Febre da carraça africana

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Febre da carraça africana
Febre da carraça africana
Lesão na perna causada por uma infeção por Rickettsia africae
Especialidade Infectologia
Sintomas Febre, dores de cabeça, dores musculares, erupções cutâneas[1]
Complicações Raramente artrite reativa[2][3]
Início habitual 4 a 10 dias após picada[4]
Causas Bactéria Rickettsia africae transmitida por carraças[2]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, confirmado por cultura microbiológica, reação em cadeia da polimerase ou imunofluorescência[3][2]
Prevenção Evitar picadas de carraça[1]
Medicação Doxiciclina, cloranfenicol, azitromicina[2][3]
Prognóstico Positivo[2]
Frequência Relativamente comum na África subsariana[2]
Mortes Não há relatos[3]
Classificação e recursos externos
CID-10 A77.8
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A febre da carraça africana é uma infecção bacteriana transmitida pela picada de uma carraça.[1] Os sintomas mais comuns são febre, dores de cabeça, dores musculares e erupções cutâneas.[1] O local da picada apresenta-se preto, com a pele em redor vermelha e dorida.[1] Os sintomas começam-se a manifestar 4 a 10 dias após a picada.[4] Embora as complicações sejam raras, pode ocorrer artrite reativa, uma inflamação das articulações.[2][3] Em alguns casos as pessoas não manifestam sintomas.[4]

A doença é causada pela bactéria Rickettsia africae.[2] A bactéria é transmitida pela picada de carraças do tipo Amblyomma.[2] Este tipo de carraças geralmente vive em ervas altas ou arbustos, sendo rara em cidades.[2] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas,[3] podendo ser confirmado por cultura microbiológica, reação em cadeia da polimerase ou imunofluorescência.[2]

Não existe vacina.[1] A prevenção consiste em evitar as picadas de carraças cobrindo a pele, usando repelentes de insetos com DEET ou usando vestuário tratado com permetrina.[1] Há poucos estudos sobre a eficácia dos tratamentos.[2] O antibiótico doxiciclina aparenta ser benéfico.[2] Podem também ser administrados cloranfenicol e azitromicina.[2][3] No entanto, a doença tende a resolver-se sem tratamento.[3]

A doença é endémica na África subsariana, nas Índias Ocidentais e na Oceania.[1][5] É relativamente comum entre as pessoas que viajam para a África subsariana.[2] A maior parte das infeções ocorre entre os meses de novembro e abril.[1] Podem ocorrer surtos da doença.[3] As primeiras descrições da doença datam de 1911.[2] A febre da carraça africana é um tipo de febre botonosa.[5] Antigamente era confundida com a febre botonosa mediterrânea.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i «African Tick-Bite Fever». wwwnc.cdc.gov (em inglês). Março de 2013. Consultado em 28 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2017 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q Jensenius, M; Fournier, PE; Kelly, P; Myrvang, B; Raoult, D (setembro de 2003). «African tick bite fever.». The Lancet. Infectious Diseases. 3 (9): 557-64. PMID 12954562 
  3. a b c d e f g h i Jensenius, Mogens; Fournier, Pierre-Edouard; Raoult, Didier (15 de novembro de 2004). «Rickettsioses and the international traveler». Clinical Infectious Diseases. 39 (10): 1493–1499. ISSN 1537-6591. PMID 15546086. doi:10.1086/425365 
  4. a b c Jeremy Farrar; Peter Hotez; Thomas Junghanss; Gagandeep Kang; David Lalloo; Nicholas J. White (2013). Manson's Tropical Diseases. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. 279 páginas. ISBN 9780702051029 
  5. a b «Imported Spotted Fevers». www.cdc.gov (em inglês). Abril de 2017. Consultado em 28 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2017