José Daniel Rodrigues da Costa

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José Daniel Rodrigues da Costa
José Daniel Rodrigues da Costa
Nascimento 31 de outubro de 1757
Colmeias, Leiria, Portugal
Morte 7 de outubro de 1832 (74 anos)
Anjos, Lisboa, Portugal
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Ocupação poeta
Magnum opus O balão aos habitantes da Lua

José Daniel Rodrigues da Costa (Colmeias, 31 de Outubro de 1757Anjos, 7 de Outubro de 1832) foi um poeta português.

José Daniel Rodrigues da Costa instalou-se com a família em Lisboa aos dois anos de idade.

Sob o pseudónimo de Josino Leiriense, que usava nas tertúlias da Arcádia Lusitana, teve uma vida de notoriedade social e intelectual, testemunhadas em várias obras literárias que publicou, quase sempre sob a forma de folhetos. Uma das mais célebres será O Balão aos Habitantes da Lua (1819).

Gozando da protecção do Intendente-Geral Pina Manique, empenhado em manter a ordem social e reprimindo os ideais iluministas da Revolução Francesa, José Daniel foi promovido a major da Legião Nacional do Paço da Rainha. Foi autor de Proteção à francesa [1] (1808) e de Embarque dos apaixonados dos francezes para o hospital do mundo, ou segunda parte da Protecção á francesa [2] (também 1808) e ainda de Portugal convalescido pelo prazer que prezentemente disfruta na dezejada, e feliz vinda do seu amabilissimo monarcha o Sr. D. João VI e da sua augusta familia [3] (1821).

Foi popular a sua rivalidade com Bocage, em várias publicações.

Na série televisiva Bocage, realizada por Fernando Vendrell (2006) é o actor Francisco Nascimento que interpreta a personagem de José Daniel Rodrigues da Costa.

Jaz sepultado defronte do altar mor na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, em Lisboa[4].

Obras[editar | editar código-fonte]

(Ortografia conforme a publicação original)

  • 1777
    • Novo Entremez dos destemperos de hum Bazofia, jocosos, e exemplares
    • Ecloga pastoril: primeira parte : fallam Jozino, e Dárcia
    • Silva : culto obsequioso na gostosa aclamação da Rainha Nossa Senhora
    • Novidades da corte vistas por Jozino e relatadas aos pastores da sua aldeia
  • 1780
    • Ecloga : segunda parte
  • 1781
  • 1782
    • O dependente feliz nas desordens da vida : Sylva
    • Qualidades de amigos, e mulheres para o acerto dos homens
  • 1784
    • Esparrella da moda : parte primeira : pequena peça crítica e moral
    • Pequena pessa intitulada A casa de pasto, a qual se representou no theatro do Salitre, onde mereceo acceitaçam
    • Nova, e pequena peça crítica, e moral: Os carrinhos da Feira da Luz
  • 1785
    • Carta, que escreve o pastor Jozino a Jonia : parte terceira das Eclogas de Jozino
  • 1786
    • Ópios que dão os homens e as senhoras na cidade de Lisboa huns aos outros : tirados da esperiencia [sic] do author
    • Correcção de maos costumes pelos sete vicios : sextinas liricas
    • Verdade do mundo na vida da corte e do campo
  • 1787
    • Pequena peça a Arte de tourear, ou o filho cavalleiro
  • 1788
    • Modas do tempo, descubertas na quarta parte dos Ópios
    • Petas da vida ou a terceira parte dos ópios
    • Misturadas de Lisboa temperadas à moda, pratinho em que todos tem o seu quinhão, ou a segunda parte dos ópios
    • Gemidos de tristeza na lamentável perda de Sua Alteza Real o Senhor Dom José, príncipe do Brasil
    • Pequena peça intitulada a Casa desordenada, ou o barbeiro de bandurra
    • Gemidos da tristeza na lamentavel perda de S.A.R. o Senhor D. José Principe do Brazil, : falecido em 11 de setembro de 1788.[5]
  • 1794
    • Epicedio na sensivel morte ao Illustrissimo Senhor Antonio Joaquim de Pina Manique, cavalleiro professo na Ordem de Cristo
  • 1797
    • Espelho de jogadores
  • 1798
    • Almocreve de petas ou moral disfarçado para correção dos miudezas da vida
  • 1801
    • Comboy de mentiras vindo do reino petista com a fragata verdade encuberta por capitania
  • 1802
    • O espreitador do mundo novo[6]
  • 1803
    • Barco da carreira dos tolos : obra critica, moral e divertida
  • 1805
    • Hospital do mundo : obra critica, moral e divertida em que he medico o desengano e enfermeiro o tempo[7]
  • 1807
  • 1808
  • 1810
    • Cantigas patrióticas
  • 1813
    • Testamento que fez o D. Quixote da França antes de partir para a sonhada conquista da Russia
  • 1814
    • Tribunal da razão : onde he arguido o dinheiro pelos queixosos da sua falta : obra critica, alegre e moral
  • 1815
    • Revista dos genios de ambos os sexos, passada em virtude da denuncia, que deles se deo
  • 1817
    • Os enjeitados da fortuna expostos na roda do tempo : obra moral e muito divertida
  • 1819
  • 1820
  • 1821
    • Tizoura da Critica ou Carta, que ao seu Amigo da Cidade do Porto o Senhor Joze Luiz Guerner escreve Joze Daniel Rodrigues da Costa
  • 1822
    • O desengano do mundo ou morte de Buonaparte, encontrando este na eternidade hum rancho de Corcundas, a que se ajuntão três sonetos às extintas legiões
    • Pimenta para as más linguas : em huma epistola ao illustrissimo Senhor José Luiz Guerner
  • 1823
    • Queixas à fortuna
    • Entrada que deu no Inferno a ilustrissima e excelentíssima Senhora Dona Constituição, que foi levada pelo Diabo, com todo o estrondo em 2 de Junho de 1823, em que expirou
    • O homem dos pezadélos, ou tresvalios do somno que podem ser postos em ordem pelos acordados
    • O temporal desfeito ou os impostores naufragados : esta obra é dedicada ao Serenissimo Senhor D. Miguel, Infante de Portugal
    • Resposta á Defeza (por Alcunha) das Memorias para as Cortes que como Pilatos no Credo se introduzio contra a Memoria de José Daniel Rodrigues da Costa, e mais Ralhadores
    • Segunda Assembleia da Conversação das Senhoras na Salla das Visitas antes do Chá, publicada por José Daniel Rodrigues da Costa
  • 1824
    • Novo divertimento, para meio quarto de hora
  • 1825
    • Este maldito Janeiro. Obra que pode servir de divertimento, aos que tem sentido os rigorosos efeitos da presente estação
    • Assim se passa o seraõ. Obra critica, e interessante à curiosidade de muita gente, com tres adevinhações, e huma idéa divertida de cada Homem, ou Senhora mostrar em dois versos, por sorte, a condição do seu genio, ou os seus sentimentos
    • A murmuração entre hum Doutor velho = hum Capitão = hum Frade = hum Poeta = e hum Taful = sentados no Passeio Publico. Presenciada por José Daniel Rodrigues da Costa. Leyriense.
  • 1826
    • O avô dos periodicos
    • Segunda parte do Avô dos Periódicos dirigida ao Espelho dos Jornalistas
    • Jantar imaginado com sobremeza, café, e palitos, dado em meza redonda, na casa de pasto do Desejo, sendo cozinheiro o Pensamento, e Freguezes Gente de diversos paladares
  • 1827
    • A penna aparada, com que se escrevem costumes e vicios
    • Ronda do patriotismo
    • A falta de reflexão, ou meio divertido de evitar prejuízos
    • Segundo aparo da penna : n'esta obra se continuarão a descrever cousa novas de costumes, e vicios com jovialidade
  • 1828
    • Na acclamação do magnanimo e augustissimo senhor Dom Miguel I. Rei de Portugal[9]
    • Terceiro aparo da penna, ou continuação da critica sobre costumes e vicios
  • 1829
    • Colecção de todas as obras modernas, que o author tem feito á sua real magestade o augusto senhor D. Miguel I., antes de hir para Alemanha : assim como depois do seu desejado regresso, em que lhe lembrava a sua pertenção : e outras obras, agradecendo o ser despachado, e tão bem á molestia do mesmo real senhor, e ao seu restabelecimento[10]
  • 1830
    • O novo Janeiro de 1831

