Razates

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Razates
Nacionalidade Império Sassânida
Ocupação General
Fronteira romano-persa na Antiguidade Tardia
Dinar de ouro de Cosroes II (r. 590–628)

Razates (em grego medieval: Ῥαζάτης; em persa médio: Rāhzād; m. 627), segundo Teófanes, o Confessor, Teofilacto Simocata e Nicéforo Calisto, mas também chamado Rizates (Ριζάτης) por Nicéforo I, Razastes (em grego medieval: Ραζάστης) por Jorge Cedreno, Roche Veã (em armênio: Ռոչ Վեհան; romaniz.:Roch Vehan) por Sebeos, Rochevé (em armênio: Ռչվեհ; romaniz.:Roch’veh) por Moisés de Dascurene e Rusbiã (Rûzbîhân) por Bar Hebreu e Agápio de Hierápolis,[1] foi um general persa de origem armênia que serviu sob o Cosroes II (r. 590–628).[2] Entre 624 e 627, foi marzobã da Armênia[3][4] e lutou junto do Império Sassânida contra as tropas do Império Bizantino que estavam em campanha na região.

Vida[editar | editar código-fonte]

Os autores da PIRT sugerem que as diferentes formas como seu nome aparece nas fontes são explicadas da seguinte forma: Roque Baanes era seu nome, Razates seu sobrenome e Rusbianes seu título.[1] Aparece em 624, em plena guerra entre Império Sassânida e Império Bizantino, quando foi feito marzobã da Armênia em resposta aos sucessos do imperador Heráclio (r. 610–641) na região. [5] Em 627, com o fim da campanha, Heráclio fez um movimento ousado. Reuniu seu exército heterogêneo de goturcos e bizantinos e invadiu o coração da Pérsia no começo de setembro. A notícia deixou Cosroes em pânico. Após 15 anos de guerra, o exército estava exausto e os principais generais estavam indisponíveis; Saíno foi morto e Sarbaro estava no Egito, temendo que o xá queria-o morto. Consequentemente, Cosroes reuniu um exército e nomeou como seu comandante Razates, um guerreiro bravo e nobre.[2]

Razates moveu-se para interrompê-lo e evitar que alcançasse Ctesifonte, a capital persa. Enquanto Heráclio continuou queimando e pilhando em seu caminho, ele o seguiu oferecendo-lhe tempo até estar pronto para encontrar os bizantinos. Finalmente Heráclio cruzou o rio Grande Zabe e montou acampamento, prevenindo que Razates cruzasse a mesma ponto sem forçar batalha.[6] Em vez disso, moveu-se para baixo e atravessou a jusante. Quando Heráclio soube disso, mandou parte de seu exército sob o estratelata Baanes para atacá-lo. No confronto que se seguiu os romanos mataram e capturaram muitos persas, incluindo o assessor pessoal dele. Dele Heráclio informou-se que Razates estava esperando cerca de 3 000 reforços. Ao saber disso, Heráclio preparou-se para agir, pois temia que seus reforços pudessem alterar a balança da guerra.[7]

Em 12 de dezembro de 627, próximo de Nínive, Heráclio chamou seu exército numa planície e esperou-o. Razates viu-o e moveu-se para encontrá-lo. Ele compôs seu exército em três divisões similares às falanges, e avançou em direção a Heráclio.[8] No auge da batalha, Razates subitamente desafiou Heráclio a um combate com a esperança de forçar os romanos a fugir. Heráclio aceitou o combate e impulsionou seu cavalo para a frente e com um único golpe atingiu a cabeça de Razates, pegando do general morto seu escudo de 120 placas de ouro e peitoral de ouro como troféus.[9] Com sua morte, pereceram as esperanças de vitória dos persas: vendo seu bravo comandante e muitos outros oficiais de alta patente sendo mortos por Heráclio e suas tropas, as tropas persas perderam o ânimo e foram abatidas, sofrendo cerca de 6 000 perdas.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Sarablangas
Marzobã da Armênia
624-627
Sucedido por
Basterotzes II Bagratúnio (porção persa)
Mecécio II Genúnio (porção bizantina)

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Rhahzadh», especificamente desta versão.

Referências

  1. a b Martindale 1992, p. 1083.
  2. a b Kaegi 2003, p. 158.
  3. Toumanoff 1990, p. 507.
  4. Grousset 1947, p. 272.
  5. Grousset 1947, p. 273-275.
  6. Kaegi 2003, p. 159-160.
  7. Kaegi 2003, p. 160.
  8. Kaegi 2003, p. 161-162.
  9. «The Campaigns of Emperor Herakleios (620-6), according to the Chronicle of Theophanes Confessor» (em inglês). Consultado em 5 de julho de 2013. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2011 
  10. Kaegi 2003, p. 169.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grousset, René (1947). História da Armênia das origens à 1071. Paris: Payot 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Rhazates». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle: Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila