Palazzo Vidoni Caffarelli

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Palazzo Vidoni Caffarelli
Vista do palácio
Gravura de Piranesi (séc. XVIII).

Palazzo Vidoni Caffarelli é um palácio localizado entre a Via del Sudario, Piazza Vidoni e o Corso Vittorio Emanuele II em Roma, Itália. É um dos mais antigos palácios renascentistas da cidade e um dos poucos ainda existentes, apesar de muito modificado e ampliado, entre os construídos no primeiro decênio do século XVI, ainda na época de Bramante e Rafael, segundo o protótipo do Palazzo Caprini.

História[editar | editar código-fonte]

Fachada original do século XVI na Via del Sudario

Apesar de ter sido atribuído por muito tempo exclusivamente a Rafael (numa lápide no pátio do palácio ainda se pode ler esta atribuição), é provável que ele tenha tido ajuda de um de seus pupilos, Lorenzo Lotti[1], conhecido como "Lorenzetto". Giorgio Vasari cita um desenho fato pelo escultor Lorenzo di Ludovico, dito Lorenzeto, aluno de Rafael[2].

O palácio foi construído entre 1515 e 1536 por Bernardino Caffarelli, da família Caffarelli, englobando edifícios pre-existentes localizadas em uma vasta propriedade da família no rione Sant'Eustachio[1]. A fachada do edifício original corresponde atualmente à que está de frente para a Via del Sudario. A elevação do último piso e as amplas expansões do edifício são de fases posteriores da construção.

No século XVIII, o edifício, depois de passar pelas mãos de várias pessoas (incluindo um cardeal Stoppani, que acrescentou seu nome ao palácio foi no século XIX - Palazzo Caffarelli Stoppani Vidoni), foi adquirido pelo cardeal Pietro Vidoni, que o ampliou, e depois pela família Giustiniani Bandini, que realizou a última ampliação em 1886 depois da abertura do Corso Vittorio Emanuele II; a esta reforma se deve a fachada principal, num estilo arquitetônico que imita, através de uma fachada marcada por pilastras, a fachada do século XVI.

Finalmente, no século XX, o edifício foi sede da embaixada da Alemanha e depois Palazzo del Littorio. Atualmente o edifício sedia o Ministero della Funzione Pubblica.

Pacto do Palazzo Vidoni[editar | editar código-fonte]

Em 2 de outubro de 1925, graças aos esforços da ditadura fascista, foi firmado no Palazzo Vidoni um histórico acordo entre a Confederazione generale dell'industria italiana e a Confederazione delle corporazioni fasciste, que de fato eliminou o sindicalismo livre na Itália.

Características estilísticas[editar | editar código-fonte]

O edifício original remete a um modelo e a um estilo atribuído não apenas a Rafael, mas sobretudo a Bramante e, em particular, ao já demolido Palazzo Caprini, residência de Rafael. A fachada apresentava sete reentrâncias[1], com piso térreo em faixas horizontais de tufo de cor escura rusticadas. O piso nobre, por outro lado, era marcado por pares de semicolunas dóricas com trabeações sobrepostas. Por conta disto, não há friso com métope por causa dos pares de semi-colunas, o que evidencia a intervenção de um projetista menos qualificado e menos pessoal de Rafael[3].

Patrimônio artístico[editar | editar código-fonte]

O palácio conserva, na "Sala Carlos V", importantes afrescos do século XVI que representam momentos da vida do imperador e de autoria desconhecida[1], possivelmente da escola maneirista de Perin del Vaga, aluno de Rafael. Outros afrescos do século XVIII, no passado atribuído a Anton Raphael Mengs e recentemente atribuídos a artistas romanos da época: Nicola Lapiccola, Bernardino Nocchi, Tommaso Conca e Ludovico Mazzanti. No pátio interior estão conservadas algumas estátuas romanas e uma fonte esculpida a partir de um sarcófago do período clássico.

Ali está também a decoração de um portal de mármore representando leão de São Marcos da República de Veneza oriundo de uma cidade croata[4].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Luciani, Roberto, ed. (2002). Palazzo Caffarelli Vidoni (em italiano). Roma: [s.n.] 
  2. Vasari, Giorgio (1550). Le vite de' più eccellenti architetti, pittori, et scultori italiani, da Cimabue insino a' tempi nostri (em italiano). Firenze: [s.n.] 
  3. Frédérique, Lemerle; Yves, Pauwels (1998). «Du bon usage de la frise dorique. Bramante, Raphaël et les ordres». Mélanges de l'Ecole française de Rome (em francês) (110-2): 687-702 
  4. «Palazzo Vidoni» (PDF) (em italiano). Funzione Pubblica