Olavo de Castro Fontoura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Olavo Fontoura
Deputado Federal por São Paulo na
41.ª legislatura da Câmara dos Deputados
Período 1959
a 1963
Diretor-Presidente da VASP
Período 1949
Dados pessoais
Nome completo Olavo de Castro Fontoura
Nascimento 5 de dezembro de 1910 (113 anos)
Bragança Paulista
Morte 9 de março de 1968 (57 anos)
São Paulo
Progenitores Pai: Cândido Fontoura
Alma mater Millikin University (1932)
Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo (1939)
Partido Partido Trabalhista Nacional
Profissão Empresário, Piloto, Político, Químico e Farmacêutico
Serviço militar
Lealdade Força Aérea Brasileira
Anos de serviço 1942-1945
Graduação Tenente
Conflitos Batalha do Atlântico
Condecorações Cruz de Aviação
Medalha da Campanha do Atlântico Sul [1]

Olavo de Castro Fontoura (Bragança Paulista, 5 de dezembro de 1910 - São Paulo, 9 de março de 1968) foi um empresário, piloto, político e químico farmacêutico, filho de Cândido Fontoura. Faleceu aos 57 anos em uma acidente de helicóptero.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Nascido em Bragança Paulista, filho do industrial Cândido Fontoura, Olavo Fontoura foi enviado pelo pai para estudar química na Millikin University em Decatur (Illinois). Após formar-se em 1932, ingressou na Universidade Mackenzie. Algum tempo depois, transferiu-se para a Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo da Universidade de São Paulo, formando-se em farmácia em 1939.[1] Durante a Segunda Guerra Mundial Fontoura foi convocado por ser oficial da reserva da aviação do exército e ingressou na recém criada Força Aérea Brasileira (FAB). Na FAB, participou da Batalha do Atlântico, efetuando patrulhas no litoral brasileiro e o traslado de novas aeronaves. Ao final da guerra, Fontoura ingressou no laboratório da família (Instituto Medicamento Fontoura).[2]

Atraído para a política por Ademar de Barros, passou a ser um colaborador financeiro de suas campanhas. Com isso, acabou nomeado membro da Casa Civil nos governos do interventor José Carlos de Macedo Soares (1945-47) e no de Ademar (1948).[1] Por algum tempo, Fontoura presidiu a empresa estatal VASP, onde acabou envolvido em uma controvérsia.[2] Em 1949 a VASP, sob sua presidência, adquiriu a Aerovias Brasil. Mas a VASP acabou desistindo do negócio e, quatro meses depois, revendeu a empresa para uma sociedade formada pelo governador Ademar e o próprio Olavo. Em 1952 Olavo vendeu sua parte na sociedade e a empresa passou ao controle de Ademar.[3][4][5]

Em 1949 participou ativamente ao lado do pai da negociação que culminou na associação de sua empresa farmacêutica com o laboratório estadunidense Wyeth.[6] Nos anos 1950 tornou-se amigo de Jânio Quadros (desafeto e maior concorrente de Ademar) e acabou ingressando no Partido Trabalhista Nacional.[2] Em 1955 participou de uma grande comitiva de Jânio que visitou o Centro-Oeste, em preparação para a Eleição presidencial de 1960.[7] Incentivado por Jânio, candidatou-se ao cargo de deputado federal por São Paulo. Fontoura acabou elegendo-se com 38.605 votos pelo PTN. Tomou posse de seu mandato na 41ª Legislatura em 1 de fevereiro de 1959.[8]

Ao final do mandato na Câmara, desistiu da reeleição e, apoiado por Ademar- mais uma vez governador de São Paulo-, concorreu ao cargo de prefeito de São Bernardo do Campo, onde sua empresa possuía filial dos laboratórios Fontoura-Wyeth.[9][10] Mesmo obtendo 13.315 votos, perdeu a eleição para Higino Batista de Lima, que (apoiado pelo ex prefeito Lauro Gomes) obteve 16.015 votos.[11] Após a derrota, desistiu da política e voltou-se para a gestão do grupo empresarial familiar. Em 9 de março de 1968, seu helicóptero Hughes 300 sofreu uma falha que acabou derrubando-o sobre uma residência na Rua Aústra, 393 no Jardim Europa, cidade de São Paulo. Com a queda Olavo Fontoura sofreu morte instantânea.[12]

Corsário[editar | editar código-fonte]

O protótipo do SAAB 90 Scandia (SE-BCA) na Suécia em 1948. Alguns anos mais tarde acabou adquirido por Olavo Fontoura, que o batizou "Corsário".

Olavo Fontoura foi um dos primeiros milionários brasileiros a contar com uma aeronave privativa de luxo. Adquirida e registrada em nome dos Laboratórios Fontoura-Wyeth, a aeronave Saab 90 Scandia prefixo PT-ARS foi batizada de "Corsário". Uma particularidade da mesma era o fato de ter sido a aeronave protótipo do Scandia. Fontoura transportou políticos e celebridades (como Assis Chateaubriand, Hugo Gouthier, entre outros) no "Corsário" ao longo dos anos 1950 e 1960 até a sua morte.[13] Após sua morte, a aeronave passou anos abandonada em um hangar do Campo de Marte até ser vendida para um empresário que propôs transformá-la em um restaurante temático em Franca. No fim, acabou sofrendo um incêndio criminoso que a destruiu completamente.[14]

Referências

  1. a b c d Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. «Avenida Olavo Fontoura». Dicionário de Ruas/Prefeitura da Cidade de São Paulo-Secretaria Municipal de Cultura-Arquivo Histórico Municipal. Consultado em 8 de outubro de 2019 
  2. a b c «Olavo Fontoura». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil-Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 8 de outubro de 2019 
  3. «História da Aviação Brasileira-Parte 9: VASP – Viação Aérea São Paulo». Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil. 4 de julho de 2019. Consultado em 8 de outubro de 2019 
  4. Samuel Wainer (30 de abril de 1949). «A "Volta Redonda" do ar». O Cruzeiro, edição 28, página 47/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  5. Claudia Musa Fay (2018). «Congonhas e São Paulo lado a lado (1940-1950)» (PDF). Congonhas: entre a terra e os céus de São Paulo, páginas 32-33, Editora Fi. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  6. Lauro D. Moretto (2003). «1950: Grupos estrangeiros querem participar de um mercado em ascensão» (PDF). Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo: 70 anos. Consultado em 8 de outubro de 2019 
  7. Jorge Ferreira (23 de abril de 1955). «Jânio mergulha no sertão». O Cruzeiuro ,edição 28, páginas 6-14D. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  8. «Olavo Fontoura». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  9. «Informe publicitário:Governador apoia em São Bernado as candidaturas Olavo Fontoura e Pinotti». Folha de S.Paulo, ano XLII, edição 12383, página 6. 12 de maio de 1963. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  10. J;J e J (17 de outubro de 1963). «Flagrantes:Parada indigesta». Correio da Manhã, ano LXIII, edição 21 638, página 15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  11. Ademir Medici (23 de novembro de 2018). «A união do ABC». Diário do Grande ABC. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  12. «Olavo Fontoura morre em seu helicóptero 5 minutos após a decolagem». Jornal do Brasil , ano LXXVII edição 288, página 36/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 10 de março de 1968. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  13. Franklin de Oliveira (6 de setembro de 1952). «A Sentinela do Sertão». O Cruzeiro, edição 47, página 52-56/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de outubro de 2019 
  14. Ryan (17 de junho de 2008). «The Saab Scandia 90 Prototype PT-ARS». SAAB History. Consultado em 9 de outubro de 2019 
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.