Síndrome de Papillon-Lefevre

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Síndrome de Papillon-Lefevre
Especialidade dermatologia, genética médica
Classificação e recursos externos
CID-10 Q82.8
CID-9 759.89
CID-11 1656270982
OMIM 245000
DiseasesDB 9583
MeSH D010214
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A Síndrome de Papillon-Lefevre é uma doença genética autossómica recessiva[1] causada pela deficiência em catepsina C.[2]

Em 1924, Papillon e Lefèvre descreveram inicialmente a síndrome que levou seus nomes. Esta desordem autossômica recessiva demonstra predominantemente manifestações orais e dermatológicas; alterações dermatológicas semelhantes podem ser observadas na ausência de achados orais (síndrome ceratoderma palmoplantar de UnnaThost e doença de Meleda). Devido ao padrão de herança autossômica recessiva, os pais tipicamente não são afetados; consanguinidade é encontrada em cerca de um terço dos casos. A característica oral predominante é uma periodontite acelerada que parece ser causada por defeitos na função dos neutrófilos e múltiplos mecanismos imunomediados.

Estudos genéticos de pacientes com a síndrome de Papillon-Lefèvre mapearam o principal lócus do gene no cromossomo 11q14-q21 e revelaram mutação e perda da função do gene da catepsina C. Este gene é importante no crescimento estrutural e desenvolvimento da pele e é fundamental para a resposta imune apropriada das células mieloides e linfoides. Pesquisadores acreditam que a perda da função adequada do gene da catepsina C resulta em uma resposta imune alterada a infecção. Além disso, o

gene alterado pode afetar a integridade do epitélio juncional que circunda o dente.

A síndrome de Papillon-Lefèvre exibe uma prevalência de um a quatro casos por milhão de pessoas na população e acredita-se que existam de 2 a 4 portadores para cada mil

pessoas. Na maioria dos casos, as manifestações dermato- lógicas tornam-se clinicamente evidentes nos primeiros 3 anos de vida. Há o desenvolvimento de ceratose palmoplantar transgressiva e difusa (primeiro ocorre nas palmas e nas solas e então se espalha para o dorso das mãos e dos pés), com relatos ocasionais de hiperceratose folicular difusa, distrofia ungueal, hiperidrose e ceratose nos cotovelos e joelhos.


Síndrome de Papillon-Lefevre tem um padrão de hereditariedade autossómico recessivo

Sintomas[editar | editar código-fonte]

A Síndrome de Papillon-Lefevre é caracterizado por periodontite e queratoderma palmoplantar.[3] A destruição severa das regiões periodontais resulta na perda da maioria dos dentes primários por volta do quarto ano de vida e perda da maioria dos dentes definitivos aos quatorze anos. A hiperqueratose das palmas das mãos e sola dos pés aparece nos primeiros anos de vida.

As manifestações orais consistem em periodontite muito avançada, que é vista tanto na dentição decídua como na

permanente e que se desenvolve tão logo os dentes erupcionam. Uma gengivite hiperplásica e hemorrágica intensa é observada. Uma perda rápida da inserção ocorre, com os dentes perdendo precocemente o suporte ósseo e com aparência radiográfica como se flutuassem nos tecidos moles.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

  • Retinóides e antibióticos têm sido usados no tratamento.[4]
  • O tratamento que apresenta maior sucesso para as lesões cutâneas tem sido a administração de retinoides (p. ex.,etretinato), que tem determinado melhora considerável, com resolução completa das lesões na maioria dos pacientes. De maneira surpreendente, alguns autores têm relatado melhora na doença periodontal associada durante os períodos de uso dos retinoides, porém outros têm questionado estas evidências. Reações adversas causadas pela administração dos retinoides podem incluir queilite angular, ressecamento labial, queda de cabelo, artralgia, calcificações dos tendões e ligamentos e teratogenicidade. Na tentativa de evitar essas reações adversas, pacientes com manifestações dermatológicas brandas são tratados com lubrificantes tópicos, agentes ceratolíticos (ácido salicílico ou lático),corticosteroides, ou antibióticos.

Epónimo[editar | editar código-fonte]

A doença é nomeada devido a M. M. Papillon e Paul Lefèvre.[5][6]

Referências

  1. Ullbro C, Crossner CG, Nederfors T, Alfadley A, Thestrup-Pedersen K (2003). «Dermatalogical and oral findings in a cohort of 47 patients with Papillon-Lefevre syndrome». J Am Acad Dermatol. 48 (3): 345-351. PMID 12637913 
  2. Wani A, Devkar N, Patole M, Shouche Y (2006). «Description of two new cathepsin C gene mutations in patients with Papillon-Lefèvre syndrome». J Periodontol. 77 (2): 233-237. PMID 16460249. doi:10.1902/jop.2006.050124 
  3. Cagli NA, Hakki SS, Dursun R,; et al. (dezembro de 2005). «Clinical, genetic, and biochemical findings in two siblings with Papillon-Lefèvre Syndrome». J. Periodontol. 76 (12): 2322–9. PMID 16332247. doi:10.1902/jop.2005.76.12.2322 
  4. Ahuja V, Shin RH, Mudgil A, Nanda V, Schoor R (novembro de 2005). «Papillon-Lefèvre syndrome: a successful outcome». J. Periodontol. 76 (11): 1996–2001. PMID 16274321. doi:10.1902/jop.2005.76.11.1996 
  5. synd/1804 (em inglês) no Who Named It?
  6. M. M. Papillon, P. Lefèvre. Deux cas de kératodermie palmaire et plantaire symétrique familiale (maladie de Meleda) chez le frère et la soeur. Coexistence dans les deux cas d’altérations dentaires graves. Bulletin de la Société française de dermatologie et de vénéorologie, Paris, 1924, 31: 82-87.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]