Perversidade polimórfica

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A perversão polimorfa, também chamada de perversidade polimórfica,[1] é um conceito psicanalítico que propõe a capacidade de obter gratificação sexual fora dos comportamentos sexuais socialmente normativos. Sigmund Freud usou esse termo para descrever a disposição sexual desde a infância até os cinco anos de idade.[2]

Teoria freudiana[editar | editar código-fonte]

Freud teorizou que alguns nascem com prazer ou impulsos libidinais sem foco, obtendo prazer de qualquer parte do corpo. Os objetos e modos de satisfação prazerosa são variados, direcionados a cada objeto que possa proporcionar prazer. A sexualidade perverso-polimorfa continua desde a infância até os cinco anos de idade, progredindo por três estágios distintos de desenvolvimento: o estágio oral, a estágio anal e o estágio genital ou fálico. Somente nos estágios subsequentes de desenvolvimento as crianças aprendem a restringir os impulsos para a satisfação do prazer a normas socialmente aceitas, culminando no comportamento heterossexual adulto focado nos genitais e na reprodução ou sublimação do impulso procriativo.[3]

Freud pensava que, durante esse estágio de impulso indiferenciado de prazer, os impulsos incestuosos e bissexuais são normais. Por não saber que certos modos de gratificação são proibidos, a criança polimorficamente perversa busca gratificação onde quer que ela ocorra. Na fase inicial, a fase oral, a criança forma um vínculo libidinal com a mãe por meio do prazer inerente obtido ao sugar o seio.[4]

Para Freud, "perversão" é um termo que não julga. Ele o usou para designar um comportamento fora das normas socialmente aceitáveis de sua época.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «A relação entre a razão e as paixões na Antropologia Hobbesiana | Discurso». 13 de setembro de 2018. doi:10.11606/issn.2318-8863.discurso.1994.37993. Consultado em 22 de abril de 2023 
  2. Schneider, Rebecca; Hughes, Holly (1989). «Holly Hughes: Polymorphous Perversity and the Lesbian Scientist. An Interview». TDR (1988-) (1). 171 páginas. ISSN 1054-2043. doi:10.2307/1145952. Consultado em 30 de março de 2021 
  3. Hilário, Leomir Cardoso; Cunha, Eduardo Leal (5 de julho de 2012). «Possibilidades éticos-estéticas da perversão: a sexualidade perverso-polimorfa como prática de liberdade em Marcuse». Psicologia USP (2): 303–326. ISSN 1678-5177. doi:10.1590/s0103-65642012005000005. Consultado em 30 de março de 2021 
  4. «Destino da Pulsão na Estrutura Perversa Freudiana - Wikipsicopato». www.ufrgs.br. Consultado em 30 de março de 2021 
  5. 1856-1939., Freud, Sigmund, (2001). The standard edition of the complete psychological works of Sigmund Freud. [S.l.]: Vintage. OCLC 442380641