Lindanor Celina

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Lindanor Celina
Nascimento 21 de outubro de 1917
Castanhal, PA, Brasil
Morte 4 de março de 2003 (85 anos)
Paris, França
Ocupação Escritora
Gênero literário Romance, crônica
Movimento literário Modernismo

Lindanor Celina Coelho Casha (Castanhal, 21 de outubro de 1917Paris, 4 de março de 2003) foi uma escritora brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Lindanor nasceu em Castanhal, mas, como ela mesmo afirmava, abriu os olhos para o mundo no município de Bragança. Aos 11 anos de idade, mudou-se para Belém e foi interna do Colégio Santo Antônio. Retornou para Bragança como professora, foi aprovada em concurso público federal e nomeada para a cidade de São Luis, casando-se antes de 18 anos de idade na capital maranhense.

Ao ser transferida para Belém, obteve a primeira colocação no concurso nacional promovido pela Aliança Francesa, instituição da qual era aluna. O tema do teste foi a estação de sua preferência. "Eu não conhecia o outono, mas tinha uma paixão por essa estação porque havia lido o Verlaine, eu já cronicava desde 1954, no jornal Folha do Norte, e este concurso foi em 1957". O prêmio foi uma viagem a Paris, onde mais tarde viveria, com os três filhos para criar e separada. Na Folha, escreveu muitos anos na coluna "Minarete". Conviveu com vários jornalistas, poetas e escritores da cidade, mas quem acreditou no trabalho dela foi Machado Coelho, autor da orelha do romance Breve Sempre, em seguida Dalcídio Jurandir e depois o filósofo Benedito Nunes.

No ano de 1963, publicou seu primeiro livro, o romance Menina que vem de Itaiara. Foi citada como romancista de costumes pelo crítico Afrânio Coutinho, em virtude das "cenas e situações do livro que mostram a boa observação da autora".[1] O Estado de S. Paulo escolhe o romance como "o livro do semestre", marco inicial de uma fecunda trajetória literária, abrindo caminho para Estrada de tempo-foi, Breve sempre, Pranto por Dalcídio Jurandir, A viajante e seus Espantos, Diário da Ilha e Eram assinalados.

Lindanor Celina foi tema da Gincana Literária,[2] realizada na IX Feira Pan-Amazônica do Livro no dia 21 de Setembro de 2005, onde os alunos do Ensino Fundamental e Médio das Escolas do Pólo 4 - SEDUC (Secretaria de Estado de Educação) estudaram e responderam sobre a vida e obras da autora, comandada pelo escritor Carlos Correia Santos. Os familiares da escritora estiveram presentes no evento e colaboraram com os alunos levando pertences de Lindanor, que foram apresentados ao público, como roupas, chapéu, jóias, livros e fotografias.

Lindanor Celina enriqueceu a literatura regional da Amazônia e é considerada como romancista moderna, mais precisamente pós-moderna[3] por causa da fusão do cotidiano com o ficcionismo mostrado em suas obras.

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Menina que vem de Itaiara (primeiro romance - 1953, reeditado em 1995)
  • Estradas do tempo-foi (romance, menção especial do III Prêmio Walmap de Literatura em 1969, publicado em 1971)
  • Breve sempre (romance, menção honrosa do IV Prêmio Walmap de Literatura em 1971, publicado em 1973)
  • Afonso contínuo, santo de altar (romance - 1986)
  • Diário da ilha: crônicas (1992)
  • Eram seis assinalados (romance - 1994)
  • Crônicas intemporais (publicado post-mortem em 2003)
  • Para Além dos Anjos: Aquele Moço de Caen (romance - escrito em 1973, publicado post-mortem em 2003)

Referências

  1. Maria das Neves de Oliveira Penha. «A Cartografia de Irene na Trilogia de Lindanor Celina» (PDF). Consultado em 25 de maio de 2017 
  2. Ronald Junqueiro. «Obras de Stella Pessoa e Lindanor Celina na gincana». Consultado em 25 de maio de 2017 
  3. Rosa Helena Sousa de Oliveira. «Reflexões sobre a Estrutura Narrativa em Eram Seis Assinalados, de Lindanor Celina» (PDF). Consultado em 25 de maio de 2015 

Obras sobre Lindanor Celina[editar | editar código-fonte]

  • TUPIASSÚ, Amarilis; PEREIRA, João Carlos; BEDRAN, Madeleine. Lindanor, a menina que veio de Itaiara. Belém: Secult, 2004.