Membrana regeneradora porosa

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Membrana regeneradora porosa é um produto composto por celulose bacteriana para uso médico, com características físicas, químicas e mecânicas capazes de substituir temporariamente a pele humana e de promover a rápida regeneração em lesões causadas por queimaduras, úlceras de membros inferiores ou em qualquer outra situação onde ocorra a falta da epiderme ou da derme.

Vantagens do uso[editar | editar código-fonte]

  • Facilidade de aplicação e adaptação ao leito da lesão;
  • Proteção e aceleração do processo cicatricial;
  • Isenção de reações adversas;
  • Diminuição da dor;
  • Conforto ao paciente;
  • Facilidade de drenagem das secreções;
  • Visualização e controle evolutivo da lesão;
  • Manutenção da umidade fisiológica entre o leito da lesão e a membrana;
  • Ocorrência de trocas gasosas;
  • Menor custo de tratamento.

Indicações de uso[editar | editar código-fonte]

A membrana regeneradora porosa é indicada para os tratamentos preventivo e curativo de lesões resultantes da perda do epitélio, especialmente as com grande potencial de infecção, sendo caracterizadas como ferimento superficial ou profundo, com exsudação abundante ou escassa, tais como:

Fundamentação técnica[editar | editar código-fonte]

Apesar da celulose bacteriana já ser produzida e conhecida desde o Século XIX, somente nas últimas décadas ela vem sendo utilizada na manufatura de alguns produtos de importância na área médica. Atualmente vem se dando maior atenção a este material, pelo fato das suas características físicas serem completamente diferentes do produzido com celulose de origem vegetal, com estrutura uniforme e sem variações quanto a orientação das microfibrilas que o forma, textura fina, entre outras propriedades de interesse..

Diferentemente da celulose vegetal in natura, a de zoogléias produzidas pela bactéria Acetobacter xylinum é constituída por microfibrilas de comprimentos indefinidos, distribuída em sentidos aleatórios e entrelaçadas entre si, formando um tecido gelatinoso frouxo e de textura extremamente fina. Com esse material, iniciou-se o desenvolvimento de produtos com propriedades físicas e mecânicas inéditas, os quais até o ano 2.000 preenchiam algumas lacunas em termos de desempenho, especialmente na área médica. Entre os produtos desenvolvidos de maior importância, encontram-se os curativos para lesões da pele humana, que proporciona uma barreira intransponível por bactérias, os absorventes e os separadores de tecidos animais, resultantes de diferentes formas de processar zoogléias produzidas por bactérias. É de conhecimento de todos que a maioria dos produtos em uso atualmente, na área médica, não apresentam o desempenho pretendido. Por outro lado, algumas vezes eles são adequados, mas devido aos seus altos custos de fabricação, tornam-se inacessíveis a grande parte da população que os necessitam.

Dentre alguns produtos não satisfatórios, pode-se citar como exemplos: a) A gaze de algodão, como um produto tradicionalmente utilizado, mas problemático por ter textura grosseira e causar dor quando em contato com os terminais nervosos expostos, se incorporar à crosta do ferimento, prejudicando o acompanhamento clínico visual e a própria regeneração tecidual, e ter necessidade de remoção freqüente para observações, causando desbridamento não seletivo com a remoção de células viáveis; b) membrana de celulose não porosa, por não ter passagens para que permita a drenagem do exsudato – embora este produto seja muito eficiente como barreira bacteriana e auxilie na regeneração de lesões epidérmicas ou superficiais que não exsudem em demasia, ela praticamente não permite a passagem de líquidos e impede ou prolonga demasiadamente a granulação/ regeneração dos tecidos lesados.

Especificamente no caso do tratamento de feridas profundas/ extensas, é imprescindível que o exsudato seja eliminado para ocorrer a rápida granulação e regeneração do tecido afetado, e subsequente epitelização. Assim sendo, membranas que retêm o exsudato de feridas, consequentemente impedem ou dificultam a granulação do tecido lesado. De fato, a manutenção de umidade no leito da ferida é desejável para acelerar o processo de regeneração do tecido afetado, proveniente do próprio exsudato, mas nunca em quantidade excessiva, preferencialmente mantendo o leito da ferida dentro de uma situação intermediária entre a molhado e a seco.

