista em quadrinhos)]]
* [[Histórias em quadrinhos e a educação no Brasil]]
* [[História em quadrinhos no Brasil]]
* [[Núcleo de Quadrinhos da FAU]]
* [[Observatório de Histórias em Quadrinhos]]
* [[Prêmio Eisner]]
* [[Sociologia das histórias em quadrinhos]]

== Bibliografia ==

* ''Quadrinhos na educação: da rejeição à prática.'' [[Waldomiro Vergueiro]], [[Editora Contexto]], 2009. ISBN 9788572444453 Adicionado em 03/11/2014.

{{referências|col=2}}

== Ligações externas ==

* [http://www.eca.usp.br/prof/plinio/wp/index.php/quadrinhos-acessiveis-gibiteca-de-santos/ Gibiteca de Santos] ([[Gibiteca Municipal Marcel Rodrigues Paes]]) - site da [[Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo]]. Acessado em 03/11/2014.
* [http://bedeteca.net/index.html Bedeteca.Net] - Site da [[Bedeteca de Beja]]. Acessado em 03/11/2014.


{{Portal3|Arte|Banda desenhada|Educação}}
= O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca =
Senhora de idade, óculos na ponta do nariz, coque na cabeça, saia longa, imagem taciturna pedindo silêncio, guardando livros, figura distante e sem possibilidade de interação, uma verdadeira guardiã do acervo, essas representações contribuem para a formação de rótulos e percepções a respeito dos bibliotecários, gerando na sociedade visões generalizadas, interpretações indevidas e negativas.  Essas visões são representações das relações sociais, muitas vezes constituídas pela sociedade que desconhece a dimensão social do trabalho desse profissional, ou por ter a compreensão de que o bibliotecário é apenas um guardador de livros, não reconhecendo sua relevância e contribuição no processo de democratização da informação e do conhecimento. A profissão de bibliotecário está bem mais dinâmica, principalmente por a crescente explosão de informação, crescimento das novas tecnologias de informação e comunicação. O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca pode quebrar de uma vez por todas esse paradigma de assustar os usuários.


[[Categoria:Gibitecas]]
A iniciativa da gibitecas possui dois perfis, algumas são empreendidas por amantes de quadrinhos, oferecendo atividades dinâmicas, porém não possui os conhecimentos técnicos da biblioteconomia afetando a recuperação precisa da informação. Em contraposição o acervo organizado por bibliotecário deixa a desejar na questão do dinamismo e entusiasmos. Muitas vezes nem o trabalho de recuperação da informação é tão competente, visto que alguns profissionais não consideram o gibi ou as histórias em quadrinhos, como fonte de informação, não merecendo sua atenção dando o menor tratamento técnico possível, pois seu precioso tempo de trabalho exercendo atividades de catalogação, indexação, classificação não poderia ser desperdiçado em vão. Assim os quadrinhos ficavam com restos de tempo e atenção, a maioria dos bibliotecários contentando-se apenas em espalha-los em cestas ao longo do ambiente da biblioteca. Mas é claro que isso não é um padrão, existem casos de bibliotecários que fizeram um trabalho dinâmico nessa área. Como é o caso da Gibiteca de Curitiba e da Gibiteca Henfil em São Paulo.


O bibliotecário pode e deve trabalhar para construir um ambiente atraente e desenvolver a mentalidade dos usuários. A biblioteca é um espaço propício para a construção do senso crítico dos leitores podendo assim gerar mudanças no comportamento em relação à sociedade. A gibiteca pode ter a função de intermediar, ser uma conexão no questionamento dos leitores. E insere-se no contexto do entendimento. Pontuando o papel do bibliotecário educador, não aquele que irá competir com o professor, e sim como agente transformador de realidade. Então cabe ao bibliotecário se desfazer dos seus preconceitos e arriscar. Servir a comunidade, propagando conhecimento, orientando os caminhos para o acesso à informação. Até ajudando a romper com o abismo existente entre a elite e as classes mais abastardas da sociedade.  {{referências}}[[Categoria:Gibitecas| ]]
[[en:Comic book collecting#List of comic collections]]
{{DEFAULTSORT:Gibiteca}}
{{DEFAULTSORT:Gibiteca}}

