TUE série 141 (RFFSA)

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TUE Série 141 (RFFSA)
Litorinas/Classe Ùnica
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Trem série 141 operando na CPTM.
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Período de serviço 1969-2001
Fabricante Mafersa[1]/GE
Fábrica Mafersa (Unidade Lapa)
Família Pioneer III
Período de construção 1969-1970
Entrada em serviço 1969
Total construídos 26 carros
Total em serviço 0
Total desmanchados 0
Total preservados alguns carros abandonados na Lapa
Formação 1 carro / 2 carros / 4 carros
Operador EFSJ (1969-1970)

RFFSA (1970-1996)

CPTM (1996-2001)

Depósitos Luz
Especificações
Corpo aço inox
Comprimento do veículo 25,90[2]
Largura 2,75[2]
Altura 4,17[2]
Altura do Piso 1,13[2]
Peso
  • 73,6 t (Carro-Motor)[2]
  • 50,3 t (Carro-Reboque Cabine)
  • 50,3 t (Carro-Reboque)
Tipo de tração elétrica
Motor GE 754A[2]
Tipo de transmissão Árvore de cames
Tipo de climatização ventilador e exaustor
Captação de energia catenária, 3000V CC
Truque ferroviário General Steel Castings 2692[2]
Freios Ar comprimido[1]
segurança ATC[1]
Acoplamento Tightlock tipo H[2]
Bitola 1 600 mm

O TUE Série 141 (RFFSA), foi uma classe de trens-unidades-elétricos que pertenceram a frota da Rede Ferroviária Federal e a Frota do Trem Metropolitano de São Paulo. Foi adquirido em 1968 para atender as regiões da capital e a Baixada Santista.[3] A última unidade restante operou até setembro de 2001 quando a extensão operacional da linha 10 Turquesa foi desativada pela CPTM.[4]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 25 de junho de 1934 a São Paulo Railway (SPR) inaugurou o serviço de trens de médio percurso com trens-unidade diesel na ferrovia Santos-Jundiaí.[5] Mesmo após a estatização da ferrovia em 1946, foi feita uma nova encomenda de trens-unidade diesel em 1952. Com uma frota ampliada, a ferrovia transportou 11 milhões de passageiros em 1955.

No pacote da aquisição de eletrificação do trecho entre Jundiaí e Paranapiacaba e conseguimento nesse tipo de serviço a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí sucessora da SPR recebeu três trens unidades elétricos batizados de "Gualixo", que atendeu os serviços com os trens elétricos até a cidade de Campinas. A EFSJ recebeu ainda os 22 trens série 101 para as linhas de subúrbios e aptos para operação entre Santos e Jundiaí, porém com aumento das demandas dos trens de subúrbios a série 101 acabou ficando exclusiva para operação entre Paranapiacaba e Jundiaí Em meados dos anos 60, os trens Cometa, Estrela, Planeta e Satélite em operação por quase 30 anos começam a desfalcar a operação dos trens de médio percurso e as unidades Gualixo, com quase 20 anos de operação acabam que utilizados exaustivamente no trecho.[6]

Projeto e fabricação[editar | editar código-fonte]

Após um grave acidente na Serra do Mar em 15 de janeiro de 1968 que causou a morte de cinco pessoas e ferimentos em outras setenta e oito [7][8], a Santos-Jundiaí encomendou a fabricação de 26 novos carros de passageiros para emprego nos serviços entre Santos, São Paulo e Campinas (um novo contrato entre a Santos-Jundiaí e a Companhia Paulista previu a ampliação do número de trens entre Santos e Campinas).[3][9]

anúncio da RFFSA sobre a compra dos novos trens série 141

O contrato foi assinado com a Mafersa, com os 26 carros divididos da seguinte forma[1]:

Tipo Quantidade
Carro Motor 6
Carro Reboque-Cabine 6
Carro Reboque 14
Total 26

A Santos-Jundiaí recebeu os 26 carros entre 1969 e 1971:

Ano Quantidade
1969 14[10]
1970 6[11]
1971 6
Total 26

A capacidade era de 110 passageiros sentados por carro, possuíam sanitários e sistema de ventilação. O carro motor com cabine pesava 73.600 kg, enquanto o carro reboque 49.500 kg, e o carro reboque com cabine 50.300 kg. A estrutura era de aço inox com engate tipo Tiglock AAR, Freios Wustenhausen com truque tipo General Steel Castings de bitola de 1,60 m, Motor de tração General Electric tipo GE754A com alimentação via rede aérea de 3.000 V e atingia até 110 km por hora.