Referências

  1. Catálogo BLX. «Protecção à francesa (1808) – registo bibliográfico.». Consultado em 25 de outubro de 2018 
  2. Catálogo BLX. «Embarque dos apaixonados dos francezes para o hospital do mundo, ou segunda parte da Protecção á franceza (1808) – registo bibliográfico.». Consultado em 27 de abril de 2020 
  3. Catálogo BLX. «Portugal convalescido... (1808) – registo bibliográfico.». Consultado em 8 de maio de 2020 
  4. Diccionario bibliographico portuguez estudos de Innocêncio Francisco Da Silva aplicáveis a Portugal e ao Brasil, Volume 4, Imprensa nacional, 1860, pág. 304
  5. Gemidos da tristeza na lamentavel perda de S.A.R. o Senhor D. José Principe do Brazil, : falecido em 11 de setembro de 1788. Com incomparavel mágoa do Reino de Portugal, dedicados ao Illustrissimo Senhor Diogo Ignacio de Pina Manique fidalgo da casa de Sua Magestade, do seu conselho, e seu desembargador do paço, intendente geral da policia da corte e reino, administrador geral da alfandega maior desta cidade de Lisboa, e feitor mór das mais do reino, &c., , Lisboa : Na officina de Simão Thaddeo Ferreira, Internet Archive (obra digitalizada
  6. O espreitador do mundo novo : obra critica, moral, e divertida, Lisboa : Na officina de J.F.M. de Campos, Internet Archive (obra digitalizada
  7. Hospital do mundo : obra critica, moral e divertida em que he medico o desengano e enfermeiro o tempo, Lisboa : Na officina de Simão Thaddeo Ferreira, Internet Archive (obra digitalizada
  8. A verdade : exposta a sua magestade fidelissima o senhor D. João VI. epistola, Lisboa : Na impressão Regia, Internet Archive (obra digitalizada
  9. Na acclamação do magnanimo e augustissimo senhor Dom Miguel I. Rei de Portugal, Lisboa : Na impressão Regia, Internet Archive (obra digitalizada)
  10. Colecção de todas as obras modernas, que o author tem feito á sua real magestade o augusto senhor D. Miguel I., antes de hir para Alemanha : assim como depois do seu desejado regresso, em que lhe lembrava a sua pertenção : e outras obras, agradecendo o ser despachado, e tão bem á molestia do mesmo real senhor, e ao seu restabelecimento, Lisboa : Na nova impressão Silviana, , Internet Archive (obra digitalizada

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