Mesquita Ibn Rushd-Goethe
Mesquita Ibn Rushd-Goethe مسجد ابن رشد - جوته | |
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A mesquita estava localizada em uma parte do prédio da Igreja de São João Batista em Berlim-Moabit entre junho de 2017 e outubro de 2020 | |
Religião | Islamismo liberal |
Website | Site oficial |
Geografia | |
País | Alemanha |
Localidade | Moabit |
Coordenadas |
A Mesquita Ibn Rushd-Goethe é a única mesquita autodenominada liberal da Alemanha. Foi inaugurada em junho de 2017 e leva o nome do polímata árabe-andaluz medieval Ibn Rushd e do escritor e estadista alemão Johann Wolfgang von Goethe. A mesquita foi fundada por Seyran Ateş, uma advogada feminista alemã muçulmana de ascendência turca-curda. A mesquita é caracterizada como liberal; proíbe o uso do véu, permite que mulheres e homens orem juntos e aceita entre seus devotos pessoas LGBT.
Pano de fundo[editar | editar código-fonte]
A mesquita é aberta aos sunitas, xiitas e muçulmanos de outras vertentes. Véus integrais como burcas ou nicabes não são permitidos. Homens e mulheres rezam juntos nos serviços religiosos e as mulheres não são obrigadas a usarem o véu na cabeça. Além disso, os muçulmanos gays e lésbicas são bem vindos na comunidade. É a primeira mesquita desse tipo na Alemanha e umas das primeiras na Europa, bem como em todo mundo[1][2][3]
A fundadora Seyran Ateş disse que "precisamos de uma exegese histórico-crítica do Alcorão" e "uma escritura do século 7 não pode e não deve ser interpretada literalmente. Defendemos uma leitura do Alcorão orientada pela misericórdia, pelo amor de Deus e, acima de tudo, pela paz.[4] A mesquita é um lugar para todas as pessoas que não cumprem as regras e regulamentos dos muçulmanos conservadores".[5]
História[editar | editar código-fonte]
A mesquita foi fundada por Seyran Ateş, uma advogada feminista alemã de ascendência turca e curda, em 16 de junho de 2017.[6] Foi nomeada em homenagem ao polímata árabe-andaluz Ibn Rushd, também conhecido como Averróis, e ao escritor e estadista alemão Goethe.[7]
Ateş disse à revista Der Spiegel que "ninguém será admitido usando nicabe ou burca. Tal decisão acontece por questões de segurança e também por ser nossa convicção de que os véus que cobrem o rosto não tem nada a ver com religião, mas sim com uma declaração política" Ela também disse aos jornalistas que se inspirou em Wolfganf Schäuble, o ministro de finanças alemão, que disse a ela que os muçulmanos liberais deveriam se unir.[8][9]
Reações[editar | editar código-fonte]
Após várias ameaças após a inauguração da mesquita, os fundadores comentaram sobre a grande intimidação que os muçulmanos liberais estavam sofrendo. Eles pediram tolerância e respeito em relação à leitura do Alcorão.[10] A segurança pessoal da fundadora Seyran Ateş teve que ser aumentada significativamente após o Departamento Estadual de Polícia Criminal de Berlim, o Landerskriminalant. Em julho de 2017, Ateş relatou ter recebido cerca de 100 ameaças de morte desde a inauguração da mesquita.[11]
A imprensa turca apresentou a mesquita Rushd-Goethe como parte do Movimento Güllen, uma afirmação negada por Ercan Karakoyun, presidente da Stiftung Dialog und Bildung, uma fundação filiada à Güllen na Alemanha.[12] A acusação foi negada pela própria mesquita.[13] A mídia turca tem sido crítica e Ateş tem recebido ameaças hostis tanto de muçulmanos radicais quanto de inimigos e críticos do Islã, tanto na Alemanha quanto no exterior.[14]
A instituição fatwa no Egito, o Conselho Egípcio de Fatwa da Universidade de Alazar, rotulou a mesquita como uma ameaça ao Islã [15] e uma fatwa contra a mesquita foi declarada.[16] As autoridades religiosas turca e egípcia condenaram o projeto e a fundadora passou a receber ameaças de morte.[17] A fatwa abrangia todas as mesquitas liberais presentes e futuras. A Universidade de Alazar se opõe à reforma liberal do Islã e emitiu uma fatwa por causa da proibição emitida pela mesquita quanto ao uso de véus femininos que cubram o rosto, como a burca e nicabe em suas instalações e por permitir a oração conjunta entre homens e mulheres além da receptividade aos homossexuais.
