Paradoxo do plâncton

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diatomáceas marinhas são muitos dos organismos planctônicos. Paradoxalmente, parecem desprezar o princípio de exclusão competitiva

Na biologia aquática, o paradoxo do plâncton descreve a situação em que uma gama limitada de recursos suporta uma inesperadamente grande variedade de espécies de plâncton, aparentemente desprezando o princípio da exclusão competitiva, que sustenta que quando duas espécies competem pelo mesmo recurso, uma delas será levada à extinção.

Paradoxo ecológico[editar | editar código-fonte]

O paradoxo do plâncton é resultado do confronto entre a diversidade observada de plâncton e o princípio da exclusão competitiva,[1] também conhecido como lei de Gause,[2] que determina que, quando duas espécies competirem por um mesmo recurso, em última análise, apenas uma irá persistir e a outra será extinta. A vida na forma de fitoplâncton é diversa em todos níveis filogenéticos, apesar da gama limitada de recursos (por exemplo luz, nitrato, fosfato, ácido silícico, ferro) pelos quais  esses organismos competem entre si.

O paradoxo do plâncton foi descrito originalmente em 1961 por G. Evelyn Hutchinson, que propôs que o paradoxo pode ser resolvido por fatores como gradientes verticais de luz ou turbulência, simbiose ou comensalismo, predação diferencial, ou devido à constante mudança das condições ambientais.[3] Um trabalho mais recente propôs que o paradoxo pode ser resolvido por fatores tais como: movimento caótico dos fluidos,[4] pastejo seletivo por tamanho,[5] heterogeneidade espaço-temporal,[6] e as flutuações ambientais.[7] De forma geral, alguns investigadores sugerem que os fatores ambientais e ecológicos interagem continuamente de tal modo que o habitat planctônico nunca atinge um equilíbrio para que uma única espécie seja favorecida.[8] Em Mitchell et al. (2008), os pesquisadores descobriram que a análise em pequena escala da distribuição do plâncton exibiu manchas de agregação da ordem de 10 centímetros, que tiveram tempo de vida suficientes (> 10 minutos) para permitir o pastejo do plâncton, a competição e a infecção.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Hardin, G. (1960). «The Competitive Exclusion Principle». Science. 131 (3409): 1292–1297. PMID 14399717. doi:10.1126/science.131.3409.1292 
  2. Gause, G. F. (1932). «Experimental Studies on the Struggle for Existence - I. Mixed Population of Two Species of Yeast». Journal of Experimental Biology. 9: 389–402 
  3. Hutchinson, G. E. (1961) The paradox of the plankton Arquivado em 18 de setembro de 2009, no Wayback Machine..
  4. Károlyi, G., Péntek, Á., Scheuring, I., Tél, T., Toroczkai, Z. (2000) Chaotic flow: the physics of species coexistence.
  5. Wiggert, J.D., Haskell, A.G.E., Paffenhofer, G.A., Hofmann, E.E. and Klinck, J.M. (2005) The role of feeding behavior in sustaining copepod populations in the tropical ocean Arquivado em 5 de setembro de 2008, no Wayback Machine..
  6. Miyazaki, T., Tainaka, K., Togashi, T., Suzuki, T. and Yoshimura, J. (2006) Spatial coexistence of phytoplankton species in ecological timescale Arquivado em 27 de setembro de 2007, no Wayback Machine..
  7. Descamps-Julien, B.; Gonzalez, A. (2005). «Stable coexistence in a fluctuating environment: An experimental demonstration» (PDF). Ecology. 86: 2815–2824. doi:10.1890/04-1700. Consultado em 18 de outubro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 17 de novembro de 2006 
  8. Scheffer, M., Rinaldi, S., Huisman, J. and Weissing, F.J. (2003) Why plankton communities have no equilibrium: solutions to the paradox.
  9. Mitchell, J.G., Yamazaki, H., Seuront, L., Wolk, F., Li, H. (2008) Phytoplankton patch patterns: Seascape anatomy in a turbulent ocean.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]