Revisão das 04h26min de 3 de novembro de 2014

Edifício da Bedeteca municipal de Lisboa.[1]

Uma bedeteca (português europeu) ou gibiteca (português brasileiro) é um edifício que funciona como biblioteca, mas que está vocacionada para a arte sequencial (definição que engloba o estilo conhecido como banda desenhada em Portugal ou história em quadrinhos no Brasil).[2]

Definição

Uma gibiteca é uma biblioteca de gibi, local destinado ao armazenamento, organização e disponibilização de História em Quadrinhos. Podendo ser pública ou não. Ambiente alternativo de leitura e lazer, pois no local encontramos diferentes tipos de eventos, seja cultural, artístico e educacional, tem como um dos objetivos estimular a leitura de crianças e adolescentes.

O gibi é apresentado como uma excelente alternativa de literatura que associa imagens às palavras de maneira simples, rápida e espontânea. Elas vêm se afirmando como um vantajoso auxílio na formação de leitores. Por ser um elemento lúdico que prende atenção dos jovens fazendo que sua criatividade seja estimulada.

A primeira gibiteca inagurada no Brasil foi a Gibiteca de Curitiba,[3] criada em 1982, conta com um acervo de gibis infantis, heróis, humor, terror, cartoons, fanzines, mangás, exemplares estrangeiros e também as primeiras edições de "O Tico Tico" e "O Globo Juvenil".

Em São Paulo está a Gibiteca Henfil,[4] Órgão do Departamento de Bibliotecas Infanto-Juvenis da Secretária de Cultura do município de São Paulo, é mantida por um organismo do Estado. Desenvolve atividades como, oficinas, palestras, exposições entre outros.

Na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro há um grande acervo de histórias em quadrinhos antigos, incluindo o acervo da antiga Editora Brasil-América[5]

Os quadrinhos enfrentaram dificuldades nas bibliotecas públicas, sendo relegados a segundo plano, visto que alguns profissionais bibliotecários não deram o devido tratamento técnico como, catalogação, indexação e classificação para essas obras. Mas com o surgimento da gibiteca e a compreensão de que o gibi é uma fonte riquíssima de informação esse panorama começou a mudar. A gibiteca passou a ser um anexo da biblioteca ou ganhou um espaço próprio e começou a desenvolver atividades independentes.

Gibiteca escolar

A inserção de uma gibiteca na escola, como uma forma básica de grande valia para o melhor aprendizado do aluno, que tem como foco incentivar o hábito da leitura e escrita entre crianças e adolescentes, algo que é pouco difundido entre eles.

A leitura se estabelece como fator decisivo na moldagem de cidadãos críticos, capacitando-os a analisarem a construção de um texto, a terem espírito crítico, argumentar, e a terem a oportunidade de discutir e divulgar suas ideias elemento essencial para o exercício da cidadania. E essa construção se inicia ainda na fase infantil do ser humano, onde é vital a introdução de uma literatura atraente que possa garantir a produção de um leitor assíduo e respectivamente bem instruído no meio social. A história em quadrinhos ou HQs (abreviatura utilizada para a expressão história em quadrinhos) nomeadas também como: quadrinhos, gibis e revistinhas, é uma possibilidade de entretenimento para todas as faixas etárias. Os quadrinhos podem servir para aproximar os jovens do universo da leitura, possibilitando a formação de novos leitores, desenvolver a criatividade abrindo caminho para a leitura de textos mais complexos. Também apontada como opção didática, que já vem sendo inserida em algumas escolas, auxiliando no processo de aprendizagem, pois os adeptos a essa feição reconhecem que o conteúdo transmitido muitas vezes com caráter divertido, viabiliza uma compreensão mais flexível do saber. Para se montar uma gibiteca os gastos são praticamente nulos, no entanto, é imprescindível o espaço, a boa vontade e criatividade.

