Não-racialismo

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Não racialismo, arracialismo ou antirracialismo é uma ideologia sul-africana que rejeita o racismo e o racialismo enquanto afirma os ideais democráticos liberais.[1][2]

O termo, às vezes, pode ser chamado de arracismo, para evitar a associação com a palavra arracialidade, que significa sem raça ou racialidade.[3][4]

História[editar | editar código-fonte]

O não-racialismo se tornou a política oficial do estado da África do Sul depois de abril de 1994,[1] e está consagrado no Capítulo Um da Constituição da África do Sul. O termo foi criticado como vago e com significados diferentes, mesmo entre pessoas que compartilham a mesma tradição ideológica.[5]

O primeiro uso do termo foi por Karl Polanyi na década de 1930.[6] Neville Alexander segue Robert Sobukwe ao definir o não racialismo como o reconhecimento da não existência da raça como um fato científico.[7] Robert Mugabe professou uma crença no não racialismo no início dos anos 1960, mas depois rejeitou o conceito e criticou duramente Nelson Mandela por abraçar a ideologia.[8]

O não racialismo é uma política central declarada do Congresso Nacional Africano. No entanto, a adoção de uma política multirracialista na Carta da Liberdade, em vez do não-racialismo afrocêntrico, foi o que resultou na dissolução do Congresso Pan-Africanista em 1959.[9] Alguns confundiram isso com um movimento nacionalista negro, até mesmo entre o próprio partido.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b MacDonald, Michael (2006). Why Race Matters in South Africa (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 9780674021860 
  2. Michelle, Oliveira Filho, Pedro de Oliveira Santos, Isabella de Beltrão Soares, (2009). Racialismo e Antirracialismo em Discursos de Estudantes Universitários. [S.l.]: Associação Brasileira de Psicologia Política. OCLC 812155328 
  3. «aracial - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2021 
  4. Lucion, Jéssica Maria Rosa (2015). «O pensamento antirracialista brasileiro no inicio do século XX: Manoel Bomfim e Alberto Torres». Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas (108): 3–15. ISSN 1984-8951. doi:10.5007/1984-8951.2015v16n108p3. Consultado em 7 de abril de 2021 
  5. Ratcliffe, Peter (2005). Race, Ethnicity And Nation: International Perspectives On Social Conflict (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781135361853. Consultado em 1 de março de 2018 
  6. «non-racialism». Oxford Dictionaries. Consultado em 4 de fevereiro de 2018 
  7. Ratcliffe, Peter (2005). Race, Ethnicity And Nation: International Perspectives On Social Conflict (em inglês). [S.l.]: Routledge. pp. 80–81. ISBN 9781135361853. Consultado em 1 de março de 2018 
  8. «'Fascinating' video of Mugabe talking 'non-racialism' like Mandela goes viral on social media». News24 (em inglês). 16 de setembro de 2017. Consultado em 6 de fevereiro de 2018 
  9. «1949-1961: Period of direct action, non violent resistance and protest». African National Congress (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2018