Referências[editar | editar código-fonte]
Mesquita Ibn Rushd-Goethe | |
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Mesquita Ibn Rushd-Goethe | |
Website | www.ibn-rushd-goethe-moschee.de |
Geografia | |
País | Alemanha |
Localidade | Moabit |
Coordenadas |
A Mesquita Ibn Rushd-Goethe é a única mesquita autodenominada liberal da Alemanha. Foi inaugurada em junho de 2017 e leva o nome do polímata árabe-andaluz medieval Ibn Rushd e do escritor e estadista alemão Johann Wolfgang von Goethe. A mesquita foi fundada por Seyran Ateş, uma advogada feminista alemã muçulmana de ascendência turca-curda. A mesquita é caracterizada como liberal; proíbe o uso do véu, permite que mulheres e homens orem juntos e aceita entre seus devotos pessoas LGBT.
Pano de fundo[editar | editar código-fonte]
A mesquita é aberta aos sunitas, xiitas e muçulmanos de outras vertentes. Véus integrais como burcas ou nicabes não são permitidos. Homens e mulheres rezam juntos nos serviços religiosos e as mulheres não são obrigadas a usarem o véu na cabeça. Além disso, os muçulmanos gays e lésbicas são bem vindos na comunidade. É a primeira mesquita desse tipo na Alemanha e umas das primeiras na Europa, bem como em todo mundo[1][2][3]
A fundadora Seyran Ateş disse que "precisamos de uma exegese histórico-crítica do Alcorão" e "uma escritura do século 7 não pode e não deve ser interpretada literalmente. Defendemos uma leitura do Alcorão orientada pela misericórdia, pelo amor de Deus e, acima de tudo, pela paz.[4] A mesquita é um lugar para todas as pessoas que não cumprem as regras e regulamentos dos muçulmanos conservadores".[5]
História[editar | editar código-fonte]
A mesquita foi fundada por Seyran Ateş, uma advogada feminista alemã de ascendência turca e curda, em 16 de junho de 2017.[6] Foi nomeada em homenagem ao polímata árabe-andaluz Ibn Rushd, também conhecido como Averróis, e ao escritor e estadista alemão Goethe.[16]
Ateş disse à revista Der Spiegel que "ninguém será admitido usando nicabe ou burca. Tal decisão acontece por questões de segurança e também por ser nossa convicção de que os véus que cobrem o rosto não tem nada a ver com religião, mas sim com uma declaração política" Ela também disse aos jornalistas que se inspirou em Wolfganf Schäuble, o ministro de finanças alemão, que disse a ela que os muçulmanos liberais deveriam se unir.[8][9]
Reações[editar | editar código-fonte]
Após várias ameaças após a inauguração da mesquita, os fundadores comentaram sobre a grande intimidação que os muçulmanos liberais estavam sofrendo. Eles pediram tolerância e respeito em relação à leitura do Alcorão.[10] A segurança pessoal da fundadora Seyran Ateş teve que ser aumentada significativamente após o Departamento Estadual de Polícia Criminal de Berlim, o Landerskriminalant. Em julho de 2017, Ateş relatou ter recebido cerca de 100 ameaças de morte desde a inauguração da mesquita.[18]
A imprensa turca apresentou a mesquita Rushd-Goethe como parte do Movimento Güllen, uma afirmação negada por Ercan Karakoyun, presidente da Stiftung Dialog und Bildung, uma fundação filiada à Güllen na Alemanha.[12] A acusação foi negada pela própria mesquita.[13] A mídia turca tem sido crítica e Ateş tem recebido ameaças hostis tanto de muçulmanos radicais quanto de inimigos e críticos do Islã, tanto na Alemanha quanto no exterior.[14]
A instituição fatwa no Egito, o Conselho Egípcio de Fatwa da Universidade de Alazar, rotulou a mesquita como uma ameaça ao Islã [15] e uma fatwa contra a mesquita foi declarada.[16] As autoridades religiosas turca e egípcia condenaram o projeto e a fundadora passou a receber ameaças de morte.[17] A fatwa abrangia todas as mesquitas liberais presentes e futuras. A Universidade de Alazar se opõe à reforma liberal do Islã e emitiu uma fatwa por causa da proibição emitida pela mesquita quanto ao uso de véus femininos que cubram o rosto, como a burca e nicabe em suas instalações e por permitir a oração conjunta entre homens e mulheres além da receptividade aos homossexuais.