O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca

Senhora de idade, óculos na ponta do nariz, coque na cabeça, saia longa, imagem taciturna pedindo silêncio, guardando livros, figura distante e sem possibilidade de interação, uma verdadeira guardiã do acervo, essas representações contribuem para a formação de rótulos e percepções a respeito dos bibliotecários, gerando na sociedade visões generalizadas, interpretações indevidas e negativas. Essas visões são representações das relações sociais, muitas vezes constituídas pela sociedade que desconhece a dimensão social do trabalho desse profissional, ou por ter a compreensão de que o bibliotecário é apenas um guardador de livros, não reconhecendo sua relevância e contribuição no processo de democratização da informação e do conhecimento. A profissão de bibliotecário está bem mais dinâmica, principalmente por a crescente explosão de informação, crescimento das novas tecnologias de informação e comunicação. O papel do bibliotecário como mediador da gibiteca pode quebrar de uma vez por todas esse paradigma de assustar os usuários.

A iniciativa da gibitecas possui dois perfis, algumas são empreendidas por amantes de quadrinhos, oferecendo atividades dinâmicas, porém não possui os conhecimentos técnicos da biblioteconomia afetando a recuperação precisa da informação. Em contraposição o acervo organizado por bibliotecário deixa a desejar na questão do dinamismo e entusiasmos. Muitas vezes nem o trabalho de recuperação da informação é tão competente, visto que alguns profissionais não consideram o gibi ou as histórias em quadrinhos, como fonte de informação, não merecendo sua atenção dando o menor tratamento técnico possível, pois seu precioso tempo de trabalho exercendo atividades de catalogação, indexação, classificação não poderia ser desperdiçado em vão. Assim os quadrinhos ficavam com restos de tempo e atenção, a maioria dos bibliotecários contentando-se apenas em espalha-los em cestas ao longo do ambiente da biblioteca. Mas é claro que isso não é um padrão, existem casos de bibliotecários que fizeram um trabalho dinâmico nessa área. Como é o caso da Gibiteca de Curitiba e da Gibiteca Henfil [6] em São Paulo.

O bibliotecário pode e deve trabalhar para construir um ambiente atraente e desenvolver a mentalidade dos usuários. A biblioteca é um espaço propício para a construção do senso crítico dos leitores podendo assim gerar mudanças no comportamento em relação à sociedade. A gibiteca pode ter a função de intermediar, ser uma conexão no questionamento dos leitores. E insere-se no contexto do entendimento. Pontuando o papel do bibliotecário educador, não aquele que irá competir com o professor, e sim como agente transformador de realidade. Então cabe ao bibliotecário se desfazer dos seus preconceitos e arriscar. Servir a comunidade, propagando conhecimento, orientando os caminhos para o acesso à informação. Até ajudando a romper com o abismo existente entre a elite e as classes mais abastardas da sociedade.

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. Bedeteca - Acessado em 03/11/2014.
  2. José Aguiar (16 de Agosto de 2000). «Gibiteca, a maioridade dos quadrinhos». Omelete 
  3. Gibiteca de Curitiba - Fundação Cultural de Curitiba. Acessado em 03/11/2014.
  4. Gibiteca Henfil - Site do Centro Cultural São Paulo. Acessado em 03/11/2014.
  5. Heitor Pitombo (7 de novembro de 2002). «O mundo mágico dos quadrinhos invade a Biblioteca Nacional». Universo HQ 
  6. Gibiteca Henfil - 20 anos da Gibiteca Henfil: um novo acervo, um novo público, um novo espaço de convivência. Site do Centro Cultural São Paulo. Acessado em 03/11/2014.

Ligações externas