Katharine Burdekin

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Katharine Burdekin
Pseudônimo(s)
  • Murray Constantine
  • Kay Burdekin
Swastika Night (1937)
Nascimento 23 de julho de 1896
Spondon, Derby, Reino Unido
Morte 10 de agosto de 1963 (67 anos)
Suffolk, Reino Unido
Nacionalidade britânica
Cidadania Reino Unido, Austrália, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Cônjuge Beaufort Burdekin
Irmão(ã)(s) Rowena Cade
Alma mater Cheltenham Ladies' College
Ocupação escritora
Gênero literário ficção e ficção científica

Katharine Burdekin (Spondon, 23 de julho de 1896Suffolk, 10 de agosto de 1963) foi uma escritora britânica de ficção especulativa.

Sua ficção trabalhava temas como feminismo, fascismo, crítica social e temas espirituais e muitos de seus livros se enquadram em utopias ou distopias feministas.[1] Katherine era a filha mais nova de Rowena Cade, criadora do Teatro Minack, na Cornualha.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Katharine nasceu em 1896, em Spondon, subúrbio da cidade de Derby, que na época mudou de vila para parte integrante da cidade após uma forte industrialização. Era a filha mais nova dos quatro filhos de Charles e Rowena Cade. Um de seus ancestrais foi o pintor Joseph Wright. A educação de Katherine foi com as governantas da residência da família e depois no Cheltenham Ladies' College, um internato.[1]

Ávida leitora desde pequena e muito inteligente, Katherine queria estudar na Universidade Oxford, como seus irmãos, mas seus pais não permitiram. Ela se casou com o remador olímpico e advogado Beaufort Burdekin, em 1915[1], união que gerou duas filhas entre 1917 e 1920. A família mudou-se para a Austrália, onde Katherine começou a escrever. Seu primeiro livro, Anna Colquhoun, foi publicado em 1922. Seu casamento com Beaufort acabou no mesmo ano e ela voltou para a Grã-Bretanha, indo morar com a irmã, na Cornualha. Em 1926, ela conheceu uma mulher com quem teve um longo relacionamento.[3][4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Katherine escreveu vários de seus livros durante a década de 1920, mas é seu livro de 1929, The Rebel Passion, que ela considerava seu primeiro trabalho maduro. Tanto The Rebel Passion quanto seu outro livro The Burning Ring, eram fantasia a respeito de viagens no tempo.[2] Nos anos 1930, ela escreveu treze livros, seis deles foram publicados. Katherine estudava muito para compor seus livros e os escrevia rapidamente.[4]

Em 1934, Katherine começou a usar o pseudônimo masculino de Murray Constantine. Devido às suas ácidas críticas ao fascismo em seus livros, ela teria optado por usar um pseudônimo de maneira a proteger sua família de ataques e da repercussão das obras. A verdadeira identidade de Murray Constantine só foi revelada após sua morte. Uma resenha de seu livro Proud Man, no Manchester Guardian, de junho de 1934, sugeriu que o verdadeiro nome de Murray era Olaf Stapledon.[5]

Em Proud Man (1934), um visitante intersexo do futuro retorna aos anos 1930 e critica os papéis de gênero. Publicado no mesmo ano, saiu The Devil, Poor Devil!, uma fantasia satírica sobre como o poder do Diabo nas sociedades modernas é destruído pelo racionalismo.[6]

Seu livro mais conhecido é Swastika Night (1937), publicado sob o pseudônimo de Murray Constantine e republicado na Inglaterra e nos Estados Unidos apenas em 1985. Em Swastika Night a autora tece várias críticas à supremacia masculina dentro da ideologia fascista. As potências do Eixo venceram a Segunda Guerra Mundial e dominaram o mundo e 700 anos no futuro, o mundo é dividido entre o império nazista e o japonês, onde os judeus foram erradicados, os cristãos são marginalizados e Hitler é venerado como um deus.[7] As mulheres foram reduzidas de seu status de ser humano para meros objetos, onde são mantidas em campos de concentração. A única função das mulheres neste mundo é dar à luz aos novos homens do sistema.[8]

Morte[editar | editar código-fonte]

Katherine morreu em Suffolk, 10 de agosto de 1963, aos 67 anos.[3]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

  • 1922 Anna Colquhoun;
  • 1924 The Reasonable Hope;
  • 1927 The Burning Ring;
  • 1929 The Children's Country;
  • 1929 The Rebel Passion;
  • 1930 Quiet Ways;
  • 1934 The Devil, Poor Devil (como Murray Constantine);
  • 1934 Proud Man (como Murray Constantine e depois republicado com seu verdadeiro nome em 1993);
  • 1937 Swastika Night (como Murray Constantine e depois republicado com seu verdadeiro nome em 1985);
  • 1940 Venus in Scorpio (Murray Constantine e Margaret Goldsmith);
  • 1989 The End of This Day's Business.

Referências

  1. a b c Burdekin, Katharine. Proud Man. [S.l.]: Feminist Press at CUNY. pp. 320–. ISBN 978-1-55861-067-5 
  2. a b Clute, John (1995). The Encyclopedia of Science Fiction. Nova York: St Martins Press. ISBN 978-0312134860 
  3. a b Riley Silverman (ed.). «Forgotten Women of Genre: Katharine Burdekin aka Murray Constantine». SyFy Wire. Consultado em 24 de junho de 2020 
  4. a b Burdekin, Katharine (1922). Anna Colquhoun. A Novel. London: [s.n.] 
  5. Crossley, Robert (1994). Olaf Stapledon: Speaking for the Future. Nova York: Syracuse University Press. 504 páginas. ISBN 0815602812 
  6. Stableford, Brian (1994). The A to Z of Fantasy Literature. Plymouth: Scarecrow Press. p. 56. ISBN 978-0810868298 
  7. Shaw, D. (2000). Women, Science and Fiction: The Frankenstein Inheritance. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK. ISBN 978-0-230-28734-1 
  8. Claeys, Gregory (2010). The Cambridge Companion to Utopian Literature. Cambridge: Cambridge University Press. p. 316. ISBN 978-0521886659 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]