Taifa de Granada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Reino de Granada (desambiguação).
Reis taifas de Granada

Dinastia zirida (1013-1090)

Taifa de Granada.

A Taifa de Granada[1] (em árabe: طائفة غرناطة) foi um reino independente muçulmano que surgiu em 1013 no al-Andalus por causa da desintegração que, desde 1008, vinha sofrendo o Califado de Córdova e que desapareceria em 1090 ao ser conquistada pelos Almorávidas.

Reinado de Zawi ben Ziri (1013 -1019)

Zawi ben Ziri, do clã berbere dos Banu Ziri apossa-se da cora de Elvira, cuja capital era a cidade homônima de Medina Elvira em 1013, e funda a que será a taifa de Granada. A cidade de Elvira encontrava-se num local de complicada defesa pelo qual Zawi ben Ziri decidiu transladar a capital do reino taifa a Medina Garnata, a atual Granada.

Em 1019, Zawi deixou Granada com a intenção de ficar com o governo da região norte-africana de Ifríquia da qual era oriundo pois o seu rei falecera e o herdeiro era menor de idade. Esta errônea decisão implicou a perdida do trono granadino às mãos do seu sobrinho Habus ben Maksan e a morte pois foi envenenado.

Reinado de Habus ben Maksan (1019-1038)

Taifas em 1037

O reinado de Habus ben Maksan implicou um grande desenvolvimento político, cultural e econômico no que teve um grande protagonismo o judeu Samuel ben Nagrela que em 1030 foi designado vizir, personagem que na sombra viria-se tornar no verdadeiro governante da taifa até a sua morte em 1057.

Reinado de Badis ben Habus (1038-1073)

A Habus ben Maksan sucedeu-o no trono o seu filho Badis ben Habus embora uma parte da corte granadina apoiou o seu sobrinho Yaddair ben Hubasa quem organizou uma conjura para se fazer com o trono que fracassou graças a que Samuel ben Nagrela, ao avisar o rei, conseguiu reforçar a sua posição no reino.

Em 1038, por causa do confronto com o rei taifa de Almeria, Zuhair, ficou com parte da Taifa de Almeria e, ao ano seguinte, sucesso frear as ânsias expansionistas do rei taifa de Sevilha, Abu al-Qasim ao derrotá-lo em Écija em coligação com as taifas de Málaga e Badajoz.

Em 1057 conquistou a taifa de Málaga anexando-a ao seu reino e colocando ao seu filho primogênito, Buluggin ben Badis como governador quem porém não chegaria a suceder ao seu pai à frente da taifa granadina pois faleceu envenenado em 1064 aparentemente por ordem de José ben Nagrela quem sucedera ao seu pai Samuel como vizir. A morte do primogênito colocou o seu segundo filho Maksan ben Badis como herdeiro do trono, mas, novamente, as intrigas do vizir José ben Nagrela fizeram que Maksan fora desterrado para Jaén onde se declarou independente.

José continuou conspirando contra Badis ben Habus e, em 1066, chegou a um acordo com o rei taifa de Almeria, Muhammad ben Ma'n al-Mu'tasim para que este ficara com Granada. A conspiração chegou a ouvidos do povo, que se levantou assassinando o vizir José e à maior parte da população judia da cidade.

Após a morte do vizir José o carregou foi ocupado sucessivamente pelo árabe Al-Naya e, após o assassinato deste, pelo moçárabe Abu-l-Rabi quem manobrou com sucesso para que Badis ben Habus não nomeará sucessor ao seu filho Maksan, quem já perdera Jaén às mãos d dos sevilhanos e que se encontrava refugiado na taifa de Toledo, senão ao seu neto Abd'Allah ben Buluggin.

Reinado de Abd'Allah ben Buluggin (1073 -1090)

À morte de Badis ben Habus em 1073, e descartado o seu filho Marksan como sucessor, os dois aspirantes ao trono foram os seus netos Tamim e Abd'Allah. Seria este último quem conseguiria o trono, apesar de ser menor que seu irmão Tamim, pois na decisão influiu a juventude do eleito, 17 anos, por torná-lo mais manejável pelo vizir e pelo fato de Tamiz residir em Málaga (onde se declararia independente ao não conseguir o trono granadino).

Os reinos de taifas em 1080.

O reinado de Abd'Allah começou sofrendo a pressão que exerciam sobre a taifa granadina tanto Afonso VI quanto o rei da taifa de Sevilha Al-Mu'tamid que uniram as suas forças quando Abd'Allah recusou pagar as parias ao rei castelhano-leonês. A tomada de Córdova, em 1075, pelo rei da taifa de Toledo Al-Mamun implicou um alívio na pressão militar que estava sofrendo a taifa de Granada que, porém, voltaria a acrescer em 1078 após a conquista no ano anterior de Córdova por Al-Mu'tamid, que levaria a Abd'Allah a aceitar o pagamento de párias a Afonso VI.

Em 1082 a taifa de Granada sofreu uma nova agressão desde a taifa de Málaga, governada por Tamim ben Bullugin. Abd'Allah organizou um forte exército e após tomar numerosos castelos sitiou a própria cidade de Málaga obrigando o seu irmão a pedir-lhe perdão e ficando com parte do território de Málaga.

Em 1085 Afonso VI tomou Toledo. Abd'Allah, junto aos reis taifas de Sevilha e Badajoz, solicitaram o auxílio dos Almorávidas, que entraram na península Ibérica em 1086 e derrotaram o rei castelhano-leonês na batalha de Zalaca, após o qual, vendo a debilidade dos reinos taifas pelas contínuas disputas entre eles, enfrentaram-se a elas, sendo conquistada a de Granada em 1090.

Referências

Bibliografia

  • Menéndez Pidal, Ramón (1999), «I: Los Reinos de Taifas», Historia de España (em espanhol), VIII