Portanto, o desenvolvimento de produtos capazes de abreviar o tempo de cicatrização passa a ser uma forma eficiente de melhorar a qualidade de vida de inúmeras pessoas, em vários aspectos. Após mensurar todos estes fatos e de analisar a Membrana Regeneradora Porosa, é verificada as seguintes vantagens sobre os demais produtos comercializados no mercado: a) redução significativa do tempo de cicatrização; b) comercialização a preços acessíveis; c) facilidade de aplicação; d) dispensa de medicamentos auxiliares; e) dessensibilização das feridas, proporcionando maior conforto e melhor qualidade de vida do paciente no decorrer do tratamento.

Adicionalmente às vantagens supracitadas, incluem-se todas as características desejáveis determinadas[1][2], quais sejam: a) aderência; b) permeabilidade ao vapor d’água; c) elasticidade; d) durabilidade; e) barreira bacteriana; f) não antigênico; g) hemostático; h) fácil aplicação e manuseio e; i) baixo custo.

Em contraposição ao que é apresentado acima para a membrana porosa[1][3], os autores fazem referência a uma série de problemas observados sobre membranas celulósicas não porosas, ou seja, concernentes à elasticidade insuficiente para o tratamento de lesões na região de articulações; à necessidade de remoção de bolhas de ar imediatamente após a aplicação da membrana; à formação de bolhas de líquido na região temporal; e a pouca adesividade e desprendimento da membrana na região perioral, embora ela apresente-se como eficaz para lesões de pouca profundidade, em áreas de pouca mobilidade é bastante eficiente no tratamento das perdas parciais de pele.

Apesar da falta de elasticidade e adesividade das membranas em regiões úmidas, os demais problemas observados por estes autores são facilmente contornados com o uso de membranas porosas que permitam a passagem do ar e a drenagem do exsudato secretado, embora os poros existentes descaracterizem tais membranas como barreira bacteriana. Contudo, esta descaracterização se dá apenas em parte, pois levando-se em conta a grande redução da área exposta da lesão com a aplicação de membranas porosas, ela também funciona como barreira física: Com a redução significativa da área exposta e o fluxo contrário do exsudato proveniente da lesão a possibilidade de infecção é reduzida de forma expressiva.

A membrana porosa possibilita a passagem espontânea ou estimulada do exsudato para fora da ferida e simultânea captura por produto absorvente colocado em contato com o seu lado externo. Com a fixação/ manutenção da membrana na posição desejada ela fica permanentemente em contato com o leito da ferida, não sendo isolada pela formação de bolhas de ar ou por bolsas de líquido proveniente do organismo. Adicionalmente, com a aplicação da membrana ocorre imediato alívio da dor em decorrência do isolamento dos terminais nervosos expostos na região periférica da lesão, acelera o desenvolvimento de tecido de granulação e a cicatrização da ferida.

Em todos os casos, quando em contato com o leito úmido das feridas a membrana porosa fica perfeitamente acomodada nas superfícies das lesões, mantendo as interfaces leito-borda-membrana permanentemente hidratadas. Além disto, com a inexistência de bolsas de ar ou de líquido a manutenção das membranas junto ao leito e à borda da ferida pode ser garantida por efeito de pressão exercida por faixas ou curativos compressivos ou medidas similares, que também auxiliam na expulsão da secreção pelos seus poros.

Enxertos Temporários[editar | editar código-fonte]

De acordo com o cientista brasileiro Carlos Ignacio, seria possível acelerar qualquer processo de cicatrização se os curativos passassem a ter membrana Poliuretano enxertado com Poli-iso-propil-acrilo-nitrilo, ainda que sobre efeito corona e radiação ultravioleta, com o crescimento da pele o enxerto sairia facilmente.[4]

Referências[editar | editar código-fonte]

Citações

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Fonte[editar | editar código-fonte]

  • FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA/ CIENTÍFICA SOBRE A MEMBRANA CELULÓSICA POROSA por João Carlos Moreschi & Julio Joaquim Pierin Siqueira