Sebastóforo

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Sebastóforo (em grego: σεβαστοφόρος; romaniz.:sebastophóros) foi um alto ofício cortesão bizantino reservado para eunucos nos séculos X-XII. O ofício é atestado pela primeira vez no Escorial Taktikon de ca. 975. Nicolas Oikonomides sugere que foi introduzido em algum momento entre 963 e 975.[1][2][3] No Escorial Taktikon, é classificado como uma das dignidades mais altas, após o proedro e antes dos magistros,[4] e foi geralmente reservado para eunucos.[2][5]

O primeiro titular conhecido foi Romano Lecapeno, o filho de Estêvão Lecapeno e neto do imperador Romano I Lecapeno (r. 920–944),[2][6] mas Oikonomides sugere que o título pode ter sido criado para Basílio Lecapeno, o poderoso paracemomeno e primeiro-ministro de longa data do Império Bizantino.[7] As funções do sebastóforo são incertas; o nome pode implicar que carregou a bandeira do imperador, ou que foi um mensageiro pessoal do imperador, um papel que alguns de seus titulares são conhecidos por terem cumprido. O título foi rapidamente desvalorizado, já durante o século XI: em selos, é combinado com ofícios relativamente modestos na hierarquia imperial bizantina. Desapareceu completamente após o século XII.[2][3]

Em alguns textos, a saber a Pátria de Constantinopla e o léxico Suda, os sebastóforos são identificados como oficiais dos distritos (regeonai, "regiões") de Constantinopla, que todo ano em 5 de outubro realizaram danças diante do imperador bizantino. Esta afirmação, contudo, vem do escritor antiquário do século VI João, o Lídio, que alega que esta prática existiu sob o imperador Tibério (r. 14–37) em Roma.[1][2]

Titulares conhecidos[editar | editar código-fonte]

  • Romano Lecapeno, neto do imperador Romano I Lecapeno (r. 920–944); foi castrado enquanto jovem em 945 e provavelmente ainda estava vivo em 975.[6]
  • Estêvão Pergameno, oficial eunuco que notificou o imperador Constantino IX Monômaco (r. 1042–1055) de sua adesão em 1042, e foi recompensado com a dignidade de sebastóforo. Ele suprimiu a revolta de Jorge Maniaces, mas depois conspirou contra o imperador e foi tonsurado.[8]
  • Niceforitzes, um ministro chefe eunuco impopular do imperador Miguel VII Ducas (r. 1071–1078). Ele manteve o título durante seu mandato como duque de Antioquia em 1059–1060.[9]
  • João Pepagomeno, membro da família (oikeios) do imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118), atestado no sínodo que condenou João Ítalo em 1092.[10]

Alguns outros selos de sebastóforos são conhecidos dos séculos X-XII, mas seus titulares não são conhecidos.[11]

Referências

  1. a b Guilland 1963, p. 199.
  2. a b c d e Kazhdan 1991, p. 1862.
  3. a b Oikonomides 1972, p. 308.
  4. Oikonomides 1972, p. 262.
  5. Guilland 1963, p. 200, 202.
  6. a b Guilland 1963, p. 200–201.
  7. Guilland 1963, p. 199–200.
  8. Guilland 1963, p. 201–202.
  9. Guilland 1963, p. 203–205.
  10. Guilland 1963, p. 202.
  11. Guilland 1963, p. 203; 205.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Guilland, Rodolphe (1967). Recherches sur les Institutions Byzantines (em francês). I. Berlim: Akademie-Verlag 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Oikonomides, Nicolas (1972). Les Listes de Préséance Byzantines des IXe et Xe Siècles (em francês). Paris: Centre National de la Recherche Scientifique