Furacão Sergio (2006)

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Furacão Sergio
Furacão categoria 2 (SSHWS/NWS)
imagem ilustrativa de artigo Furacão Sergio (2006)
O furacão Paul próximo seu pico de intensidade
Formação 13 de Novembro de 2006
Dissipação 20 de Novembro de 2006

Ventos mais fortes sustentado 1 min.: 175 km/h (110 mph)
Pressão mais baixa 965 mbar (hPa); 28.5 inHg

Fatalidades Nenhuma
Danos Nenhum
Áreas afectadas México (Guerrero)
Parte da Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2006

O furacão Sergio foi o furacão do Pacífico mais intenso já registrado no mês de Novembro. Sendo a décima nona tempestade nomeada e o décimo primeiro furacão da temporada de furacões no Pacífico de 2006, Sergio formou-se de uma onda tropical em 13 de Novembro a cerca de 740 km ao sul de Manzanillo e intensificou-se continuamente assim que se movia para sudoeste. Sergio alcançou o pico de intensidade com ventos constantes de 175 km/h em 15 de Novembro e logo em seguida começou a se enfraquecer devido a um aumento nos ventos de cisalhamento. Depois, Sergio começou a seguir para oeste, continuando a se afastar da costa do México e dissipou-se em 20 de Novembro a cerca de 515 km do ponto onde o furacão se formou.

Sergio produziu chuvas leves ao longo da costa do México, embora seus efeitos fossem mínimos. A formação de Sergio marcou a temporada de 2006 como um dos mais ativos em 12 anos e também como a única temporada que teve mais de uma tempestade no mês de Novembro. Além do mais, Sergio foi o furacão mais intenso, considerando os meses de Novembro e Dezembro e também foi o ciclone tropical do Pacífico com a maior duração em Novembro, perdurando por sete dias.

História meteorológica[editar | editar código-fonte]

O caminho de Sergio

Uma onda tropical cruzou a América Central e entrou na bacia do Oceano Pacífico nordeste em 7 de Novembro. Uma área de convecção ao longo da onda seguiu para oeste, para o sul da América Central e do México e ficou mais concentrado em 12 de Novembro, a cerca de 645 km ao sul de Acapulco. Depois, naquele dia, as classificações Dvorak começaram sobre a perturbação e as áreas de convecção continuaram a se organizar.[1] No começo da madrugada de 13 de Novembro, o Centro Nacional de Furacões indicou a possibilidade do sistema tornar-se uma depressão tropical.[2] A atividade de tempestades e trovoadas diminuiu brevemente,[3] embora no final do mesmo dia, o sistema adquiriu uma circulação ciclônica e áreas de convecção. Com isso, o sistema tornou-se a depressão tropical Vinte e Um-E a cerca de 740 km ao sul de Manzanillo, México. Operacionalmente, a depressão não foi classificada até onze horas depois.[1]

Inicialmente, a depressão tropical seguiu para noroeste,[1] e foi previsto que o sistema iria se fortalecer numa tempestade tropical com ventos constantes de 80 km/h enquanto continuava a seguir para noroeste. Localizada numa área com fracos ventos de cisalhamento, áreas de convecção formaram-se perto do centro do sistema e as bandas de tempestade tornaram-se mais proeminentes.[4] fluxos anticiclônicos acima e umidade troposférica permitiram a depressão se intensificar na tempestade tropical Sergio em 14 de Novembro. Pouco depois de se tornar uma tempestade tropical, Sergio começou a seguir para sudoeste, provavelmente devido aos fluxos de vento associados a um cavado de médios e altos níveis ao seu nordeste. A tempestade fortaleceu-se continuamente e Sergio tornou-se um furacão em 15 de Novembro a cerca de 675 km a sudoeste de Acapulco, México. Com um pequeno e distinto olho localizado no centro das áreas de convecção, Sergio intensificou-se rapidamente, atingindo o pico de intensidade com ventos constantes de 175 km/h cerca de 6 horas depois de se tornar um furacão.[1]

Imagens QuikSCAT de Sergio em 16 de Novembro

Após atingir o pico de intensidade, os meteorologistas no Centro Nacional de Furacões previram que o Furacão Sergio iria se intensificar mais, alcançando a intensidade com ventos de 195 km/h.[5] Após atingir o pico de intensidade, o furacão começou a seguir para o norte e se enfraquecer gradualmente assim que os ventos de cisalhamento de um cavado de altos níveis ao seu noroeste se intensificaram. No começo da madrugada de 17 de Novembro, a circulação ciclônica de baixos níveis ficou parcialmente exposta no lado ocidental das áreas de convecção profunda e é estimado que Sergio se enfraqueceu numa tempestade tropical depois, naquele dia. Uma área de alta pressão ao seu norte e nordeste provocou a mudança de deslocamento da tempestade, que começou a seguir para noroeste e depois para oeste assim que Sergio se enfraquecia gradualmente. Áreas de convecção profunda formaram-se novamente perto do centro da circulação em 18 de Novembro, resultando num aumento ligeiro na velocidade dos ventos, embora ventos verticais de cisalhamento enfraqueceram rapidamente a tempestade novamente.[1] Depois, naquele dia, a tempestade fez a sua aproximação máxima da costa, a cerca de 360 km a sudoeste de Michoacán.[6] No começo da madrugada de 20 de Novembro, Sergio enfraqueceu-se numa depressão tropical e depois, naquele dia, Sergio dissipou-se a cerca de 580 km ao sul de Manzanillo, México, ou cerca de 515 km a oeste-noroeste de onde o sistema formou-se originalmente.[1] Os remanescentes de Sergio continuaram a seguir para oeste por cerca de um dia antes das áreas mínimas de convecção dissipassem.[7]

Impactos, nomenclatura e recordes[editar | editar código-fonte]

Nenhum aviso ou alerta de furacão foi emitido em relação a Sergio.[1] Várias recomendações indicaram uma pequena ameaça para regiões costeiras do México, sendo que o Centro Nacional de Furacões indicou uma chance de 29% de que ventos com força de tempestade tropical atingissem a Barra de Navidad, em Jalisco.[8] Entre 16 e 17 de Novembro, as bandas de tempestade externas de Sergio causaram pequena precipitação ao longo da costa mexicana, chegando a 50 mm em Tierra Colorada, Guerrero.[6]

Quando Sergio tornou-se uma tempestade tropical em 14 de Novembro, a temporada de 2006 já tinha mais tempestades tropicais do que a temporada de 1994. Além disso, a temporada de 2006 foi a primeira temporada desde a temporada de 1961 que teve mais de uma tempestade tropical no mês de Novembro, sendo que a Tempestade tropical Rosa formou-se cerca de cinco dias antes de Sergio.[9]

Sergio foi o primeiro furacão na bacia do Pacífico Nordeste no mês de Novembro desde o Furacão Octave em 2001 e o primeiro furacão a se formar em Novembro desde o furacão Rick em 1997.[9] Sergio foi o furacão do Pacífico mais intenso após 1º de Novembro na história, ultrapassando o recorde antigo do Furacão Nora em 1991, que apresentava ventos constantes de 170 km/h e uma pressão mínima de 970 mbar. Sergio também foi o ciclone tropical de mais longa duração na bacia do Pacífico Nordeste no mês de Novembro na história, perdurando por sete dias; o recorde antigo era do furacão Nora, que perdurou por seis dias em 1991.[1][9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h Richard Pasch and David Roberts (2006). «Hurricane Sergio Tropical Cyclone Report» (PDF). National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 
  2. Franklin (2006). «November 13 Tropical Weather Outlook». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 [ligação inativa]
  3. Brown & Pasch (2006). «November 13 Tropical Weather Outlook (2)». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 [ligação inativa]
  4. Pasch & Brown (2006). «Tropical Depression Twenty-One-E Special Discussion One». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 
  5. Avila (2006). «Hurricane Sergio Discussion Nine». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 
  6. a b Servicio Meteorológico Nacional (2006). «Resumen del Huracan "Sergio" del Océano Pacífic» (PDF) (em espanhol). Consultado em 13 de fevereiro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 27 de março de 2009 
  7. Franklin (2006). «November 21 Tropical Weather Outlook». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 [ligação inativa]
  8. Avila (2006). «Hurricane Sergio Wind Speed Probabilities Fifteen». NHC (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007 
  9. a b c Hurricane Research Division (2007). «Hurricane Data for Pacific Hurricanes 1949-2006». NOAA (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2007. Arquivado do original em 21 de agosto de 2007 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]