Lima Trindade

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Vivaldo Lima Trindade é um escritor brasileiro. Filho de pai carioca e mãe baiana, nasceu em Brasília em 1966. Morou no Rio de Janeiro e atualmente vive em Salvador, onde cursou o Mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade Federal da Bahia.[1] Em 1998, participou da revista Bras-ilha; criou a Verbo21 (revista que editou durante quinze anos, de 1999 a 2014) em parceria com o poeta, guitarrista, e tradutor Wilton Rossi. Além de livros, publicou textos em jornais e revistas, como Correio Braziliense (DF), A Tarde (BA), Revista de Contos Bestiário (RS) e Revista LSD (Uruguai).[2]

Produção literária[editar | editar código-fonte]

Bastante influenciado pela cultura pop, principalmente pelas revistas em quadrinhos, cinema e música contemporânea, conforme declarou em entrevista ao jornal Correio Brasiliense,[3] Lima Trindade estreou na literatura em 2005, com duas publicações: a novela Supermercado da Solidão e a coletânea de contos Todo Sol Mais o Espírito Santo.[4] Em 2007, lançou o seu livro de contos Corações blues e serpentinas. Em 2014, publicou a novela O retrato: ou um pouco de Henry James não faz mal a ninguém. Em 2019, lançou seu primeiro romance, As margens do paraíso, que obteve bastante destaque na mídia nacional. Além disso, alguns de seus contos estão traduzidos para o espanhol, inglês e alemão. Além dos 5 títulos publicados, o autor participou em várias antologias. Possui textos publicados em jornais, revistas, suplementos literários e em sites da internet no Brasil e no exterior. Seu primeiro livro de contos foi traduzido e publicado na Cidade do México em outubro de 2014.[5]

Repercussão na mídia[editar | editar código-fonte]

Os livros de Lima Trindade tiveram boa repercussão midiática, especialmente seu último livro, o romance As margens do paraíso (2019). José Nunes fez uma entrevista com o autor ("Como escreve Lima Trindade") em 20 de agosto de 2018 e mencionou seus livros Todo Sol mais o Espírito Santo (Ateliê Editorial) e Aceitaria Tudo (Mariposa Cartonera), além das novelas Supermercado da Solidão e O retrato ou um pouco de Henry James não faz mal a ninguém.[6] Em 13 de abril de 2019, o jornalista Severino Francisco, do Correio Brasiliense dedicou uma página inteira ao livro e ao seu autor.[1] Neste mesmo jornal, no dia 13 de julho de 2019, o jornalista Luiz Carlos Lacerda escreveu uma resenha na qual destaca:

"O romance de Lima Trindade (As margens do paraíso) não é somente sobre o paraíso perdido do seu autor, ou da minha geração, anterior a dele, mas sobre a perda de um país que teve a Esperança como programa de nação. O Brasil da bossa nova, do Cinema Novo, do Teatro de Arena e do Oficina, da construção de um futuro interrompido pelas trevas que se seguiram e que parecem redivivas. Essa montanha-russa de abismos que é a nossa história."

E ao comparar Lima Trindade a Lúcio Cardoso em seus romances de introspecção, acrescenta: "Tendo como pano de fundo a construção de Brasília, o escritor se revela um exímio observador da alma humana, na elaboração de riquíssimas linhas de personagens com distintas e sutis psicologias de diferentes classes sociais, projetos de vida e objetivos antagônicos". O Correio da Bahia também dedica-lhe uma página com o título: "Em romance, Lima Trindade mostra a cidade de Brasília antes do golpe".[4] Na mesma linha, O Diário de Pernambuco, de 2 de abril de 2019, dedicou-lhe uma página na qual destaca: "Livro de Lima Trindade questiona a utopia de paraíso".[7]