Operação[editar | editar código-fonte]

Os primeiros carros chegaram em 10 de julho de 1969.[12] A viagem inaugural entre São Paulo e Santos ocorreu em 7 de dezembro de 1969.[13] O TUE Série 141 foi o principal trem empregado no trajeto entre Santos-São Paulo-Campinas até 1977 quando foi implantando o Trem Húngaro. Mais confortável, o Trem Húngaro passou a ser procurado pela maioria dos passageiros enquanto que o TUE Série 141 foi relegado ao segundo plano, sendo rebatizado "Trem Expresso".[14][15]

Em 1982 o Trem Expresso transportava apenas 180 passageiros por dia, insuficiente para ocupar dois carros.[16]

As composições trafegavam no eixo Santos-São Paulo-Campinas e há registros da operação do trem até Araraquara- São Paulo. Os trens série 141 desciam à Serra de Santos inicialmente pelo sistema funicular conhecido como Serra Nova e com a inauguração do sistema cremalheira, desciam tracionados por locomotivas Hitachi E rebocados de Raiz da Serra até o Valongo por locomotivas diesel. Haja visto que o trecho entre Raiz da Serra e Santos nunca foi eletrificado. Alguns carros da série 141 foram revisados para um novo tipo de serviço, o "Trem dos Romeiros", tratava-se de um serviço prestado entre as estações Luz e Aparecida do Norte, a operação foi curta, com início em 1992 e durou até o segundo semestre de 1993. O serviço era atendido apenas com os carros tracionados por locomotiva U20C Partindo da estação Luz às 7 horas e 25 minutos e retornando às 15 horas e 25 minutos. Em 1996, os serviços com os denominados Litorinas são suprimidos entre os trechos operacionais sendo encostadas todas as unidades no pátio Lapa.

CPTM (1996-2001)[editar | editar código-fonte]

Em 1997 a CPTM passou a empregar um trem da Série 141 para realizar o trajeto entre Paranapiacaba e Rio Grande da Serra.[17] A operação do trem Série 141 ocorreu até a desativação do trecho em setembro de 2001.[4] A frota desativada da Série 1421 foi dividida entre dois pátios. Os trens Série 141 desativados em 1996 pela Rede Ferroviária Federal foram estacionados no Pátio Pari, sendo destruídos por um incêndio provocado por vândalos em 2001.[18] O trem-unidade restante operado pela CPTM foi estacionado no Pátio da Lapa. Posteriormente os trens destruídos no Pari foram transportados para a Lapa, onde aguardam destinação.[19]

Referências

  1. a b c d «Vá a São Paulo em trem de aço». Cidade de Santos, ano III, edição 843, 2º Caderno, página 6. 7 de dezembro de 1969. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  2. a b c d e f g h «Ficha de características do veículo». César Sacco, Car & Locomotive Works/republicado no Internet Archive. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  3. a b «Transposição da Serra do Mar terá trens elétricos». O Jornal, ano XLVIII, edição 14242, 2º Caderno, página 6. 3 de março de 1968. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  4. a b Assessoria de Imprensa da CPTM (21 de novembro de 2002). «CPTM: Circulação de trens para Paranapiacaba está interrompida». Portal do Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  5. «Inaguração do Trem Cometa». Revista das Estradas de Ferro, ano 10, edição 215, página 516. 30 de junho de 1934 
  6. Antonio Augusto Gorni (10 de março de 2003). «Estrada de Ferro Santos a Jundiaí». A Eletrificação nas Ferrovias Brasileiras. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  7. «Morte no choque dos trens». Cidade de Santos, ano I, edição 200, página 16. 16 de janeiro de 1968. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  8. «Desastre na Serra mata 5 e fere 78». A Tribuna (Santos), ano LXXIV, edição 281, Última página. 16 de janeiro de 1968. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  9. «Santos mais perto de Campinas: trem». A Tribuna, ano LXXIV, edição 282, página 3. 17 de janeiro de 1968. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  10. Rede Ferroviária Federal (1970). «Material de Transporte». Relatório Anual 1969, página 20. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  11. Rede Ferroviária Federal (1971). «Material de Transporte». Relatório Anual 1969, página 19. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  12. «Chegaram os novos trens». Cidade de Santos, ano III, edição 715, página 6. 11 de julho de 1969. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  13. «Novos carros na Santos-Jundiaí». Diário da Noite (RJ), ano XLIV, edição 13797, página 2. 8 de dezembro de 1969 
  14. «O trem de ferro». A Tribuna (Santos), ano LXXXIV, edição 36, página 9. 1 de maio de 1977. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  15. «Trem, melhor opção para fugir do Jabaquara». Cidade de Santos, ano X, edição 3511, página 3. 18 de maio de 1977. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  16. «Cosipa: até fim do ano, eliminação dos ônibus-Graficos». Cidade de Santos, ano XV, edição 5379, página 11. 26 de junho de 1982. Consultado em 27 de dezembro de 2023 
  17. «Companhia Paulista de Trens Metropolitanos» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Suplemento - Legislativo, página 35. 1 de maio de 1998. Consultado em 25 de dezembro de 2023 
  18. Antonio Augusto Gorni (10 de março de 2003). «Trem Unidade...». A Eletrificação nas Ferrovias Brasileiras:Estrada de Ferro Santos-Jundiaí 
  19. «Cemitério de trens – Lapa / São Paulo». Leo Explora. 28 de dezembro de 2015. Consultado em 25 de dezembro de 2023 

[1]

  1. MAFERSA SÉRIE 141 EFSJ, consultado em 18 de dezembro de 2023