Nelson Saldanha

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Nelson Saldanha
Nelson Saldanha
Nome completo Nelson Nogueira Saldanha
Nascimento 5 de fevereiro de 1933
Recife
Morte 10 de julho de 2015 (82 anos)
Recife
Nacionalidade  Brasil
Ocupação Jurista, Professor, Escritor
Principais trabalhos Sociologia do Direito
Filosofia do Direito

Nelson Nogueira Saldanha (Recife, 5 de fevereiro de 1933 - Recife, 10 de julho de 2015)[1][2][3] foi um jurista, filósofo, professor e escritor brasileiro.

Formação[editar | editar código-fonte]

Formou-se em Direito em 1955 pela Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco[2]. Na mesma instituição, obteve o título de Doutor em Direito em 1958, desenvolvendo uma análise histórica sobre as formas de governo.[1]

Em 1960, tornou-se Livre-docente em Direito pela mesma instituição, com a defesa de tese sobre o poder constituinte[nota 1].

Além da formação jurídica, Nelson Saldanha também se tornou Bacharel em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) em 1956.

Atuação profissional[editar | editar código-fonte]

Na Faculdade de Direito do Recife, foi convidado a lecionar logo após se tornar bacharel em 1955. Tornou-se Professor de Teoria Geral do Estado e História do direito na UFPE até sua aposentadoria em 1992.

Após sua aposentadoria, também lecionou na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) entre 1997 e 1998. E foi Professor Titular da Faculdade Damas da Instrução Cristã (Fadic) a partir de 2012. Atuou ainda no Conselho Editorial da Revista Brasileira de Engenharia e como seminarista da Fundação Joaquim Nabuco[4].

Foi professor do Departamento de Filosofia e dos cursos de mestrado em história, filosofia, sociologia e direito da UFPE. Saldanha participou do Instituto Brasileiro de Filosofia, da Associação Internacional de Filosofia Jurídica e Social, da Academia Brasileira de Filosofia, além de ter colaborado com jornais do estado, revistas nacionais e internacionais. Entre seus livros estão 'Legalismo e Ciência do Direito' (1977), 'Humanismo e História' (1983), 'Formação da Teoria Constitucional' (1983), 'Teoria do Direito e Crítica Histórica' (1987), 'Historicismo e Culturalismo' (1986), 'A Relva e o Calendário – poesia' (1990) e 'O Declínio das Nações e Outros Ensaios' (1990).[5]

Destacou-se no campo do Direito Constitucional, Sociologia do Direito, Filosofia do Direito e História das Ideias Jurídicas.[2] Segundo ele,

"não existe ordem, nem na arrumação das coisas nem na agrupação dos homens sem que (ou antes que) se possa pensar e sobretudo dizer que ela existe: antes que alguém a veja, pense, situe, estime ou desestime. Entre o existir da ordem, como realidade ‘em si’, e o crescimento de uma instância crítica, instalada diante dela, medeia este vago problema do ‘saber’ou seja, da presença de um pensar que antes de mais nada descobre na ordem o fato de não ser uma desordem."[6]

Para Nelson Saldanha, a ordem era simplesmente, e antes de tudo, uma forma, pois:

"A ordinalidade das representações do espírito é algo evidente e é uma constante através da história. Deste modo o reexame da noção de ordem tinha de ser um ponto de partida. Santo Agostinho, no De Ordine, deixou dito que nada se faz fora da ordem, até porque todas as causas encaixam na ordem e nada ocorre sem causa."[6]

Atuação literária[editar | editar código-fonte]

Vida associativa[editar | editar código-fonte]

Pertenceu e integrou:

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Estado, Jurisdição e Garantias - Um capítulo de História Constitucional
  • Sociologia e Direito (1970)[nota 2]
  • Legalismo e ciência do direito (1977)
  • Humanismo e história (1983)
  • Formação da teoria constitucional (1983)
  • Constituição & Crise constitucional (1986)[8]
  • Teoria do direito e crítica histórica (1987)
  • Historicismo e culturalismo (1986)
  • A relva e o calendáriopoesia (1990)
  • O declínio das nações e outros ensaios (1990)[3]
  • Filosofia do Direito (1998)[7]

Notas e referências

Notas

  1. Notabilizou-se no campo da Filosofia do Direito e da História das Ideias Jurídicas, mas também se destacou no Direito Constitucional e na Sociologia do Direito.[1]
  2. Sociologia do Direito teve publicadas várias edições.[7]

Referências

  1. a b c Venceslau Costa Filho (14 de julho de 2015). «Por que os civilistas devem ler Nelson Saldanha». Consultor Jurídico. Consultado em 26 de maio de 2023 
  2. a b c «Nelson Nogueira Saldanha e suas circunstâncias: reflexões por ocasião dos noventa anos de seu nascimento». Juridicamente. 8 de fevereiro de 2023. Consultado em 26 de maio de 2023 
  3. a b c «Escritor Nelson Saldanha, da Academia Pernambucana de Letras, morre aos 82 anos». Diario de Pernambuco. 10 de julho de 2015. Consultado em 26 de maio de 2023 
  4. «Currículo Lattes de Nelson Saldanha». Plataforma LATTES. Consultado em 14 de dezembro de 2023 
  5. PE, Do G1 (10 de julho de 2015). «Morre Nelson Saldanha, membro da Academia Pernambucana de Letras». Pernambuco. Consultado em 14 de dezembro de 2023 
  6. a b Fernando Armando Ribeiro (2015). «Ordem e hermenêutica no pensamento de Nelson Saldanha» (PDF). Revista Estudos Filosóficos. Consultado em 26 de maio de 2023 
  7. a b «Livros de Nelson Saldanha». Estante Virtual. Consultado em 26 de maio de 2023 
  8. Nelson Saldanha. «Constituição & Crise constitucional». Consultado em 26 de maio de 2023