Whisner Fraga comentou o romance e leu um trecho da obra em seu canal Acontece nos livros, no Youtube, afirmando que esta obra ("a mais ousada e bem sucedida de Lima Trindade") sobre a construção de Brasília é "um romance profundo e de fôlego".[8] A jornalista Talita Cerqueira fez uma entrevista com o autor sobre o seu livro em 24 de outubro de 2019 para o programa Soterópolis da TVE.[9] Em 30 de novembro de 2019, a série Leituras da TV Senado dedicou-lhe um programa intitulado "A construção de Brasília na literatura de Lima Trindade", onde o entrevistador destaca que o livro "fala sobre a saga dos homens e mulheres que foram para o Planalto Central em busca de uma nova vida com a construção da capital: Brasília".[10] Lima Trindade também foi entrevistado por Ademir Luiz, na FLIP 2019, em Paraty, em conversa com o escritor sobre sua formação, sua obra e a relação entre literatura e história.[11]

Na resenha "Romance de Lima Trindade revela a terceira margem de Brasília" para o Jornal Opção (4 de agosto de 2019), Ronaldo Cagiano fala do leitmotiv da obra (a construção de Brasília) e da destreza e habilidade do autor ao investigar documentos históricos e pesquisar sobre a época, que ao "traçar um perfil não apenas da cidade que se erguia no meio da poeira do cerrado, mas um roteiro psicológico e profundamente humano da heterogênea população".[12] Cagiano acrescenta ainda:

"O livro “As Margens do Paraíso” traduz-se numa prosa sofisticada, cuja tessitura poética realiza uma apreensão fotogênica, sincera e não caricatural ou estereotipada, pois penetra a poeira e o cipoal da grande maratona de gente, máquinas e ideias que forjou um grande surto desenvolvimentista nacional. Expõe as dores e delícias desse período recente, mas crucial, da vida brasileira, que tem na construção de Brasília um divisor de águas. Um livro-cinema, uma obra-documento sobre uma utopia que, apesar de seus desvios, ainda está por se realizar, pois o sentido de sua construção, entre outros, de tornar o Brasil menos desigual e mais integrado, mais inclusivo e humano, reclama por completar-se."[12]

Obras mais importantes[editar | editar código-fonte]

  • Supermercado da Solidão, novela (2005)
  • Todo Sol Mais o Espírito Santo, coletânea de contos (2005)
  • Corações blues e serpentinas, contos. (2007)
  • O retrato: ou um pouco de Henry James não faz mal a ninguém, novela (2014)
  • As margens do paraíso, romance (2019)

Referências

  1. a b Francisco', 'Severino (13 de abril de 2019). «Lima Trindade passeia entre sonho e realidade em As margens do paraíso». Acervo. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  2. «Arquivos Lima Trindade». Ateliê Editorial. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  3. Francisco', 'Severino (13 de abril de 2019). «Lima Trindade passeia entre sonho e realidade em As margens do paraíso». Acervo. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  4. a b Midlej, Roberto (30 de março de 2019). «Em romance, Lima Trindade mostra a cidade de Brasília antes do golpe». Jornal CORREIO | Notícias e opiniões que a Bahia quer saber. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  5. «Lima Trindade - Autores no SKOOB». www.skoob.com.br. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  6. «Como escreve Lima Trindade » Como eu escrevo». Como eu escrevo. 20 de agosto de 2018. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  7. Pernambuco, Diario de; Pernambuco, Diario de (2 de abril de 2019). «Livro de Lima Trindade questiona a utopia de paraíso». Diario de Pernambuco. Consultado em 28 de setembro de 2020 
  8. Fraga, Whisner (28 de maio de 2020). «Acontece nos livros: As margens do Paraiso». Consultado em 28 de setembro de 2020 
  9. Cerqueira, Talita (24 de outubro de 2019). «Lançamento de As margens do Paraíso». Soterópolis, TVE 
  10. Melo Junior, Maurício (30 de novembro de 2019). «"A construção de Brasília na literatura de Lima Trindade"». Leituras, TV Senado. Consultado em 28 de setembro de 2019 
  11. Luiz, Ademir (16 de jul. de 2019). «FLIP 2019» 
  12. a b Cagiano, Ronaldo (4 de agosto de 2019). «Romance de Lima Trindade revela a terceira margem de Brasília». Jornal Opção. Consultado em 28 de setembro de 2020 

Categoria: Literatura do Brasil