Farol de Cordouan

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Farol de Cordouan 
Farol de Cordouan

Tipo Cultural
Critérios i e iv
Referência 1625
Região Europa e América do Norte
Países  França
Coordenadas 45° 35' 11" N 1° 10' 24" O
Histórico de inscrição
Inscrição 2021

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

O Farol de Cordouan é uma sinalização marítima construída entre os anos de 1584 e 1611, pelo engenheiro Louis de Foix, a pedido do rei francês Henrique III. É o farol mais antigo em mar aberto e ainda em funcionamento. Foi remodelado em 1789, pelo engenheiro Joseph Teulère. O farol está localizado no Oceano Atlântico, fronteira com a foz do estuário de Gironda, na região da Nova Aquitânia, na França. É um patrimônio mundial, tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 2021. E também é um patrimônio cultural nacional, tombado pelo Ministério da Cultura da França, no ano de 1862.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

No ano de 1355, a pedido do Eduardo, o Príncipe Negro, durante a dominação inglesa, foi construída uma torre poligonal com uma plataforma, onde se acendia uma fogueira. Um eremita chamado Geoffroy de Lesparre era o encarregado pela manutenção e cobrança da taxa para as embarcações que passavam por Gironda.[3][4][5]

Farol de Cordouan. (1655)

Em 2 de março de 1584, o rei Henrique III assinou o contrato com o engenheiro Louis de Foix para construir uma nova torre no local, que se inspirou no estilo renascentista maneirista para a construção da torre. Em 1606, morre Louis de Foix e seu filho Pierre o substitui na obra. Construíram uma base de dezesseis metros de diâmetro, onde foram instalados os alojamentos dos guardas e o hall de entrada, que dá acesso a escada em caracol. O pórtico que dá acesso ao hall de entrada, possui colunas dóricas com figuras de Vitoria e de Marte. No primeiro andar foi construído os aposentos do rei da França, decorado com uma ordem coríntia e que se abre para uma galeria externa. No segundo andar foi construído uma capela com pilastras com capitéis coríntios, vitrais e uma cúpula. O obra é finalizada no ano de 1611, por François Beucher e a luz era emitida com a queima de madeira, piche, alcatrão e óleo. Entre os anos de 1661 e 1664, a luz emitida pelo farol era com fogo em uma bacia alimentada com óleo de peixe.[1][3][4]

No ano de 1727, a luz do farol era emitida através de um lampião de ferro com um fogareiro a carvão, projetada pelo engenheiro M. de Bitry e fabricada nas forjas de Berry. No ano de 1782, a luz passou a ser emitida através de 80 refletores Tourtille-Sangrain de 8 polegadas em um quadro fixo. Em 1789, a pedido do Chevalier de Borda, o farol foi remodelado pelo engenheiro-chefe da Généralité de Bordeaux Joseph Teulère, que se inspirou no estilo neoclássico. Teulère constrói os quatro últimos andares. No terceiro andar foi construído a sala do girondino com piso em mármore cinza e preto, no quarto andar é a sala dos equipamentos da lanterna, no quinto andar é a sala de observação e no último é a lanterna. Na data de 2 de novembro de 1790, o farol recebe 12 refletores parabólicos com diâmetro de 82 centímetros, com lâmpada Argand e máquina rotativa Lemoyne e Mulotin. Em 1793, mudaram os refletores parabólicos para refletores giratórios, fabricados pela Lenoir.[1][3][4][5]

No dia 20 de julho de 1823, foi instalado o primeiro dispositivo lenticular Fresnel com sistema giratório e, em 1854, foi substituído por um dispositivo catadióptrico mais eficiente, em 1948, o farol recebeu eletricidade.[3][4]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

A torre foi construída em formato cônico, sobre uma base circular construída com alvenaria em pedra. Até 1789, possuía 37 metros de altura. Após 1789, a torre passou a ter 67,50 metros de altura. A lanterna é de 3,50 metros de diâmetro, com três níveis de vidro plano sobre muro baixo de alvenaria em pedra. A luz fixa com as cores branco, vermelho, verde, com ocultação de 12 segundos. A lâmpada é de halo de 2000W. O alcance de luminosidade é de 18 milhas náuticas.[4]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O Farol de Cordouan está aberto a visitação, mediante agendamento. Só pode ser acessado através de barco, entre os meses de abril a novembro e em dias de maré baixa. O embarque é feito nas cidades de Royan, Le Verdon-sur-Mer ou Meschers-sur-Gironde, e o desembarque é feito em uma plataforma flutuante na água.[6][7]

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Le phare de Cordouan». UNESCO Centre du patrimoine mondial (em francês). Consultado em 9 de abril de 2022 
  2. «Sinalização Náutica - Breve Histórico». Centro de Auxílio a Navegação Almirante Moraes Rego. Marinha do Brasil. Consultado em 9 de abril de 2022 
  3. a b c d e «Phare de Cordouan». Ministério da Cultura da França. Consultado em 10 de abril de 2022 
  4. a b c d e «Phare de Cordouan (Etablissement de signalisation maritime n°1123/000)». Ministério da Cultura da França. Consultado em 10 de abril de 2022 
  5. a b «Le phare de Cordouan». www.planete-tp.com (em francês). 15 de outubro de 2007. Consultado em 10 de abril de 2022 
  6. Caramori, Iana (17 de julho de 2016). «Um roteiro pelos faróis de localização em diversas partes do mundo». Correio Braziliense. Consultado em 9 de abril de 2022 
  7. Barbosa, Rodrigo (25 de julho de 2021). «Farol de Cordouan é património mundial da UNESCO». euronews. Consultado em 9 de abril de 2022