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ a b Breyton, Ricarda (23 de junho de 2017). «Die meisten liberalen Muslime haben Angst». Die Welt (em alemão). Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ a b «Der Islam gehört nicht den Fanatikern» (em alemão). Consultado em 16 de junho de 2017
- ↑ a b «Moabit: Liberale Ibn-Rushd-Goethe-Moschee ist eröffnet». Berliner Zeitung (em alemão). Consultado em 16 de junho de 2017
- ↑ a b «Ich will in der Moschee Mensch sein». www.rbb-online.de (em alemão). Consultado em 16 de junho de 2017
- ↑ a b «Berlin's First 'Liberal Mosque' Fights Extremism, Death Threats With 'Modern Islam'». nbcchicago.com (em inglês). Consultado em 13 de julho de 2017
- ↑ a b Ateş, Seyran (17 de junho de 2017). «Islam: Grüß Gott, Frau Imamin!». Die Zeit (em alemão). ISSN 0044-2070. Consultado em 26 de junho de 2017
- ↑ Oltermann, Philip (25 de junho de 2017). «Liberal Berlin mosque to stay open despite fatwa from Egypt». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ a b «A 'liberal' mosque where burqas are banned has opened in Germany». The Independent (em inglês). 16 de junho de 2017. Consultado em 16 de junho de 2017
- ↑ a b Ateş, Seyran (17 de junho de 2017). «Islam: Grüß Gott, Frau Imamin!». Die Zeit (em alemão). ISSN 0044-2070. Consultado em 18 de junho de 2017
- ↑ a b NDR. «Seyran Ateş zur Kritik an liberaler Berliner Moschee». www.ndr.de (em alemão). Consultado em 22 de junho de 2017
- ↑ Lutz, Martin (1 de julho de 2017). «100 Morddrohungen gegen liberale Moschee-Gründerin» (em alemão). Consultado em 1 de julho de 2017
- ↑ a b «Karakoyun: FakeNews von AHaber sorgt für Hetzjagd auf Facebook - Deutsch Türkische News | DTJ ONLINE». Deutsch Türkische News | DTJ ONLINE (em alemão). 19 de junho de 2017. Consultado em 20 de junho de 2017. Cópia arquivada em 13 de julho de 2017
- ↑ a b tagesschau.de. «Diyanet wettert gegen neue Berliner Moschee». tagesschau.de (em alemão). Consultado em 22 de junho de 2017
- ↑ a b Germany, SPIEGEL ONLINE, Hamburg. «Berlin: Türkische Medien hetzen gegen liberale Moschee von Seyran Ates - Spiegel Online - Politik». SPIEGEL ONLINE. Consultado em 20 de junho de 2017
- ↑ a b «Fatwa-Behörde kritisiert liberale Moschee in Berlin scharf - WELT». DIE WELT. Consultado em 21 de junho de 2017
- ↑ a b c Oltermann, Philip (25 de junho de 2017). «Liberal Berlin mosque to stay open despite fatwa from Egypt». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ a b Germany, WeltN24. «Liberal Moschee in Berlin: "Die meisten liberalen Muslime haben Angst" - WeltN24 - Deutschland». WeltN24. Consultado em 24 de junho de 2017
- ↑ Lutz, Martin (1 de julho de 2017). «100 Morddrohungen gegen liberale Moschee-Gründerin» (em alemão). Consultado em 1 de julho de 2017