Mário Félix

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Beato Mário Félix
Mártir
Nascimento 27 de dezembro de 1860
Santa Marta do Bouro, Amares
Morte 28 de julho de 1936 (75 anos)
Griñón
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 13 de Outubro de 2013
Tarragona
por Cardeal Angelo Amato
Principal templo Igreja Matriz de Santa Marta do Bouro, Amares
Portal dos Santos

Irmão Mário Félix (Santa Marta do Bouro, Amares, 27 de dezembro de 1860Griñón, Espanha, 28 de julho de 1936), batizado Manuel José de Sousa, foi um religioso lassalista português. Mártir da Guerra Civil Espanhola, foi beatificado em 2013 pelo Papa Francisco.[1][2]

Vida e obra[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Santa Marta do Bouro, Arciprestado de Amares, a 27 de Dezembro de 1860, tendo ainda em criança emigrado para o Brasil, onde trabalhou numa empresa de confecções do Rio de Janeiro pertencente a um tio.

Durante a permanência no Rio de Janeiro estabeleceu contactos com cristãos protestantes, que lhe despertaram o interesse pela leitura da Bíblia, e mais tarde manteve contactos com padres jesuítas, relação que o conduziu ao catolicismo.

Regressou a Portugal e fixou-se em Lisboa como tecelão. A 14 de Junho de 1888, aos 28 anos de idade, entrou no Instituto de La Salle. A 15 de Agosto do mesmo ano Manuel José de Sousa tomou o hábito com o nome de Irmão Mário Félix. Passou por várias casas da congregação até chegar à comunidade de Griñón.

Martírio[editar | editar código-fonte]

Durante a Guerra Civil Espanhola decorreram diversas campanhas de perseguição religiosa.

Pelas 13 horas do dia 28 de Julho de 1936 centenas de revolucionários invadiram o Convento de La Salle, em Griñón, onde restavam 12 religiosos e os jovens noviços, e que se encontravam reunidos na Capela para a celebração da Santa Missa.

Depois de destruírem os símbolos religiosos da instituição, separaram os religiosos dos noviços, poupando estes últimos ao martírio. No exterior, os religiosos, entre os quais o Irmão Mário Félix, foram alinhados. Os 12 frades pediram um minuto e, a rezar, perfilaram-se de frente para os militares. As suas últimas palavras foram: "Por Deus morremos de frente". De seguida foram fuzilados.

O reconhecimento do martírio dos religiosos foi determinado pelo Papa Bento XVI por Decreto de 19 de Dezembro de 2011.

Beatificação[editar | editar código-fonte]

A sua Beatificação ocorreu em Tarragona no dia 13 de Outubro de 2013, juntamente com mais de 500 mártires da Guerra Civil Espanhola. A Beatificação foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Francisco.

A beatificação foi concelebrada por diversos bispos, entre os quais o Arcebispo Primaz de Braga D. Jorge Ortiga, prelado da Arquidiocese de origem do novo Beato.

Cerca de uma centena de portugueses participaram naquela que foi classificada como a maior Beatificação colectiva da História da Igreja Católica. A população de Santa Marta do Bouro mostrou-se orgulhosa por um dos seus subir aos altares e espera que o corpo do Beato, sepultado em Espanha, possa ser trasladado para a localidade minhota, onde passou a ter uma capela e uma imagem na Igreja.[3]

Referências

  1. Agência Ecclesia (22 de Abril de 2013). «Braga: Irmão Mário Félix vai ser próximo beato da arquidiocese» 
  2. Arquidiocese Primaz de Braga (20 de Abril de 2013). «Arquidiocese vai ter novo Beato» 
  3. Correio da Manhã (12 de Outubro de 2013). «Igreja: Mártir minhoto sobe aos altares»